HORATIO LORDE NELSON, O HERÓI  POLÊMICO, SEGUNDO ALFRED THAYER MAHAN E SIR JOHN KNOX LAUGHTON

de

Nelson recebe a rendição do San Nicholas, retrato de Richard Westall

 A BATALHA DO CABO DE SÃO VICENTE

Parte V

Francisco Eduardo Alves de Almeida[1]

No dia 01 de dezembro de 1796, a esquadra britânica no Mediterrâneo, sob o comando do almirante Sir John Jervis, fundeou em Gibraltar. Logo em seguida, ele recebeu instruções específicas do Almirantado para evacuar Elba e logo lembrou de Nelson para cumprir tal missão. Duas semanas depois, a bordo da fragata HMS Minerve, juntamente com outro navio o Blanche, Nelson se dirigiu para Elba.

Alguns dias de navegação e as duas fragatas sob o comando de Nelson se depararam com duas fragatas espanholas e ocorreu um encontro entre os quatro navios. Após alguns minutos de combate, a fragata espanhola Santa Sabina, sob o comando de Don Jacobo Stuart, descendente do duque de Berwick, foi capturada, caindo prisioneiro seu comandante, que teve que arriar o seu pavilhão. A fragata foi conquistada pela tripulação da Minerve e rebocada para local seguro. Logo em seguida, o grupo de três navios, dois britânicos e o Santa Sabina foi interceptado por um esquadrão espanhol mais poderoso, composto de dois navios de linha, uma fragata engajada que recuara e outra que seguia no esquadrão. A Minerve, então, teve que largar o Sabina e uma perseguição ocorreu entre os espanhóis mais poderosos e o grupo de fragatas de Nelson, em total inferioridade. O Sabina foi recapturado pelos espanhóis, no entanto a maioria de seus tripulantes já havia se tornado prisioneiros de Nelson a bordo do Minerve. Depois de breve perseguição, os espanhóis guinaram e regressaram a seu porto de origem, Cartagena. Nelson escapara mais uma vez de forças mais poderosas.

No dia 26 de dezembro Nelson fundeou em Porto Ferrajo na ilha de Elba e manteve contato com o comandante inglês na área, o general de Burgh, que estava relutante em abandonar a ilha. Segundo sua percepção, de Burgh não recebeu ordens explícitas do governo britânico para evacuar a ilha e preferiu permanecer. As ordens de Nelson eram claras e envolviam apenas as forças navais da Marinha Real e não as do Exército, assim ele reuniu os navios britânicos no porto, embarcou víveres e marinheiros destacados, além de Sir Gilbert Elliot, o antigo vice-rei da Córsega e seu estado-maior e suspendeu em direção a Gibraltar com diversos navios transporte e mais outra fragata a HMS Romulus, como ordenado por Jervis. Determinou, então, ao capitão Fremantle, comandante do HMS Inconstant, que permanecesse com de Burgh até ordens posteriores, juntamente com alguns navios menores. Naquela ocasião o Reino das Duas Sicílias já fizera a paz com a França e qualquer ataque a Elba parecia descartada. A prioridade da GB era a defesa de Portugal.[2]

No trânsito para Gibraltar, Nelson dividiu suas forças em três grupos para evitar que caíssem todos em mãos inimigas, passando próximo a Toulon para observar os navios franceses lá estacionados e em Cartagena, vazio de navios, significando que suas forças navais estavam no mar. Quando próximo a Algeziras, Nelson solicitou uma troca de prisioneiros. Seus queridos tenentes Culverhouse e Hardy haviam caído prisioneiros dos espanhóis quando do apresamento do Sabina e Don Jacobo Stuart e oficiais ainda estavam em seu poder. Foi então estabelecida uma trégua e a troca de prisioneiros seguiu-se[3]. No dia 9 de fevereiro de 1797, Nelson fundeou em Gibraltar com seus navios intactos.

Os espanhóis haviam sido observados de Gibraltar em direção ao Atlântico e Nelson desejava estar presente quando um encontro entre as duas esquadras ocorresse.[4]  Mahan, como sempre ardoroso defensor das qualidades de combate de seu herói, correlacionou o desejo de lutar de Nelson e a Providência afirmando que “a Providência no qual ele [Nelson] freqüentemente expressava sua confiança, agora, como em muitas ocasiões, não abandonou seu filho favorito, que nunca por preguiça ou presunção perdeu oportunidades”.[5] O combate era desejado e procurado pelo herói naval.

