A Batalha de Soledar

de

Rodolfo Queiroz Laterza¹ e Ricardo Cabral²

1. Introdução

Nas duas primeiras semanas de janeiro de 2023, as batalhas por Soledar e Bahmut desenvolvidas entre as Forças Armadas da Ucrânia (FAU) e as forças russas compostas por agrupamentos heterogêneos de unidades de combate ganhou destaque nas análises da guerra da Ucrânia, devido ao nível de escalada de confrontos e importância estratégica nessas cidades industriais, situadas na oblast de Donetsk.

Em 13 de janeiro 2021, o Ministério da Defesa da Russia e o proprietário da Companhia Militar Privada Wagner (ou Wagner Group ou Wagner Private Military Company)  Dmitry Podgozhrin  anunciaram a expulsão das unidades militares ucranianas na cidade de Soledar.

As batalhas por Soledar se iniciaram em agosto do ano passado, após a queda de Popasnaya por unidades de combate da PMC WAGNER.

Até meados de dezembro, as batalhas se situavam no eixo central da cidade e em uma mina de sal, sem avanços tangíveis por parte das forças russas, que sofriam forte resistência das FAU, que empregaram diversos batalhões de outros setores do Teatros de Operações para reforçar a defesa de Soledar.

O reagrupamento e remanejamento contínuo de unidades de combate ucranianas de áreas como Kherson e Zaporizhzhia expôs a importância estratégica da cidade para a Ucrânia.

Este ensaio faz uma avaliação tático-operacional da conquista de Soledar pelas as forças russas e seus reflexos no setor de Donbass.

https://twitter.com/TheStudyofWar/status/1614817849171709952/photo/2

2. A relevância estratégica de Soledar

A cidade tem um grande número de empreendimentos industriais. No Período soviético Soledar a unidade fabril de Artyomsol, produzia mais de 40% do sal da ex- URSS. A cidade, portanto, se estruturou sobre minas de sal, havendo túneis profundos, cuja extensão, segundo várias estimativas, chega a 200 km.

Estes túneis tiveram importância crucial para as FAU, ao longo das batalhas pelo controle da cidade. Os ucranianos penetrarem na retaguarda das tropas russas que tentavam avançar, principalmente através do emprego já comum de destacamentos móveis de reconhecimento (DRGs), os quais buscavam retardar os avanços das unidades russas através de atentados atrás das linhas inimigas e designação de alvos relevantes para as barragens de artilharia da Ucrânia.

A própria cidade era de importância estratégica para o exército ucraniano pois usaram as minas de sal para armazenar armas e munições. Inclusive, ressaltamos que estas minas profundas mantinham as armas e munições das unidades de combate ucranianas longe de ataques diretos da aviação tática e dos sistemas de artilharia russos. Pode-se afirmar que grande parte do agrupamento do setor de Donetsk das Forças Armadas da Ucrânia era desdobrado a partir de Soledar, a qual servia como relevante ponto defensivo e logístico.

Além disso, controlar Soledar é importante, pois, junto com as cidades de Artemovsk (Bahmut) e Seversk, faz parte da primeira linha de defesa das tropas ucranianas no eixo de Donbass.

A 61ª Brigada de Assalto e a 49ª Brigada Aerotransportada da Ucrânia, que defendiam a cidade, tinham numerosos redutos para pelotão, companhia e batalhão lutarem por cada quarteirão, rua ou distrito da cidade. As fortalezas estruturadas pelas FAU foram organizadas em 5 distritos da cidade. O grupo do distrito 5, localizado perto da estação ferroviária, resistiu por mais tempo aos ataques russos, pois era o setor que deveria garantir a retirada do que restava das duas brigadas ucranianas durante a retirada dos últimos redutos da cidade.

Como resultado da ofensiva da PMC Wagner, a cidade de Soledar, o entroncamento rodoviário e ferroviário de Krasnaya Gora, bem como os arredores, foram tomados. Ao mesmo tempo, as 24ª, 49ª, 61ª e 128ª Brigadas ucranianas foram degradadas com perdas irrecuperáveis. Estas grandes unidades precisarão ser retiradas da linha de frente para serem recompletadas e reequipadas.

https://ptoday.ru/novosti-i-sobytiya/seryoznye-boi-za-soledar-poslednie-novosti-voennoy-spetsoperatsii-na-ukraine-na-segodnya-12-yanvarya-2023-goda/

3. Os efeitos do controle de Soledar pelas forças russas

Em vez de continuar seu avanço para o oeste além da ferrovia Seversk-Bakhmut, onde as 17ª e 4ª Brigadas de Tanques ucranianas os esperavam, a PMC Wagner mudou o avanço de direção, indo para o norte em direção a Seversk, cidade situada a 15 km de Soledar e estratégica para eventual ofensiva ucraniana à Refinaria de Lisichansk, tomada em junho pelas forças russas. O risco dos russos prenderem a guarnição ucraniana de Seversk em um cerco tornou-se muito alto, diante de ataques contínuos de novos grupamentos de combate russos a partir de Dibrova, situada ao norte.

