Os U-boot na Primeira Guerra Mundial

de

Prof. Dr. Ricardo Pereira Cabral

Antecedentes

Após a unificação da Alemanha, em 1870, ficou bem evidenciada a necessidade de organização de uma esquadra poderosa o suficiente para defender os interesses germânicos e dissuadir as outras potências navais do período, como o Reino Unido, a França e a Rússia.

No fim do século XIX, o Império Alemão dá início há um amplo programa de construção naval, desequilibrando a balança de poder naval, que até então favorecia aos britânicos.

Inicialmente, os alemães desenvolveram seus submarinos como uma arma defensiva, para serem usados contra os navios de superfície atuando em um bloqueio naval. Uma vez submerso o submarino era, naquele momento, uma ameaça indetectável que munido de torpedos autopropulsionados podiam fazer um grande estrago nas forças de superfície, apesar de suas limitações como a baixa velocidade, a precisão, a sua blindagem entre outros aspectos.

Em 1913, os alemães comissionaram várias classes de submarinos, vou destacar alguns, como a classe Type  SM U-19. Estes deslocavam 650 ton na superfície e 837 ton submersos, com um comprimento de 64 m, dois motores a diesel de 8 cilindros que lhe davam uma velocidade 15 nós na superfície e 9.5 nós submerso, um alcance na superfície de 9.700 milhas a 8 nós ou 80 milhas a 5 nós submerso, podiam descer a uma profundidade de 50 m, seu armamento se constituía de 6 torpedos, 1 canhão de convés de .30 ou .45 e uma metralhadora, sua tripulação era de 4 oficiais e 31 praças. A Marinha Imperial alemã construiu 13 deles.

Outras classes de submarinos movidos com motores a diesel construídas foram: o SM Type U-23 (1), SM Type U-27 (1), SM Type U-31 (11), SM Type U-43 (1), SM Type U-51 (1), SM Type U-57 (1), SM Type U-63 (1), SM Type U-63 (5), SM Type Mittel U (46).

Ao alemães construídos também submarinos movidos a querosene (a maioria  operado pelo Império Austro-Húngaro), com várias especificações, tais como costeiros, mineiros e de longo alcance (“submarinos mercantes”, foram construídos apenas 3). No total, reunindo outras classes de submarinos não listados aqui foram produzidos 329 submarinos pelos estaleiros a serviço da Kaiserliche Marine (Marinha Imperial).

Entre esse ressaltamos o SM U-17 deslocava 584 ton na superfície e 691 ton submersos, com um comprimento de 62 m, dois motores movidos a querosene de 2 tempos que lhe davam uma velocidade 14.9 nós na superfície e 9.5 nós submerso, um alcance na superfície de 6.700 milhas a 8 nós ou 75 milhas a 5 nós submerso, podiam descer a uma profundidade de 50 m, seu armamento consistia de 6 torpedos, 1 canhão de convés de 50 mm ou e uma metralhadora .45, sua tripulação era de 4 oficiais e 25 praças.

Uma outra classe de submarino que merece destaque é a SM Type Mittel U, construídos de 1915 a 1919 e era um grande avanço em relação as outras classes. Deslocavam 808 ton na superfície e 1.160 submersos, com um comprimento de 70 m, dois motores a diesel que lhe davam uma velocidade 16.8 nós na superfície e 9 nós submerso, um alcance na superfície de 11.200 milhas a 8 nós ou 56 milhas a 5 nós submerso, podiam descer a uma profundidade de 50 m, seu armamento constituía-se de 16 torpedos, 2 canhões de 105 mm e 88 mm (um na proa e outro na popa, alguns submarinos só tinham o canhão de 105 mm), sua tripulação normalmente, era de 4 oficiais e 31 praças, mas podiam chegar a 39. Eram um submarino bom de mar e seu design foi aproveitado no Type IX da Segunda Guerra Mundial.

A estratégia Alemã e Britânica

A estratégia inicial alemã era desgastar a Royal Navy (RN) realizando incursões com seus cruzadores, contratorpedeiros e submarinos, atacar o comércio marítimo britânico com seus corsários (navios mercantes armados, cruzadores disfarçados e submarinos) e atrair os esquadrões RN para armadilhas onde seriam travadas pequenas batalhas em que estariam em superioridade ou para regiões minadas e com submarinos à espreita. Essas ações permitiriam que, em um futuro próximo, a Esquadra de Alto Mar alemã engajasse a Grande Esquadra britânica em condições iguais. Enquanto esse momento não chegava os alemães adotaram a estratégias de esquadra em potência (ficavam nos portos, prontos para saírem para o mar) e guerra de corso.