No dia 11 de fevereiro Nelson, a bordo do Minerve, suspendeu de Gibraltar para procurar os espanhóis. Ao sair dos estreitos, Nelson se deparou com dois navios de linha espanhóis que se encontravam nas imediações do canal. Uma perseguição se iniciou e ele procurou retornar a Gibraltar, com os dois navios espanhóis mais poderosos se aproximando rapidamente. Nesse momento, um marinheiro do Minerve caiu no mar e o tenente Hardy com alguns tripulantes, o mesmo que caíra prisioneiro dos espanhóis no Sabina, imediatamente arriou um escaler e se dirigiu ao náufrago, porém esse já desaparecera no mar. Ao ver-se sem a possibilidade de salvar seu companheiro, Hardy girou o escaler e se dirigiu a remos de volta ao Minerve. Nelson, aflito, vendo que seu subordinado cairia prisioneiro dos espanhóis novamente gritou para seus subordinados “Por Deus, não vou perder Hardy. De volta a vela da gata no mastro da mezena”.[6] Em seqüência, Hardy foi recolhido rapidamente e os espanhóis interromperam sua perseguição e não conseguiram prendê-lo. Laughton questionou por que os espanhóis pararam de perseguir Nelson, já que tinham maior velocidade e poder. Para o historiador inglês os espanhóis imaginaram que uma força britânica estava se aproximando de Gibraltar e não desejavam um combate em desvantagem e por isso desistiram da perseguição.[7] Para Mahan, por outro lado, a parada espanhola se deu em razão da maior moral dos combatentes britânicos ao executarem uma manobra de recolhimento inconcebível para os espanhóis, tendo “a façanha audaciosa sido por isso dos mais felizes resultados de um estratagema e a fragata [Minerve] não foi mais importunada”.[8] Essa interpretação de Mahan não parece a mais apropriada. Sua explicação pode ser imputada a sua admiração explícita pela RN. Laughton, bem pragmático e contido em suas explicações, parece ter sido mais condizente com os fatos que se sucederam. Os espanhóis estavam se aproximando perigosamente de Gibraltar, onde sabiam existir uma grande força naval sob o comando de Jervis. Não desejavam o combate que lhes seria desfavorável.

Nelson continuou navegando durante a noite e se agregou a Jervis que suspendera com sua esquadra para procurar os espanhóis, próximo ao cabo de São Vicente no sul de Portugal, perto de Gibraltar. Ao se juntar a Jervis, Nelson participou o avistamento desses dois navios espanhóis e deslocou seu pavilhão no navio de linha de 3a classe HMS Captain.[9]

No alvorecer do dia 14 de fevereiro de 1797, as duas esquadras se avistaram, no meio de uma bruma espessa, na distância de 15 milhas, a cerca de 25 milhas a oeste do cabo de São Vicente. Foram contados 27 navios de linha espanhóis, enquanto Jervis possuía apenas 15 navios de linha. Estava para se iniciar o primeiro grande encontro naval que Nelson se engajaria, a batalha naval do cabo de São Vicente.

Podia-se prever que os espanhóis desejavam unir suas forças navais às francesas e que Jervis estava ali para impedir tal intento. Laughton comentou que Jervis, ao avistar a força inimiga, teria revelado que uma vitória era essencial para a Inglaterra naquele momento.[10]

A esquadra espanhola estava dividida em dois grupos distintos, distantes seis a oito milhas um do outro. O grupo da esquerda possuía 18 navios de linha, alguns três conveses com 112 canhões e a maioria com dois conveses e 74 canhões, isto é uma força formidável. Destacava-se nesse grupo a enorme Santíssima Trinidad de 130 canhões. O grupo da direita era composto de nove navios de linha, a maioria de dois conveses e 74 canhões. Jervis, por sua vez, contava com dois 100 canhões, quatro de 98 e 90, oito de 74 e um de 64 canhões[11]. Ele estava em inferioridade em relação ao inimigo, no entanto essa inferioridade era aparente, uma vez que, segundo Laughton, “os navios espanhóis estavam em más condições, seus tripulantes não eram marinheiros e seus oficiais tampouco eram marinheiros”[12]. Para ele a superioridade britânica em experiência e qualidade era “enorme”[13]

As esquadras seguiam rumos distintos, os espanhóis na direção de leste com vento pela popa e os britânicos seguiam rumo sul. Imediatamente avaliando a situação, Jervis determinou que se fizesse uma coluna, como era usual naquele período, com vistas a se inserir no vazio existente entre os dois grupos de navios espanhóis. Uma estória interessante foi contada por Laughton exatamente quando da descoberta da força espanhola pelos ingleses. O marinheiro vigia do HMS Victory, o navio capitânea de Jervis, no meio da neblina reportou o avistamento de oito navios de linha ao almirante. Em seguida citou “vinte navios avistados Sir John”, “vinte e cinco navios”, “vinte e sete navios avistados” no que foi interrompido por Sir John com a frase “pare, não mais isso, os dados estão lançados mesmo se forem 50 navios vou atacá-los”. Ao seu lado estava o enorme capitão Benjamim Hallowell, comandante do navio de linha HMS Courageux que havia sido avariado semanas antes e se encontrava a bordo do Victory como voluntário.  Hallowell ficou tão maravilhado com a resposta de Jervis que exclamou após bater nas costas de Sir John “exatamente isso Sir John; por Deus vamos dar uma boa pancada neles!” Jervis não era homem de permitir liberalidades de seus subordinados, contudo na excitação do momento permitiu que Hallowell se expressasse sem reservas, além disso, Hallowell tinha uma estatura colossal enquanto Jervis tinha apenas 1m e 68 cm e uma conduta em combate irrepreensível[14]. Jervis tinha que deixar passar essa.

