A Sniper Lyudmila Pavlichenko

de

Prof. Dr. Ricardo Pereira Cabral

Lyudmila Belova Pavlichenko era uma franco atiradora (sniper) soviética, mas precisamente ucraniana, que lutou pelo Exército Vermelho na frente Oriental, nos cercos de Odessa e Sebastopol, na Criméia.

Pavlichenko nasceu em 12 de julho de 1916. Aos 14 anos Em Kiev, ingressou no clube de tiro OSOAVIAKhIM, tornou-se uma atiradora amadora e ganhou seu distintivo Voroshilov Sharpshooter e um certificado de atiradora.

Em 1932, ela se casou com Alexei Pavlichenko e deu à luz um filho, Rostislav (1932–2007). No entanto, o casamento logo foi dissolvido e Lyudmila voltou a morar com os pais. Estudando a noite e durante o dia trabalhando como esmeriladeira na fábrica do Arsenal de Kiev

Em 1937, se matriculou na Universidade de Kiev, onde estudou história e pretendia ser acadêmica e professora. Lá, ela competiu na equipe de atletismo da universidade como velocista e salto com vara. Ela também foi matriculada em uma escola de atiradores  militares por seis meses pelo Exército Vermelho.

Em junho de 1941, Pavlichenko estava entre a primeira rodada de voluntários no escritório de recrutamento de Odesa, onde ela pediu para ingressar na infantaria. O registrador empurrou Pavlichenko para ser enfermeira, mas ela recusou. Depois de ver que ela havia completado vários cursos de treinamento, ela foi finalmente aceita no exército como atiradora de elite e designada para a 25ª Divisão de Fuzileiros do Exército Vermelho, das 2.000 atiradoras do Exército Vermelho, apenas 500 sobreviveram à guerra.

https://www.bbc.com/portuguese/geral-43325133

Em 8 de agosto de 1941, um camarada caído entregou a ela seu rifle de ferrolho Mosin-Nagant modelo 1891. Pavlichenko então matou seus dois primeiros inimigos, em suas memórias descreveu o evento como seu “batismo de fogo” porque foi quando ela se tornou oficialmente uma sniper.

Pavlichenko lutou por cerca de 2 meses e meio durante o cerco de Odesa e é creditado por matar 187 soldados. Em agosto de 1941 foi promovida a sargento sênior, quando acrescentou mais 100 mortes à sua contagem oficial.

Aos 25 anos, ela se casou com um colega atirador, Alexei Kitsenko. Logo após o casamento, Kitsenko foi mortalmente ferido por um morteiro e morreu devido aos ferimentos alguns dias depois no hospital.

Em 15 de outubro de 1941, quando os nazistas e seus aliados romenos invadiram Odessa, sua unidade foi retirada por mar para lutar no cerco de Sebastopol, na Criméia Lá, ela treinou outros atiradores, que mataram mais de 100 soldados do Eixo durante a batalha.

Em maio de 1942, a tenente Pavlichenko foi citada pelo Conselho do Exército do Sul por matar 257 soldados do Eixo. O número de soldados que Pavlichenko matou durante a Segunda Guerra Mundial foi de 309, incluindo 36 snipers do Eixo.

Os Exércitos do eixo começaram a caçá-la.

http://blogdocarlosmaia.blogspot.com/2017/06/textovideo-sovietica-lyudmila.html

Em junho de 1942, Pavlichenko foi atingido no rosto por estilhaços de um morteiro, o Alto Comando Soviético ordenou que ela fosse evacuada de Sevastopol por submarino. Pavlichenko passou cerca de um mês no hospital se recuperando dos ferimentos.

Após a convalescença, em vez de ser enviada de volta para o front, ela se tornou uma propagandista do Exército Vermelho, onde foi apelidada de “Senhora Morte”. Ela também treinou atiradores de elite para serviço de combate até o final da guerra em 1945.

Em 1942, foi enviada aos Estados Unidos para fazer propaganda de guerra e estimular os norte-americanos a entrarem na guerra. Nessa viagem fez amizade com a primeira-dama Eleanor Roosevelt com quem manteve contato até o fim de sua vida.

Neste mesmo ano foi ao Reino Unido, sem o mesmo sucesso.

Após a guerra, Pavlichenko terminou a graduação em História na Universidade de Kiev. De 1945 a 1953, ela foi assistente de pesquisa no quartel-general da Marinha soviética. Mais tarde, ela foi ativa no Comitê Soviético dos Veteranos de Guerra.

Em 1957, Eleanor Roosevelt visitou Pavlichenko em Moscou durante uma visita à União Soviética. Pavlichenko lutou constantemente contra a depressão causada pela perda de seu marido na guerra, também sofria de transtorno de estresse pós-traumático e alcoolismo, fatores que se acredita terem contribuído para sua morte prematura em 1974.

A história e os feitos de Lyudmila Belova Pavlichenko são contestados por muitos historiadores que colocam em dúvida suas realizações.

Imagem de Destaque: http://desciclopedia.org/wiki/Lyudmila_Pavlichenko

Bibliografia

Os mitos que cercam a franco-atiradora que mais matou soldados alemães na Segunda Guerra Mundial. BBC News Brasil. 20/3/2018. Disponível no endereço eletrônico: https://www.bbc.com/portuguese/geral-43325133 Acessado em 21/2/2023.

NOGUEIRA, André. O pesadelo do Reich: Lyudmila Pavlichenko, a mulher que matou mais de 300 nazistas. Aventuras na História. 2/6/2020. Disponível no endereço eletrônico: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/o-terror-dos-alemaes-lyudmila-pavlichenko-a-mulher-que-matou-mais-de-300-nazistas.phtml . Acessado em 21/2/2023.

Lyudmila Pavlichenko: a maior franco-atiradora da Segunda Guerra Mundial era ucraniana. Observador. Disponível no endereço eletrônico: https://observador.pt/2022/03/09/lyudmila-pavlichenko-a-maior-franco-atiradora-da-segunda-guerra-mundial-era-ucraniana/ . Acessado em 21/2/2023.

https://en.wikipedia.org/wiki/Lyudmila_Pavlichenko

Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.

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