A fim de bloquear a esquadra alemã, a Royal Navy concentrou grande parte da Esquadra na Base Naval de Scapa Flow, nas Ilhas Orney, e em pontos da Escócia. Os esquadrões da RN de encouraçados e cruzadores, escoltados por contratorpedeiros ficavam patrulhando as saídas do Báltico de da Base Naval de Wilhelmshaven (localizada no Mar do Norte, no estado da Baixa Saxônia). Os submarinos britânicos também faziam suas patrulhas, bem como a aviação. Além disso, a RN dividiu a responsabilidade da segurança das linhas de comunicação com os franceses (e depois italianos), no Mediterrâneo, e no Canal da Mancha, mantendo esquadrões de navios couraçados (pré-Dereadnough) reforçados por encouraçados e cruzadores em cada região. O objetivo de guerra britânico era destruir a esquadra alemã em uma batalha decisiva e obter o domínio do mar. O bloqueio visava enfraquecer as capacidades econômicas e a população alemã.

Guerra naval irrestrita

No início de 1914, o Reino Unido deu início ao bloqueio naval ao Império Alemão e declarou o Mar do Norte, Zona de Guerra e que qualquer navio que entrasse naquele mar o fazia por sua conta e risco. O bloqueio era muito restrito e proibia inclusive o transporte de alimentos. Tal medida desagradou a vários países.

A ameaça combinada representada pelos submarinos, minas e contratorpedeiros forçou a Royal Navy a abandonar a tática de estabelecer um bloqueio cerrado nos portos alemães e optar pelo bloqueio afastado, tendo como base principal Scapa Flow, nas ilhas Orkney, e outas secundárias na Escócia e na Inglaterra.

Em 4 de fevereiro de 1915, veio a resposta alemã estabeleceu o mesmo no entorno das ilhas britânicas, da Irlanda e do Canal da Mancha, somente a navegação para o norte das ilhas Shetland, nas partes orientais do Mar do Norte e através de uma zona de trinta milhas náuticas de largura ao longo da costa holandesa não serão alvo de ataques. Outras excessões era navios hospitais, transporte de ajuda humanitária e de refugiados entre outras exceções. Com a força de superfície bloqueada em seus portos, os alemão se valeram dos submarinos para atacar as linhas de comunicação marítima britânicas.

A campanha submarina

No início da guerra, a principal vantagem do submarino era a ocultação, pois ao submergir, os navios de superfície não conseguiam detectálo, além de não disporem de nenhum meio de ataque, enquanto que o submarino podeira afundar um navio de guerra blindado com apenas um torpedo.  As desvantagens do submarino sua baixa velocidade, pequena blindagem e quando submersos estavam “cegos”. Para serem eficientes no ataque, precisavam se posiconar antes, a fim de terem tempo de lançar o torpedo. Os navios de superfício sabendo disso, navegam em velocidades superiores e em zigue-zague.

No Mar do Norte, os submarinos alemães tinham como principal base Heligoland, no estado de Schleswing-Holtein, e já em agosto logo no início da guerra saíram patrulha para atacar a Royal Navy. No início da campanha, os U-boot afundaram 1 encouraçado, 3 cruzadores-blindados, 1 cruzador de escolta, 1 cruzador-protegido, 1 couraçado e 1 submarino, mas perderam 5 submarinos. Nesta campanha, foi a primeira vez em que um submarino (o U-27 alemão) afundou outro (o E3 britânico).

HMS E-3
https://en.wikipedia.org/wiki/HMS_E3

A guerra de corso era uma das táticas utilizadas pelos alemães, no início da guerra a Marinha Imperial empregou cruzadores e mercantes armados, esporadicamente os submarinos atacaram mercantes. Neste aspecto da campanha, os U-boot se mostram muito eficientes, logo em 1914, sem um plano para uma ofensiva contra o comércio marítimo aliados ou sendo uma prioridade de alvo em suas patrulhas, os submarinos alemães afundaram 19 mercantes.

As operações navais contra o comércio marítimo tinham regras que eram aplicadas para todas as embarcações civis, mesmo dos países hostis, não podiam ser afundadas, sem um alerta e as tripulações não podiam ser abandonadas em alto mar, sem botes salva vidas. Navios de países neutros, de passageiros ou mercantes, eram praticamente intocáveis e não podiam ser afundados, ainda que estivem levando bens proibidos para os beligerantes. Navio de passageiros não podia ser afundado sob hipótese alguma.