A coluna britânica formada por Jervis seguia na direção sul com o HMS Culloden sob o comando do capitão Thomas Troubridge na vanguarda. Os espanhóis seguiam para leste e em algum momento os dois grupos entrariam em colisão. Ao atingirem posições próximas houve uma troca de tiros entre os dois antagonistas e os espanhóis imediatamente guinaram simultaneamente para o norte, afastando-se dos ingleses que continuaram para o sul.[15]Jervis no Victory estava no sétimo navio na coluna e Nelson no décimo terceiro em seqüência, sendo seguido pelo HMS Diadem e pelo HMS Excellent de seu grande amigo Collingwood.

Sir John, ao perceber a fuga dos espanhóis para o norte, determinou que os navios britânicos guinassem em ordem um a um na seqüência para iniciar a perseguição. O Culloden foi o primeiro a se dirigir para o norte, tendo sido seguido pelo Blenheim, Prince George e Orion. Essa ordem de Jervis foi muito criticada por Laughton, que a considerou um erro, pois a demora das guinadas permitiria que os espanhóis tivessem tempo de fugir para o norte. É importante mencionar que o sinal tático empregado por Jervis determinava que cada navio guinasse quando atingisse o local onde o navio anterior havia guinado, de modo a que a formatura continuasse em linha após todos guinarem, nas mesmas posições relativas anteriores, um atrás do outro. Essa manobra levaria muito tempo para ser realizada, o que permitiria a fuga do inimigo. O certo para Laughton era uma guinada simultânea de todos os navios britânicos de modo a impedir a retração espanhola[16]

Nelson levaria muito tempo até que seu navio o Captain chegasse no ponto de guinada, assim imediatamente percebeu que tal manobra equivocada de Jervis resultaria na fuga dos navios inimigos. Em um ato espontâneo e imediato, determinou ao comandante do Captain que guinasse para boreste (direita) saindo da formatura como forma de cortar a esquadra espanhola pelo meio[17].

Nelson, mais uma vez, desobedecia uma ordem dada por seu comandante imediato. Abandonara a formatura para atingir o adversário. Para Mahan esse ato “pelo qual não tivera qualquer autoridade, por sinal ou outro tipo, exceto seu próprio julgamento e rápida percepção, Nelson derrotou inteiramente os espanhóis”[18].

Jervis reconheceu imediatamente o seu erro e determinou que a Excellent seguisse Nelson em sua investida. O Captain se viu duelando lado a lado com os navios de linha espanhóis Santíssima Trinidad e o San Nicolas de 80 canhões. Passando próximo a eles, atirando sem parar, surgiu o Excellent de Collingwood. O Captain já se encontrava sem o mastro principal, quase sem velas, com muitos mortos e feridose sem manobra. O Prince George, o Blenheim e o Orion já vinham em socorro de Nelson que ficou determinado período sem apoio. O Prince George atacou então o San Josef de 112 canhões que, evitando o bombardeio desse navio britânico, colidiu com o San Nicolas.

Nelson percebendo que seu navio estava sem manobra determinou que o capitão Ralph Miller do Captain se preparasse para a abordagem do San Nicolas que estava a seu lado[19]. Miller manobrou o leme para bombordo (esquerda) e se enganchou com o San Nicolas. O comandante Edward Berry[20] foi o primeiro a abordá-lo. A honra da abordagem caberia ao capitão Miller, comandante do Captain à frente de seus homens, no entanto foi impedido por Nelson que disse “não Miller, eu tenho o direito a essa honra” e determinou que Miller permanecesse a bordo para gerir a abordagem, sem participar da ação. Nelson à frente dos marinheiros do Captain pulou para bordo do San Nicolas e começou a tomar a presa. Alguns tiros de pistolas se seguiram.Nelson correu para a proa e lá percebeu que a bandeira do San Nicolas fora arriada significando a rendição do navio inimigo. Os oficiais espanhóis começaram então a entregar suas espadas aos ingleses. O San Josef, que se encontrava ao lado do San Nicolas, começou a atirar nos homens de Nelson com armas individuais. Imediatamente os marinheiros ingleses sob a direção de Nelson, abordaram esse navio. Berry[21] seguiu Nelson nessa nova abordagem. O navio espanhol também se rendeu e um de seus oficiais entregou sua espada a Nelson dizendo que o seu almirante estava cobertas abaixo morrendo[22]. Nelson comentando esse fato declarou que “no momento que recebi as espadas [espanholas] eu as dei a William Fearney, um de meus remadores, que as colocou embaixo do braço com grande sang-froid”.[23]     

Os navios britânicos que surgiam da guinada demorada, cumprimentaram efusivamente Nelson pela manobra e conquista de dois navios inimigos. O restante dos navios espanhóis rumou célere para o norte, deixando no campo de batalha além do San Nicolas e San Josef tomados por Nelson, ainda o Salvador Del Mundo de 112 canhões tomado pelo Victory, depois de sofrer intenso bombardeio do Excellent, do Irresistible e do Diadem e o San Ysidro de 74 canhões rendido pelo Excellent[24]. O grande navio de linha Santíssima Trinidad de 130 canhões de quatro conveses sofrera diversas avarias e muitos de seus tripulantes ou estavam mortos ou feridos, no entanto conseguiu se retirar apoiado pelos outros navios da linha espanhola. 

