Special Boat Service (SBS)

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O SBS é um regimento dos Fuzileiros Navais da Royal Navy criado em 1940 para realizar infiltração nas linhas inimigas a partir do mar. O SBS original faziam operações de comandos, demolições, reconhecimento e treinamento de tropas de países amigos.

O regimento teve diversos nomes e suas capacidades foram sendo ampliadas. Atualmente, além das missões acima citadas, foram acrescidas ações contraterrorismo nos ambientes marítimos, anfíbios e ribeirinhos, ações de inteligência, direção de ataques aéreos e artilharia.

Suas missões tem alto grau de sigilo.

Durante a Segunda Guerra Mundial participou de várias missões no Mediterrâneo, nas ilhas gregas (Dodecaneso e Cyclades), em Rhodes, Creta, no Peloponeso, da Operação Tocha e em Salermo. Um grupo foi enviado ao sudeste Asiático e operou na Campanha da Birmânia.

Após a guerra o serviço foi extinto. Em 1946, foi criada a Escola de Operações Combinadas de praia e Seção de Barcos. Neste mesmo ano, o tenente-coronel Blodie Hasler escreveu um artigo “Normas Gerais para o uso de Partes Especiais”. A partir desse artigo o major Norman Tailyour, Instrutor Chefe da escola, e experiente operador de comandos, estabeleceu as Seções de Barcos Especiais dos Fuzileiros Navais Reais assumindo as missões propostas por Hasler.

No pós-guerra o SBS, teve seu batismo de fogo na Palestina, em seguida operou na Guerra da Coreia, realizando infiltrações a partir de submarinos. As equipes do SBS fizeram várias missões pontuais. Em 1973, receberam a designação de Special Boat Service.

Em 1982, o SBS junto SAS realizaram uma série de missões na campanha de reconquista das ilhas Falklands e Geórgia do Sul. O SBS operou com muito sucesso atrás das linhas inimigas e foi um dos destaques da Guerra das Falklands.

Em 1987, eles foram renomeados para Special Boat Service e se tornaram parte do Grupo de Forças Especiais do Reino Unido (United Kingdon Special Force) ao lado do Special Air Service e da 14ª Companhia de Inteligência.

Em 1991, durante a Guerra do Golfo, operaram infiltrados destruindo as comunicações iraquinas, localizando lançadores de mísseis Scud, fazendo ataques diversionários e libertaram a Embaixada Britânica na cidade do Kuwait.

Em 1999, fizeram parte da Força de Resposta da Força Internacional para Timor Leste (INTERFET), realizando uma série de missões de reconhecimento e de combate.

Em 2000, atuaram na operação de resgate de cidadão britânicos em Serra Leoa.

A partir de 2001 até 2021(?), as equipes do SBS atuaram cumprindo diversas missões de reconhecimento e combate, que incluiu captura e assassinato de lideranças dos Talibãs no Afeganistão, como dos mulás Dadullah e Abdul Matin. Suas ações nas batalhas de Tora Bora, de Quala-i-Jangi, na captura do aeroporto de Bagran, combates no vale do Shah-i-Kot, desginação de alvos, levantamento de inteligência, além de apoiar unidades norte-americanas e britânicas operando no Afeganistão. Aqui representou um volta de tropas britânicas que operaram no país no século XIX e na primeira metade do século XX.

Desde 2003 até a retirada britânica, times do SBS também atuaram no Iraque, executando missões semelhantes as do Afeganistão.

Em 2011, fizeram um operação de resgate na Líbia e em 2012, na Nigéria e em 2019, no Iemên.

Estrutura e organização atual

O SBS tem um efetivo, não confirmado, de 250 operadores, não se tem noticia de integrantes mulheres.

O serviço é organizado em 4 esquadrões, C, M, Z e X, se constiuem de 4 times composto por 16 homens, que por sua vez podem operar em equipes de 2, 4, 8 ou todos os 16, dependendo da missão. Cada esquadrão é comandado por um Major (Royal Marines) ou Tenente-Comandante (Royal Navy). Existe também um SBS Reserva cujo contingente é ignorado.

Os componentes do SBS são especialistas em natação, mergulho, paraquedismo, navegação, demolição e reconhecimento. A seleção é considerada uma das mais difíceis das Forças Armadas britânicas.

Existe uma rotação dos esquadrões no cumprimento das missões de contraterrorismo, operações especiais e tarefas mais convencionais.

Conclusão

O Special Boat Service, da Royal Navy, é considerado uma das melhores forças especiais do mundo devido ao seu alto grau de eficiência (algo difícil de se comprovar).

As operações do SBS, bem como do SAS,  são consideradas secretas e não são comentadas pelo Ministério da Defesa, daí a dificuldade de se confirmar as informações e por isso o serviço é fonte de especulações e controvércias.

Em missão os times do SBS tem liberdade de ação para atingir seu objetivo, ou seja, seus operadores tem “license to kill”, como o seu ficcional membro o Commander James Bond. Literatura e cinema à parte. Os membros do SBS são empenhados em missões conjuntas com os serviços de inteligência britânicos e com o Special Air Service.

Imagem de Destaque: https://www.independent.co.uk/news/uk/home-news/special-boat-service-a-force-never-far-from-the-front-line-of-controversy-7547451.html

Links

BROWN, Jonatan. Special Boat Service: a force never far from the front line of controversy. Link; https://www.independent.co.uk/news/uk/home-news/special-boat-service-a-force-never-far-from-the-front-line-of-controversy-7547451.html

PARKER, John. SBS. The Inside Story of the Spcial Boat Service. Surrey: Headline Book Publishing, 1997.

Read, Jamie. 5 members of the UK’s Special Boat Service wounded fighting Britain secret war in Yemen. Link: https://sofrep.com/news/5-members-of-the-uks-special-boat-service-wounded-fighting-britains-secret-war-in-yemen/

Special Boat Service – SBS (Serviço Especial De Embarcações). Link: https://www.tropasearmas.com/UK_SBS-2.htm

WHARTON, James. SBS – All The Gen. Link: https://www.forces.net/services/special-forces/sbs-all-gen

Tradução e adaptação: Prof. Dr. Ricardo Cabral

Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.

1 comentário em “Special Boat Service (SBS)”

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