No caso dos submarinos, estes deveriam emergir, fazer parar o navio, revistar, acolher a tripulação e depois afundar o navio. Todas essas medidas eram praticamente inexequíveis para os submarinos, já que ficariam muito expostos a ação do inimigo e não tinham como acomodar a tripulação de um navio mercante. Como não era possível cumprir as leis internacionais e o código de conduta, os U-boot simplesmente passaram a atacar os mercantes (com canhões ou torpedos) sem qualquer aviso.

No início de 1915, os alemães transferiram cerca de 20 submarinos para a base de Osted (Bélgica) e iniciaram o bloqueio naval empregando submarinos. Os alemães atacavam sem aviso e em várias ocasiões muito próximos (ou mesmo dentro) da faixa declarada segura. Esses ataques provocaram indignação mundial contra os alemães.

Até que em 7 de maio de 1915, o cruzeiro britânico RMS (Royam Mail Ship) Lusitania foi torpedeado pelo U-20, a 21 km da Old Head of Kinsale, Irlanda, e afundou, provocando a morte 1.198 foram mortas, sendo 128 cidadãos norte-americanos. O governo do Presidente Woodrow Wilson reagiu duramente, advertindo que qualquer outro afundamento de navio ou com cidadãos norte-americanos seria considerado um ato hostil. Estava aberto o caminho para a entrada dos Estados Unidos na guerra.

A partir desse incidente, os submarinos alemães passaram a ser mais cuidadosos no ataque aos mercantes e as operações de corso foram praticamente suspensas. Com um parte da frota de submarinos ociosa, o Almirantado alemão decidiu intensificar suas ações contra os navios de guerra aliados, ampliando suas patrulhas para o Mar Mediterrâneo, Mar Negro, Atlântico Norte e Mar Ártico, obtendo muito sucesso.

Em 1916, o Almirante Reinhardt Scheer, comandante da Esquadra de Alto Mar, passou a empregar os submarinos contra a Grande Esquadra, atraindo os esquadros em patrulha para armadilhas a fim de desgastar os britânicos. No entanto, a Batalha de Jutlândia (31/5 a 1/6/1916) mostrou os limites da utilização dos submarinos, em ações que envolviam a perseguição aos encouraçados e cruzadores navegando em grandes trechos do mar e em altas velocidaes. Estes fatores reduziram a vantagem dos submarinos que era o fato de se manterem ocultos pré-posicionados em determinados pontos da rota ou em uma região específica onde emboscariam os navios de superfície britânicos atraídos pela Esquadra de Alto Mar e/ou seus esquadrões.

Neste mesmo ano, a guerra tinha chegado a um impasse, na avaliação do Estado-Maior Imperial enquanto os Aliados, e em especial, o Reino Unido, estivessem recebendo matérias-primas e reforços, e movimentando tropas e suprimentos para as frentes de batalha, não seria possível derrotá-los. Aliás, a situação estava se tornando favorável aos Aliados, devido ao aumentos dos efetivos e a possibilidade de uma ofensiva aliada bem sucedida era real. Na visão do Alto Comando, a Marinha Imperial Alemã não tinha como derrotar a Marinha Real Britânica em um batalha decisiva, sem sofrer pesadas perdas, que não lhe permitiriam uma impor a superioridade naval. Além disso, um quadro de escassez de recursos estava se configurando, debilitando a população e as Forças germânicas. O bloqueio naval Aliado estava surtindo efeito.

Diante desse cenário, o Alto Comando aconselhou o Kaiser Guilher II a retomar a guerra submarina irrestrita.  Diante da possibilidade da entrada dos Estados Unidos na guerra ao lado dos aliados, os argumentos era de que os norte-americanos levariam pelo menos um ano para organizar um forçar expedicionária e ainda teriam que atravessar o Atlântico para combater. Outro fator que pessou na decisão alemão foi o fato de que o apoio norte-americano (alimentos, máquinas, combustiveis, suprimentos diversos e até mesmo de voluntários) estava ocorrendo de forma aberta. A implementação da guerra submarina irrestrita, possibilitaria a Marinha Imperial combater o envio de suprimentos pelo mar e retaliar essa política dos Estados Unidos que feria as leis de neutralidade.

Em 31 de janeiro de 1917, o Kaiser Guilherme II anunciou o início da guerra submarina irrestrita ao Aliados a partir de 1 de fevereiro de 1917.