Jervis percebendo que não teria velocidade para perseguir o restante dos navios inimigos e constatando a retumbante vitória conquistada, deu ordem para que os navios parassem de perseguir os espanhóis. Após o término da ação, Nelson mudou seu pavilhão para o HMS Irresistible sob o comando do capitão George Martin e, logo em seguida, dirigiu-se para o Victory onde se encontrou com Jervis. Segundo relatos do próprio Nelson, Sir John o recebeu no portaló de braços abertos e mencionou que não poderia agradecer o suficiente as ações daquele dia e utilizou expressões gentis que “não poderiam deixá-lo mais feliz”[25].

Houve muito debate depois do encontro, em razão do relatório de Nelson sobre a batalha. Nele Nelson afirmou que permaneceu cerca de uma hora, sem ter a precisão do tempo gasto nesse ato, com o Captain e o Culloden sem apoio, suportando sozinho o combate, o que foi imediatamente contestado pelo contra-almirante Sir William Parker[26], comandante da esquadra de vante de Jervis que tinha o pavilhão a bordo do Prince George. Sir William contra-argumentou essa alegação dizendo que, ao contrário, Nelson tivera o apoio do Blenheim, Prince George e Orion que estiveram seguindo de perto o Captain e Culloden e que era incorreta a informação de que ficara cerca de uma hora sem apoio. Acreditava que 15 minutos fora o tempo em que Nelson ficou sem apoio. A segunda alegação de Nelson de que o San Josef se rendera a ele, para Sir William era imprópria, pois o navio espanhol arriara a sua bandeira em sinal de rendição ao Prince George e não ao Captain, cabendo ao último apenas a posse de um navio já rendido. A carta de Sir William para Nelson foi cortês e dignificante e em nenhum momento agressiva ou petulante. Em seu relatório, Sir William afirmou que muito tinha que ser dito da bravura e perfeita conduta dos navios sob o seu comando e que sentia a necessidade de dizer que o Captain, o Culloden e o Blenheim enfrentaram o pior da ação, principalmente os dois primeiros, em relação ao Prince George e Orion, pois se encontravam mais à vante da formatura[27]. Nelson não respondeu aos comentários de Sir William.

Laughton, ao comentar o fato, disse que as diferentes percepções de tempo de Nelson e Sir William eram comuns e que não seria improvável que a uma hora de Nelson fosse um exagero, no entanto Nelson, ao afirmar que não tinha uma precisão quanto ao tempo despendido na ação, estaria isento de erro. Diversas testemunhas, segundo Laughton, afirmaram que houve um grande lapso de tempo, sem indicar os minutos. Quanto a posse do San Josef,  Laughton, sempre conciliador, disse que talvez ambos estivessem corretos pois “não há razão para duvidar que ambos Parker e Nelson escreveram em boa fé, apesar de que cada um deles estivesse naturalmente inclinado a enfatizar o que cada um de seus próprios navios tinha feito”.[28] Laughton mantinha a percepção contida e interpretação conciliatória do evento, procurando, assim, não conspurcar o relato de Nelson e tampouco atacar Sir William.

Mahan, sobre o tempo despendido sem apoio a Nelson, apontou que esse não era o fato mais importante a ser debatido, mas sim a ação de seu herói que abandonou a formatura e cortou a linha espanhola de modo resoluto e heróico. O que importava era a rapidez o e destemor com que conduziu a ação e não o tempo sem apoio. Esses atos, para Mahan, foram realizados à vista de todos na esquadra e trouxeram enorme admiração de seus pares. Mais importante que o tempo sem apoio, Mahan indicou que Nelson esquecera, sem dolo, em seu relatório preliminar, de mencionar a atuação do capitão Miller no combate. No relatório preliminar Nelson, “pensando somente em si próprio”, segundo palavras de Mahan[29],  escreveu  que ele e os marinheiros abordaram o navio inimigo, sem mencionar a ação de Miller, que foi impedido por ele Nelson de abordá-lo, sendo que a tradição naval indicava que a ação de abordagem deveria ser feita pelo comandante do navio abordador e não por ele comodoro da força de ré. No relatório definitivo que substituiu o preliminar, Nelson corrigiu essa injustiça com o bravo Miller e escreveu que “o capitão Miller estava pronto para abordar [o navio inimigo], entretanto determinei que permanecesse a bordo”.[30] Uma injustiça tinha sido corrigida por Nelson.

Nelson, sempre ávido por reconhecimento, iria posteriormente declarar sobre a batalha que ele, Collingwood e Troubridge foram os únicos que realizaram grandes esforços[31] naquele “dia glorioso: os outros cumpriram com o seu dever e alguns outros não exatamente para minha [de Nelson] satisfação”[32]. Uma injustiça certamente aos seus colegas e subordinados que lutaram naquela ação. Mahan, ao mesmo tempo em que considerava ser necessário o amor pela glória e o desejo ardente de distinção em combate por parte de Nelson, acreditava que era melhor que os participantes deixassem ao público a tarefa de exaltar os seus feitos, sendo evidente nesse episódio que Nelson entendeu, desconfortavelmente, que não tinha sido criterioso com o bravo Miller e com os seus pares [33].

