Batalha das Ilhas Falklands (1914)

de

Prof. Dr. Ricardo Pereira Cabral

Em 1 de novembro de 1914, o Esquadrão Alemão da Ásia Oriental se fez ao mar com o intuito de voltar para a Alemanha. Neste sentido, cruzou o Pacífico e ao chegar na altura da costa do Chile foi localizado pelo esquadrão britânico sob o comando do contra-almirante Cristhopher Kit Cradock e logo os engajaram em combate.  A Batalha de Coronel foi uma vitoria alemã, afundaram os dois cruzadores blindados britânicos e provocaram a morte do almirante Cradock. Apesar da vitória os alemães gastaram metade da sua munição e tiveram alguns navios danificados. Spee fez algumas paradas na costa chilena para reabastecer e realizar reparos, depois atravessou o Estreito de Magalhães e seguiu para as Falklands para tentar tomar a base britânica localizada em Port Stanley. Esta operação era desnecessária já que os navios estavam abastecidos com todo o carvão que podiam carregar. Esta operação nas Falklands, seria fatal.

Tão logo tomaram conhecimento do resultado da batalha, o 1ª Lorde do Almirantado, o almirante de esquadra Sir John Fisher, formou um esquadrão comandado pelo vice-almirante Dovoton Sturdee para caçar e destruir o esquadrão alemão. Já estavam perseguindo os alemães, o capitão John Luce, comandante do HMS Glasgow, um dos navios sobreviventes da Batalha de Coronel. Outro esquadrão foi mobilizado para caçar o esquadrão alemão,  comandado pelo contra-almirante Archibald Stoddart. Os dois esquadrões se uniram nos Abrollhos e seguiram para o su,l em direção as Falklands, a fim de fundear em Porto William.

O esquadrão alemão era composto pelos cruzadores blindados SMS Scharnhorst e SMS Gneisenau, os cruzadores leves SMS Nürnberg, Dresden e Leipzing, além dos navios carvoeiros SS Baden, SS Santa Isabel e SS Seydlitz.

Já o esquadrão britânico composto pelos cruzadores de batalha HMS Invincible e Inflexible, os cruzadores blindados HMS Carnarvon, Cornwall e Kent, o cruzador mercante armado HMS Macedônia e os cruzadores leves HMS Bristol e Glasgow que chegaram ao porto no dia anterior. Este esquadrão era superior em poder de fogo, blindagem e velocidade em relação ao esquadrão alemão.

Em 7 de dezembro de 1914, o esquadrão britânico chegou a Port William. Sturdee determinou que os dois cruizadores leves HMS Glasgow e HMS Bristol realizassem patrulhas a fim de localizar o esquadrão alemão. O cruzador mercante armado Macedônia recebeu a missão de patrulhas as imediações do porto. Na manhã do dia 8 de dezembro, o esquadrão alemão foi avistado, o tempo estava bom, o dia estava ensolarado,  a visibilidade ótima, o mar plácido correndo uma leve brisa.

A Batalha

A batalha ocorreu em 8 de dezembro de 1914, um Esquadrão Naval da Royal Navy, sob o comando do vice-almirante Doveton Sturdee, contra Esquadrão Alemão da Ásia Oriental, comandado pelo almirante Maximilian von Spee, nas proximidades das Ilhas Falklands.

Eduard Rothert, Karten und Skizzen zum Weltkrieg, Druck und Verlag von A. Bagel, Düsseldorf, 1916

O plano de ataque do almirante Spee, previa que o SMS Gneisenai e o SMS Nürnberg navegassem para Porto Stanley para dar cobertura as tropas que desembarcariam, a fim de destruir a estação de rádio sem fio e outras instalações navais. Os cruzadores alemães deveriam dar apoio de artilharia ao assalto anfíbio. Ao se aproximar de Porto Stanley, Spee percebeu a presença da esquadra britânica, cancelou os desembarques e ordenou imediatamente que a esquadra se reagrupasse no mar. Apesar disso o SMS Scharnhorst atacou o HMS Canopus que protegia o porto. Spee, após verificar a superioridade da esquadra britânica, decidiu fugir em direção a sudeste. Os britânicos saíram em perseguição, sendo mais velozes, ao colocarem os navios alemães no alcance dos seus canhões, abriram fogo.

O HMS Inflexible e o HMS Invincible começaram a disparar contra os cruzadores blindados. Spee respondeu tentando diminuir o alcance, já que seus canhões eram menos potentes e de menor alcance. A nau capitânea SMS Scharnhorst foi o prinpal alvo dos cruzadores britânicos e foi afundado, logo em seguida foi a vez do SMS Gneisenau. Na continuidade dos combates o SMS Nürnberg e SMS Leipzig foram a pique, os navios mineiros foram interceptados e depois afundados. Apenas o cruzador leve SMS Dresden e o navio auxiliar SS Seydlitz escaparam.

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Imagem de Destaque: Invincible and Inflexible saindo de Port Stanley em perseguição, uma pintura de William Lionel Wyllie – https://commons.wikimedia.org/wiki/File:%27Invincible_and_Inflexible_steaming_out_of_Port_Stanley_in_Chase%27-_the_start_of_the_Battle_of_the_Falkland_Islands,_8_December_1914_RMG_PW1879.jpg

Bibliografia

Infellizmente não temos livros editados em português, então as indicações são as obras de referência sobre o assunto e que estão disponíveis nas livrarias.

BENNETT, Geoffrey. The battles of coronel and Falklands 1914. Pen & Sword, 2014.

MASSEI, Robert K. Castles of Steel: Britain, Germany and the Winning of the Great War at Sea. Ballantine Books, 2004.

McNALLY, Michael. Coronel and Falklands, 1914. Duel in the South Atlantic. Osprey Publishing, 2012.

Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.

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