No início de 1917, a Alemanha tinha no inventário 105 submarinos prontos para o combate a partir de 1º de fevereiro, a sua distribuição era a seguinte: 46 na Frota de Alto Mar; 23 na Flandres; 23 no Mediterrâneo; 10 no Báltico; e 3 em Constantinopla. A construção de novos submarinos garantia que, apesar das perdas, pelo menos 120 submarinos estariam disponíveis para o anoo de 1917. Inicialmente, a campanha foi bem sucedida, foram afundados cerca de 500 mil ton de navios em fevereiro e março, 860 mil ton em abril, mais de 600 ton em maio, 700 mil ton em junho, Na avaliação do Almirantado alemão, os britânicos não consegueriam suportar tantas perdas, pois a economia estava sendo estrangulada e isso logo seria sentido nos campo de batalha. O rito de afundamento era de 25%, muito acima da capacidade de reposição, fora a perda de pessoal cada vez de difícil reposição. Por outro lado, a Marinha Imperial alemã havia perdido apenas nove submarinos nos primeiros três meses da campanha.    

As perdas britânicas foram maximizadas devido a resitência do Almirantado em adotar o sistema de comboios, medida só tomada em 27 de maio. Mesmo com a chegada de reforços dos contratorpedeiros norte-americanos (a apartir de abril) as perdas chegaram a 500 mil ton em julho. A adoção dos comboios e de outras medidas antisubmarino, alevaram as perdas entre 300 mil ton e 500 mil ton, peadas mais de certa forma um alivio, ainda mais contanto com a máquina industrial norte-americana.

O sistema de comboios conjugado com o reforço das patrulhas de contratorpedeiros aumentou as perdas dos U-boot para uma faixa entre 5 e 10. Outras medidas de coordenação do transporte marítimo e de patrulhamento das linhas de comunicação permitiram manter sob controle o ritmo de perdas. De novo a onda da guerra virou, neste novo momento da guerra, era a Alemanha que estava em dificuldades de repor suas perdas (61 submarinos afundados) devido a falta de mão-de-obra, de material e o tempo de treinamento das tripulações. A fim de diminuir suas perdas os alemães começaram a constituir grupos de submarinos (algo parecido com as “matilhas” utilizadas por Donitz na Segunda Guerra Mundial) para atacar os comboios. No entanto, a tecnologia da época era muito limitada, pois esse tipo de operação exigia um alto grau de coordenação e controle, além de comunicações rádio de melhor qualidade das que existiam na época.

As condições de vida a bordo de um U-boot

As condições de vida em um submarino da Primeira Guerra Mundial eram muito difíceis e chegavam muito perto de serem insalubres, sem mencionar o ambiente claustrofóbico e a tensão durante as patrulhas. A disciplina de ruídos era constante, principalmente, quando em combate. Os submarinos eram muito estreitos e o espaço disponível era mínimo, privacidade? nem pensar, mesmo capitão tinha um cubículo como camarote, o dormitório de oficiais e praças era estreito, dependendo do modelo de submarino os homens só podiam deitar de lado e não havia camas suficientes para todos (mais ou menos 1/3 da tripulação, já o regime de trabalho era por quartos de hora), uma parte da tripulação dormia em redes na sua estação de trabalho, a mesa de refeições eram nos corredores (inclusive o refeitório dos oficiais). A alimentação? A capacidade de transportar alimentos era bastante limitada, a cozinha era exígua, a comida produzida em fogões elétricos que não produziam temperaturas elevadas, era de má qualidade, a dieta era pobre. A temperatura era elevada na sala de máquinas e os gases que saíam de lá contaminavam a todo o submarino. A higiene? A água era limitada e seu consumo bem controlado, só havia um banheiro a bordo, não havia chuveiros ou instalações para banho ou para higiene pessoal. A maioria dos homens ficava semanas sem ver o sol ou respirando ar fresco. O espaço para uniformes, roupa de baixo, meias etc era mínimo.  Lembro que os tripulantes viviam nessas condições de 3 semanas a 6 meses, ou seja, durante as patrulhas e que quase metade dos U-boot foi afundado na Primeira Guerra Mundial, daí serem chamados de “eiserne schatullen“ (caixões de ferro)

A guerra anti-submarino

Os Aliados tomaram uma série de medidas para defender suas rotas de comunicação marítimas: armar navios mercantes com canhões ocultos (os navios Q que afundaram 14 U-boots na guerra) ou com canhões (mercantes que instalaram canhões com a guarnição da Marinha), orientar os mercantes no sentido de colidir com os submarinos a fim de abalroa-los, organizar comboios escoltados por contratorpedeiros e submarinos, adoção da camuflagem dazzle, das cargas de profundidades (a partir de 1916), mais número de patrulhas antissubmarino, adoção de hidrofones e a colocação redes e minas em redor das bases de U-boot.

https://byrdwords.wordpress.com/2015/04/20/q-is-for-q-ship/

Em 1918, os aviões começaram a escoltar os comboios, apresentando desde o início de seu emprego grande eficiência. Os ingleses desenvolveram uma classe de submarinos dedicados a caçar de submarinos, a classe R, de alta velocidade submerso e dotados de um sofisticado sistema de hidrofones.