Jervis foi bem mais prudente em seus comentários sobre esse combate com os espanhóis. Em seu relatório, Sir John mencionou Troubridge que comandou o Culloden, Nelson, Collingwood e cinco outros navios sem mencionar o nome de seus comandantes, o Blenheim, Prince George, Orion, Irresistible e Colossus que galantemente apoiaram Troubridge. Esses navios foram os que mais sofreram em razão do grande número de mortos e feridos no combate. O que mais sofreu baixas foi o Captain com 24 mortos.[34] Jervis considerou o desempenho de Nelson fundamental para a vitória. Correu uma anedota na ocasião que mostrou claramente a consideração que Jervis tinha sobre a conduta de Nelson. Robert Calder[35], comandante da HMS Victory e capitão de bandeira de Jervis, comentando sobre o combate durante o jantar com Jervis naquela noite, criticou a atitude de Nelson de guinar para fora da formatura prescrita pelo almirante sem autorização, no que foi replicado por Sir John que “sim foi [uma falha] , no entanto se você [Calder] alguma vez cometer tal deslize das ordens recebidas, vou perdoá-lo também”.[36] Mahan não poderia deixar de mencionar que a justificativa de se afastar das ordens recebidas não se colocou no sucesso obtido, mas nas condições do caso; e Sir John não era um chefe naval que desconhecia esse fato, nem chefe para esquecer que somente um homem em sua esquadra [Nelson] tinha visto o que fazer e ousado assumir a responsabilidade por seu ato[37].

Em carta a seu amigo Collingwood, Nelson escreveu o seguinte logo após o combate:

Meu querido amigo. O dito “Um amigo na necessidade é um amigo por certo”[38] é verdadeiramente correto pela sua mais nobre e galante conduta ontem [dia 14 de fevereiro] em impedir a perda do Captain; e eu peço, tanto como um oficial como um amigo, que receba meus mais sinceros agradecimentos. Eu não omiti em minha carta ao almirante [Jervis] os eminentes serviços do Excellent [navio de Collingwood].[39]             

Collingwood respondeu sua carta em um tom também amigável e terno:

Meu bom e querido amigo, primeiramente permita-me congratulá-lo pelo sucesso de ontem, no brilho que cobriu a Marinha Real e a humilhação que causou ao inimigo; e então permita-me congratular meu caro comodoro na atuação distinta que você sempre toma quando a honra e os interesses do país estão sendo avaliados…as maiores congratulações são devidas a você e ao Culloden. Você imaginou o plano de ataque; fomos apenas acessórios para a ruína dos Dons [espanhóis]…peço transmitir ao capitão Martin [comandante do Irresistible] meus cumprimentos[40].  

A notícia da vitória alcançou Londres em 3 de março de 1797 e medalhas e comendas foram distribuídas aos vitoriosos. Jervis, que havia sido notificado pelo rei Jorge III que seria elevado a barão, foi promovido a conde, levando o título sugerido pelo próprio rei de conde de St. Vicent. O segundo em comando, vice-almirante Sir Charles Thompson e o quarto, contra-almirante Sir William Parker foram declarados barões[41]. O terceiro em comando o vice-almirante Sir William Waldegrave, sendo já filho de conde, não recebeu qualquer título adicional. Três anos depois Waldegrave seria declarado par da Irlanda como barão Lorde Radstock[42].  Nelson, já aclamado herói da GB, recebeu o título de cavaleiro da Ordem do Banho, apondo antes de seu nome o título de Sir, passando a ser Sir Horatio Nelson. Além da aclamação do governo e da população inglesa, Nelson recebeu a notícia de que havia sido promovido a contra-almirante da Esquadra Azul em 20 de fevereiro.

Nelson contou, também, com o auxílio de seu amigo Sir George Elliot que a bordo da fragata HMS Lively acompanhou todo o combate. Elliot disseminou para a corte e o Parlamento as ações de Nelson, aumentando ainda mais sua reputação. Mahan, ao comentar as observações de Elliot, disse que “Elliot sabia melhor que ninguém que aquela ação não era esporádica, mas somente um sinal manifesto da sagacidade intuitiva, o estímulo e a energia sustentada, cujo fogo firme ele [Elliot] tinha visto deflagrar, sem diminuição de força ou mudança por dois anos de associação pessoal”.[43] O próprio rei Jorge III mudou sua opinião sobre Nelson, negativa desde a sua associação com seu filho o duque de Clarence. A partir daquele combate, Nelson passou a ser bem visto na família real.

Nelson escreveu para Lady Nelson dizendo que “apesar de poder sustentar apenas uma pequena casa, ainda contente, minhas medalhas e comendas são todas suficientes”[44]. Nelson buscava a glória acima de qualquer conquista, mesmo à material e as medalhas por ele auferidas eram a prova de que a honra fora preservada e adquirida. Sua atração por medalhas e comendas seria um ponto a ser observado por seus pares.

