Os Espanhóis do Século XVII enfrentando os desafios dos mares da China

de

Equipe HMD

Texto do autor: Víctor Manuel Galán Lojista

A expansão dos espanhóis no Leste Asiático no século XVII foi limitada por suas poucas forças e pela energia demonstrada por seus rivais, como os holandeses. A separação de Portugal a partir de 1640, tão importante naquelas latitudes, também contribuiu para minar a sua posição.

Apesar disso, mantiveram o estratégico arquipélago filipino, tentaram se estabelecer em Formosa (atual Taiwan), empreenderam a colonização das ilhas Marianas e Carolinas e preservaram com razoável sucesso a rota do galeão Manila, de capital importância no Pacífico trade., ao qual os vice-reinados da Nova Espanha e do Peru estiveram muito atentos.

Por esta via, a valiosa prata da Nova Espanha chegava à China, sendo igualmente essencial para o comércio de outros países europeus com os chineses. Os espanhóis, que nutriam sonhos de conquista, acompanharam de perto os acontecimentos da queda da dinastia Ming, suplantada após não poucas batalhas pela dos manchus. Também não deixaram de notar o fechamento do Japão pelo governo dos shoguns, que toleraram muito poucos contatos com os holandeses em Nagasaki, e a aniquilação do catolicismo japonês. Comerciantes e produtos da China e do Japão chegavam a Manila todos os anos. Em ambos os países, as Filipinas incitaram o desejo de conquista, e não apenas entre seus governantes.

Suas disputas internas favoreceram o surgimento de forças de guerreiros, em inúmeras ocasiões fora da lei, que tentaram a sorte na pirataria. Os holandeses contrataram seus serviços, principalmente a partir de 1624, como mercenários, pois estavam empenhados em dominar a Indonésia e lutar com a coroa espanhola. O uso da contratação de mercenários estava profundamente enraizado na Europa da época, onde se travava a Guerra dos Trinta Anos, e os espanhóis já haviam pensado em usar as proezas militares dos samurais japoneses para conquistar a China no final do século XVI.

Em território chinês, ergueu-se em seu empório o Amoy ou Xiamen entre 1628 e 1631, onde o comércio com os europeus já florescia desde o século anterior. A partir daí foram mantidas relações comerciais com Formosa, de grande proveito. Dá uma ideia da força de tais pessoas que antes da queda dos Ming já assediavam os portugueses em Macau.

A perda das posições de Formosa para os holandeses em 1642 não poupou as preocupações espanholas. À sua hostilidade somavam-se os perigos vindos da China.

Em 1659, o empreendedor Zheng Chenggong (o pirata Koxinga de nossas fontes) falhou em garantir o controle de Nanquim para os Ming, em guerra com os manchus ou tártaros de informantes espanhóis, e partiu para conquistar Formosa. Com os Manchus, ele travou uma grande batalha por Xiamen. Ambos os contendores colocaram cerca de 1.200 unidades navais em ordem de batalha, segundo informações recebidas nas Filipinas, ouvindo o canhão vindo do continente. A sorte então foi contra os manchus, que recuaram em boa formação e conseguiram transportar um grande número de cadáveres para Nanquim. Os informantes espanhóis não paravam de ponderar que os manchus enviaram uma força de 100.000 cavaleiros de Pequim, uma cifra que parecia improvável para quem não sabia coisas sobre a China.

Os homens de Zheng Chenggong expulsaram os holandeses de Formosa e tomaram seus domínios, enquanto os manchus ganharam poder no continente. Os champanhes que vieram da China para as Filipinas trouxeram notícias preocupantes para os espanhóis. Manchus e holandeses uniram forças contra os chineses de Formosa, que foram vitoriosos em vários confrontos.

O problema para as Filipinas espanholas não era pequeno. Em 1666 temia-se que o poder de Formosa pudesse se desencadear contra eles, mas em 1668 também se desencadearam temores quando foi divulgada a notícia da paz com os holandeses e manchus. Um novo Formosa holandês não era um perigo pequeno. Em 1683, os manchus conseguiram apoderar-se dos seus domínios e um novo tempo histórico começou nos mares da China.

Para saber mais: https://www.historiarum.es/news/los-espanoles-del-xvii-ante-los-desafios-de-los-mares-de-china-por-victor-manuel-galan-tendero/?fbclid=IwAR1EXH8VHLMgdzxuUNKwleSes35DRdc0RCdVmZdmFI4-CtyDEkrKaV1peNk#.Y86q1BezzkI.facebook

Imagem de Destaque: Archivo General de Indias. Filipinas, 9, R. 2 y  3, N. 34 y 48.

Fonte

https://www.historiarum.es/news/los-espanoles-del-xvii-ante-los-desafios-de-los-mares-de-china-por-victor-manuel-galan-tendero/?fbclid=IwAR1EXH8VHLMgdzxuUNKwleSes35DRdc0RCdVmZdmFI4-CtyDEkrKaV1peNk#.Y86q1BezzkI.facebook

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