Os ingleses construíram 10 submarinos da Classe R, nos anos de 1917 e 1918 e era um grande avanço em relação as outras classes, não tinham tanques de lastro externo e tinham a forma de fuso. Deslocavam 420 ton na superfície e 500 submersos, com um comprimento de 50 m, um motor a diesel e outro elétrico para baixa velocidade, sua velocidade máxima era de 9.5 nós na superfície e 14 nós submerso, suas baterias demoravam um dia para carregarem e só tinham autonomia de apenas uma hora, seu armamento constituía-se de 18 torpedos, sua tripulação normalmente, era de 2 oficiais e 20 praças.  No entanto, tinha defeitos que só seriam solucionados na década de 1930, eram difíceis de manobra

As contra-medidas aliadas deram resultado e em meados de 1918, as perdas de submarinos atingiram níveis inaceitáveis. No início do outono deste ano ficou evidente que as Potências Centrais não poderiam vencer a guerra.

Durante as negociações para o armistício, os Aliados obrigaram os alemães a encerarem todas as operações com os U-boots e que estes deveriam retornar aos seu portos de origem. Na assinatura do tratado de paz, ss Aliados estipularam que todos os submarinos em condições de navegar deveriam ser entregues a eles e os que estavam sendo contruídos ou reparados em estaleiros, deveriam ser desmantelados. Mais de 160 U-boats se renderam em Harwich, Essex, em novembro de 1918.

Conclusão

Durante a guerra de corso, os alemães empregaram 351 U-boot. Estes afundaram cerca de 5.700 mercantes, 104 navios de guerra, 61 Q-ships, 42 navios de guerra danificados e cerca de 15 mil marinheiros mortos. Enquanto que os alemães perderam 178 submarinos, 515 oficiais e cerca de 4.9 mil marinheiros. 

29 comandantes de submarinos foram condecorados com a medalha Pour le Mérite, a mais alta condecoração alemã para oficiais e 12 tripulantes a Goldene Militär-Verdienst-Kreuz, o mais alta condecoração para suboficiais e praças.

https://pt.wikipedia.org/wiki/SM_U-35
O SM U-35 do capitão-de-corveta Lothar von Arnauld de la Perière

Os comandantes de U-boats mais bem sucedidos da Primeira Guerra Mundial foram o capitão-de-corveta Lothar von Arnauld de la Perière (afundou 189 navios mercantes e duas canhoneiras com 446.708 toneladas), o capitão-tenente Walter Forstmann (afundou 149 navios com 391.607 toneladas) e o capitão-tenente Max Valentiner (afundou 144 navios com 299.482 toneladas). Seus recordes não foram superados em nenhum conflito posterior.

Apesar do sucesso, os U-boot não foram capazes de reduzir a grande vantagem numérica da Grande Esquadra, nem de provocar uma redução do comércio marítimo Aliado por um longo período. No final da guerra, as contramedidas tomadas pelos Aliados provocaram um grande número baixas na força de submarinos da Esquadra Imperial alemã, praticamente, inviabilizando a ofensiva submarina.

Imagem de Destaque: https://stringfixer.com/pt/SM_U-9

Sites consultados

http://jmbp1969.blogspot.com/2015/05/articulo-xviii-la-primera-guerra.html

https://jaquo.com/ww1-u-boat-life/

https://stringfixer.com/pt/SM_U-9

https://en.wikipedia.org/wiki/U-boat_campaign#American_waters

https://en.wikipedia.org/wiki/U-boat#World_War_I_(1914%E2%80%931918)

https://uboat.net/

Recomendo o Link para vídeo de época no Youtube sobre os U-boot: https://www.youtube.com/watch?v=ZUNVKWydEeg. Duração 10:19 min.

Bibliografia

BENBOW, Tim. History of world War I: Naval Warfare 1914-1918; From Coronel to the Atlantic and Zeerugge. Londres: Amber Books Ltd, 2014.

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HART, Peter. A Grande Guerra 1914-1918. Rio de Janeiro: Bibliex, 2019.

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STEVENSON, David. 1914 1918. A História da Primeira Guerra Mundial. São Paulo: Novo Século, 2016.

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Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.

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