Logo após o combate, Jervis ainda no comando da esquadra determinou que Sir Horatio com três navios de linha patrulhasse as imediações de Cadiz, pois acreditava que estava para chegar um grande comboio proveniente da América carregado de tesouros. Até 12 de abril, Nelson permaneceu nessa estação, sem sinal dos mercantes espanhóis. Sua preocupação não estava em Cadiz, mas nas tropas inglesas ainda estacionadas em Elba.  Em carta para Jervis, Nelson assim se expressou:

Eu me esforçarei com os meios que tenho para cumprir seus desejos no bloqueio [a Cadiz]. Eu não tenho certeza se a esquadra espanhola estará pronta para ir para o mar nos próximos meses; e tenho o sentimento aguçado quanto a segurança de nosso exército posicionado em Elba. Se os franceses suspenderem com dois navios de linha, que tenho confiança que o farão, nossas tropas [em Elba] estarão perdidas e que triunfo seria para eles ![45]

Lorde St Vincent estava realmente preocupado com a saída da força espanhola remanescente, ainda um perigo potencial. Entretanto, depois de um tempo de espera, chegou a conclusão de que a possibilidade de uma incursão espanhola nos mares era remota, em razão principalmente da derrota ocorrida na última batalha contra ele. Dessa maneira autorizou que Nelson a bordo de seu adorado Captain, juntamente com o HMS Colossus de 74 canhões, do Leander um navio com 50 canhões e diversos navios transportes se dirigissem para Elba para retirar as tropas lá localizadas. Seu trânsito de ida e volta foi coroado de sucesso e apesar de ter cruzado com alguns navios de linha franceses no caminho, Nelson conseguiu trazer o comboio em segurança com os evacuados de Elba, chegando a Gibraltar nos primeiros dias de maio. A partir daquele momento, os britânicos estavam ausentes de todo o Mediterrâneo.

Um fato interessante descrito por Mahan, que não foi mencionado por Laughton, talvez por considerá-lo menor e não ser norte-americano, foi a proteção que Nelson providenciou a alguns navios mercantes dos EUA, temerosos de serem atacados por corsários franceses, com o beneplácido do governo republicano de Paris, embora teoricamente os EUA estivessem em paz com a França. O cônsul norte-americano agradeceu a proteção dispensada aos navios dos EUA, no que foi respondido por Nelson da seguinte forma “espero ter cumprido os desejos de meu rei, e desejo estreitar a harmonia que atualmente por felicidade existe entre as duas nações”.[46] Certamente esse era um ponto muito importante para Mahan, pois considerava a aliança da GB  e o seu país como um fato auspicioso para a civilização naquele final de século XIX. Por certo Mahan era um anglófilo.

No final do mês de maio, Nelson se uniu a Lorde St Vincent em frente a Cadiz trocando seu pavilhão para o HMS Theseus, já que o seu querido Captain estava tão avariado que só um reparo geral na Inglaterra o colocaria em ordem novamente.

St Vincent queria manter sua esquadra em contínua atividade, não só por estar em guerra com a Espanha e França, mas também pelas notícias dos grandes motins na RN que estavam ocorrendo nos navios das Esquadras do Canal e do Mar do Norte em Nore na Inglaterra, quando os marinheiros amotinados tomaram os navios em suas mãos.[47] St Vincent era um disciplinador por excelência e não permitiria qualquer motim ou insubordinação em sua esquadra. Nelson, por outro lado, mais flexível e solícito com seus marinheiros, considerava que, de alguma forma, eles até tinham razão em algumas de suas reclamações, no entanto daí para um motim contra os oficiais havia uma distância enorme. Disse Nelson “estou do lado inteiramente dos marinheiros em seus pedidos iniciais. Somos um conjunto [de homens] negligenciado e quando vem a paz somos vergonhosamente tratados; mas para os patifes[48] de Nore…estaria feliz de comandar um navio contra eles”.[49]

Dois marinheiros do HMS St George foram presos por incitarem o motim e foram rapidamente levados a julgamento por Lorde St Vincent. Na sentença foi proferida a pena de morte a ambos, a ser conduzida no domingo, um sacrilégio para os religiosos. O vice-almirante Thompson chegou a enviar uma carta a St Vincent o censurando por conduzir o enforcamento em “dia de Sabath”. Nelson, por seu lado, chegou a admitir o enforcamento dos amotinados em dia santo como o domingo, tal sua repulsa contra aqueles revoltosos.  Escreveu a St Vincent o seguinte: “congratulo-me com o senhor por encerrar o affair St George e eu (se me permite dizer) aprovo veementemente que isso [o enforcamento] seja conduzido rapidamente, mesmo que no domingo. Essa situação particular requer medidas extraordinárias”.[50] Pressupunha-se que o próprio Theseus, onde Nelson içou seu pavilhão, seria um alvo do motim, no entanto um papel assinado pelos principais marinheiros foi colocado no convés do navio com os seguintes dizeres “Sucesso continue com o almirante Nelson ! Deus abençoe o capitão Miller [comandante do Theseus] !Agradecemos pelos oficiais que foram designados para nós !”. [51] Em nenhum momento a ordem foi quebrada no Theseus. Tanto Laughton como Mahan enalteceram a atitude de Nelson nesse evento traumático para a RN[52].

