Prof. Dr. Tiago Silva Pacheco
Em fevereiro de 1943, a improvável equipe constituída por um carteiro, um professor, um guia turístico e um operário efetuou façanha decisiva para os rumos da II Guerra Mundial.
Comandados pelo jovem tenente Joachim Holmboe Rønneberg, eles desceram um profundo desfiladeiro em pleno inverno norueguês. O objetivo era alcançar a usina de Vemork, invadindo-a pelos dutos.
A missão, que foi um retumbante sucesso (sem baixas e sem disparar um único tiro), consistita na instalação de explosivos a fim de destruir o reator dentro da usina. Lá se produzia água pesada, fundamental para a criação de artefatos nucleares. Noutros termos, tratou-se de um decisivo golpe contra a capacidade de Hitler em fabricar armas nucleares.
Além dos obstáculos naturais, Vemork mantinha defesas militares tão formidáveis que o serviço secreto inglês (SOE) falhara em sobrepujar. Uma tentativa fracassada de ataque por meio de planadores, sem sucesso, deixou os alemães ainda mais alertas. Quanto à equipe de Rønneberg, apesar de treinada pelo SOE e contar com domínio do território em redor, era composta por homens comuns, movidos pelo sentimento de resistência. “Ordinary people doing extraordinary things”, pessoas simples que fizeram cosias extraordinárias, como diziam os ingleses.
O épico feito, retratado nos filmes “A Batalha de Água Pesada” de Jean Dréville (1947) e “Os Heróis de Telemark” de Anthony Mann (1965)., foi decisivo para os rumos da guerra ao privar Hitler de capacidade nuclear.