Após esse fato lamentável, a esquadra britânica passou a bombardear Cadiz, de modo a forçar a saída da força espanhola para um segundo encontro no mar. O que isso provocou foi a saída de pequenas embarcações espanholas que tiveram a tarefa de fustigar e abordar os navios britânicos próximos ao porto. Nelson, como sempre destemido, a bordo de um barco com 13 marinheiros e o capitão Fremantle, entrou em combate com uma dessas embarcações espanhola com cerca de 30 inimigos e uma refrega ocorreu. Esse combate transformou-se em luta corpo a corpo com pistolas, espadas e sabres. Depois de minutos de combate acirrado, Nelson foi salvo por seu patrão de embarcação John Sykes que, embora gravemente ferido, continuou lutando.[53] Ao final desse encontro, morreram 18 espanhóis e seu comandante, Dom Miguel Tyrason caiu prisioneiro. Nelson, em seu relatório, cumprimentou o oficial espanhol por sua bravura. Diria Nelson que “foi durante esse período que talvez minha coragem pessoal foi mais conspícua que em qualquer outro período de sua vida”.[54] Apesar do bombardeio e dos combates individuais a esquadra espanhola não abandonou o porto.

Esse foi um período de alegria para Nelson. Era contra-almirante em função de comando no mar. Era ainda jovem, tinha 38 anos de idade, cheio de vigor e entusiasmo. Estava muito feliz com seu comandante o Lorde St Vincent. Era tudo o que sonhara. Em carta a Lady Nelson escreveu o seguinte:

A Lady Nelson…assegure-se minha querida Fanny de meu afetuoso amor mais perfeito e estima por sua pessoa e caráter, do qual mais conheço o mundo mais a admiro.O imperioso chamado da honra para servir o meu país é a única coisa que me mantém longe de você…não tenho um instante a perder. O almirante me disse que nada temo…Deus a abençoe e acredite-me seu mais afetuoso Horatio Nelson.[55]             

Em julho a esquadra de St Vincent recebeu a informação de que um grande navio mercante espanhol carregado de tesouros de Manilha estava estacionado em Santa Cruz de Tenerife. Imediatamente St Vincent determinou que Nelson a bordo do Theseus, juntamente com o HMS Culloden e Zealous, este último sob o comando do capitão Samuel Hood[56], um primo do almirante Hood, se dirigisse a Tenerife e atacasse essa possessão espanhola, apoderando-se desse valioso butim.

Esse evento traria conseqüências trágicas para Sir Horatio Nelson.


[1] Oficial de Marinha graduado em Ciências Navais pela Escola Naval (1978) . Graduado em História (UFRJ), com mestrado e doutorado em História Comparada (UFRJ) e pós-doutorado em Ciência Política pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Professor do Programa de Pós-Graduação em Estudos Marítimos da Escola de Guerra Naval. 

[2] MAHAN, Alfred Thayer. The Life of Nelson.v1  op.cit. p. 261.

[3] LAUGHTON, John Knox. Nelson.. op. cit. p. 84.

[4] MAHAN, Alfred Thayer. The Life of Nelson.v1  op.cit. p. 264.

[5] Idem.

[6] Em marinharia o mastro da mezena ou da gata possui diversas velas. Uma delas é a vela da gata que localiza-se no mastro da mezena ou da gata, a ré do navio. Essa ordem de Nelson significava diminuir a velocidade de modo a permitir o recolhimento de Hardy pelo navio. A ordem de Nelson em inglês foi “By God, I´ ll not lose Hardy ! Back to the mizzen-topsail !”. Fonte: LIMA, op.cit, p. 502 e PIOVESANA JUNIOR, op.cit, p. 42.  

[7] LAUGHTON, John Knox. Nelson.. op. cit. p. 84.

[8] MAHAN, Alfred Thayer. The Life of Nelson v1. op.cit. p. 267.

[9] Posicionar seu pavilhão no navio significa içar no mastro do navio em que Nelson se encontrava a sua bandeira indicativa de comodoro. Nos navios em que se encontram os almirantes são içadas bandeiras indicativas de seu posto e são designados como navios capitâneas.

[10] LAUGHTON, John Knox. Nelson.. op. cit. p. 85.

[11] MAHAN, Alfred Thayer. The Life of Nelson.v1  op.cit. p. 269.

[12] LAUGHTON, John Knox. The Nelson Memorial. op. cit. p. 55.

[13] Laughton utilizou a palavra ‘enormous’ para qualificar a superioridade britânica em relação aos espanhóis.

[14] Essa estória foi contada por Laughton em seu The Nelson Memorial. Fonte: LAUGHTON, John Knox. The Nelson Memorial. op. cit. p. 56.

[15] Ver a figura 1.

[16] LAUGHTON, John Knox. Nelson.. op. cit. p. 86.

[17] Ver Figura 1.

[18] MAHAN, Alfred Thayer. The Life of Nelson. op.cit. p. 271.

[19] Ver Figura 2.

[20] O comandante Berry foi o imediato (first lieutenant) do Captain até pouco tempo antes e fora promovido a mestre e comandante tendo se voluntariado para participar do combate. Fonte: MAHAN, Alfred Thayer. The Life of Nelson.v1  op.cit. p. 273.

[21] No mês seguinte Berry seria promovido a capitão novamente pelo seu honroso desempenho na batalha. Fonte: LAUGHTON, John Knox. Nelson´s Letters and Despatches. op. cit. p. 115.

[22] Eventualmente o contra-almirante espanhol ferido Don Francisco Xavier Winthuysen viria a morrer em razão de seus ferimentos. Fonte: LAUGHTON, John Knox. Nelson´s Letters and Despatches. op. cit. p. 117.  

[23] MAHAN, Alfred Thayer. The Life of Nelson v1  op.cit. p. 275.

[24] LAUGHTON, John Knox. The Nelson Memorial. op. cit. p. 61.

[25] LAUGHTON, John Knox. The Nelson.. op. cit. p. 88.

[26] Em razão de suas ações na batalha Sir William Parker foi elevado a barão em seguida. Fonte: LAUGHTON, John Knox. The Nelson Memorial. op. cit. p. 66. 

[27] LAUGHTON, John Knox. The Nelson Memorial. op. cit. p. 68.

[28] Ibidem, p. 67.

[29] MAHAN, Alfred Thayer. The Life of Nelson.v1  op.cit. p. 279.

[30] Relatório “A few remarks relative to myself in the Captain, in which my pennant was flying on the most glorious Valentine´ Day, 1797”. Fonte: LAUGHTON, John Knox. Nelson´s Letters and Despatches. op. cit. p. 115.

[31] Nelson utilizou a palavra ‘exertions’ que traduzida para o português pode ser ‘atividade vigorosa’ ou ‘esforço’. Preferiu-se ‘esforço’ que melhor retrata o contexto.

[32] MAHAN, Alfred Thayer. The Life of Nelson v1. op.cit. p. 281.

[33] Ibidem, p. 280.

[34] Ibidem, p. 282.

[35] O capitão Calder por seu desempenho no combate foi elevado em 3 de março de 1797 a cavaleiro da Ordem do Banho e transformado em Sir Robert Calder. Fonte: TRACY, op.cit, p. 69.

[36] Ibidem, p. 283.

[37] Idem.

[38] A expressão em inglês era ‘a friend in need, is a friend indeed’. A rima é perfeita e procurou-se transmitir a idéia da expressão, sem a preocupação da rima. Nelson apreciava particularmente essa expressão.

[39] Carta escrita por Nelson a Collingwood a bordo do HMS Irresistible em 15 de fevereiro de 1797. Fonte: LAUGHTON, John Knox. Nelson´s Letters and Despatches. op. cit. p. 117.

[40] Carta escrita por Collingwood a Nelson a bordo do Excellent em 15 de fevereiro de 1797. Fonte: Idem.

[41] LAUGHTON, John Knox. The Nelson Memorial.. op. cit. p. 69.

[42] TRACY, op.cit. p. 356.

[43] MAHAN, Alfred Thayer. The Life of Nelson.v1  op.cit. p. 285.

[44] MAHAN, Alfred Thayer. The Life of Nelson.v1  op.cit. p. 285.

[45] Carta escrita por Horatio Nelson para Lord St Vincent a bordo do HMS Captain em 11 de abril de 1797. Fonte: LAUGHTON, John Knox. Nelson´s Letters and Despatches. op. cit. p. 120.

[46] MAHAN, Alfred Thayer. The Life of Nelson.v1  op.cit. p. 289.

[47] Ibidem, p. 290.

[48] Nelson utilizou a palavra scoundrel traduzido para patife.

[49] Ibidem, p. 291.

[50] LAUGHTON, John Knox.  Nelson . op. cit. p. 95.

[51] Ibidem . op. cit. p. 94. Miller foi o mesmo oficial que comandou o Captain em St. Vicente.

[52] Existiu na atitude da tripulação do Theseus duas características do heroísmo de Nelson,  a admiração pelo sucesso do almirante Sir Horatio e a segurança psicológica ao serem subordinados a um chefe líder e razoável.  

[53] John Sykes ficou gravemente ferido nesse encontro, no entanto sobreviveu aos ferimentos. Morreria dois anos depois com um estilhaço de canhão. Fonte: Idem.

[54] MAHAN, Alfred Thayer. The Life of Nelson.v1  op.cit. p. 293. Pode-se perceber claramente que mais uma vez Nelson se expôs ao perigo, quase vindo a ser morto em combate singular.

[55] Carta de Sir Horatio Nelson para Frances Lady Nelson escrita a bordo do HMS Theseus em 29 de junho de 1797. Fonte: NAISH, op.cit, p. 327. 

[56] Provindo de uma família distinta formada por diversos oficiais de marinha, Samuel Hood distinguiu-se no comando de diversos navios, tendo comandado as fragatas HMS Juno e Aigle, antes do Zealous. Foi grande amigo de Nelson por toda a sua vida e teve importante participação na batalha do Nilo. Em 1806 viria a perder um braço em combate contra os franceses na Baía de Biscaia. Foi almirante e barão, falecendo como almirante em atividade comandando a Esquadra das Índias Orientais.Fonte:  LAUGHTON, John Knox. The Nelson Memorial. op. cit. p. 73.

*Imagem em destaque:

https://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Cape_St._Vincent_(1797)#/media/File:Surrender_of_the_San_Nicolas_at_St_Vincent.jpg

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