Diante da iminência da batalha, sistemas de artilharia de grande calibre e MLRS ucranianos foram desdobrados em Seversk para proteger a ponte flutuante sobre o rio Severodonetsk. É por essas passagens temporárias que as tropas ucranianas podem avançar e atacar as forças russas entrincheiradas na importante cidade de Kreminna, a qual as FAU tentam romper as linhas de defesa russas para cercar a cidade desde outubro após a retomada da estratégica cidade de Krasny Liman. Uma eventual destruição destas tropas ucranianas pelas forças russas significaria o isolamento e o cerco de 2-3 brigadas ucranianas na margem norte do rio Severodonetsk.

O General Zaluzhny, o comandante das FAU, recuou as 17ª e 4ª Brigadas de Tanques cerca de 15 km a oeste, bem como a 63ª Brigada Mecanizada, a fim de organizar uma linha de defesa avançada diante da possibilidade de que as cidades de Kramatorsk e Slavyansk sejam cercadas pelos russos.

A PMC Wagner conquistou a cidade de Kleshcheevka, a sudoeste de Bahmut. O controle dessa localidade possibilitou ligar o corredor Opytnensky atrás da primeira linha de defesa a leste de Bakhmut, localizada nas margens do rio Bakhmutovka.

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Já Klescheevka está localizado na periferia sul de Bakhmut e é muito importante para atacar as fortificações ucranianas que bloqueiam a penetração russa no oeste de Bakhmut.

Importante frisar que ao invés de um ataque frontal, as forças russas tentam desde agosto cercar Bakhmut. Completado o cerco, acreditamos que em seguida, a PMC  Wagner seguirá para Chasov-Yar, uma fortaleza no topo de uma colina com vista para Bakhmut, onde os ucranianos posicionaram a maior parte de sua artilharia pesada e vários MLRS. É através de Chasov-Yar, que as tropas em Bakhmut recebem armas, reforços e suprimentos. Portanto, é provável que os combatentes d Wagner tentarão ocupar Chasov-Yar, como um etapa fundamental para o cerco de Bakhmut, deixando a cidade sem comida, munição e armas, forçando uma rendição ou retirada das tropas ucranianas.

De acordo com as informações de canais militares ucranianos, coletados a partir de tropas em fuga, as FAU teriam perdido cerca de 14 batalhões em Soledar.

A captura de Soledar tornou-se possível devido aos constantes ataques lançados por unidades russas da Aviação do Exército, Tropas de Mísseis e da Artilharia do Grupo de Forças Russas. Ataques concentrados foram lançados ininterruptamente nas posições das FAU na cidade, impedindo a redistribuição das forças de reserva, suprimentos de artilharia, as tentativas de redistribuir reforços para outras linhas defensivas, além da destruição de tropas e equipamentos.

É Importante frisar que nas batalhas por Soledar, as unidades aerotransportadas russas manobraram pelos flancos para atacar posições das FAU, ocupando as alturas dominantes e bloqueando o assentamento pelos lados norte e sul. As forças de guerra eletrônica suprimiram o sistema de controle das forças ucranianas e também interromperam o uso de seus UAVs.

Estabelecer o controle total sobre Soledar permitirá as forças russas cortar as linhas de abastecimento das tropas ucranianas em Bakhmut, localizada a sudoeste, e, se as tropas russas mantiverem a iniciativa, poderão bloquear e cercar as unidades das FAU que permanecem na respectiva cidade.

Caso se concretize a eliminação da primeira linha de defesa das Forças Armadas da Ucrânia com a perda de Bahmut, Chasov-Yar, Seversk e também Konstantinova, tal cenário levará ao estado crítico das FAUa nas poderosas fortificações de Ugledar e Avdiivka, até hoje mantidas com tenacidade pelas forças ucranianas que impedem qualquer avanço tangível de unidades de combate russas.

O General Surovikin comandante russo no Teatro de Operações da Ucrânia (dias atrás foi sucedido pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Russas, General Valery Gerasimov) tem priorizado a destruição das unidades ucranianas, bem como suas linhas de comunicação e bases logísticas.

Quando as Forças Armadas da Ucrânia, localizadas nas áreas fortificadas, não forem reabastecidas, será mais fácil para as tropas da Rússia avançarem e tomarem o controle integral da região de Donbass. Este cenário é bastante improvável a curto prazo, tendo em vista a superioridade das FAU e as dificuldades ainda existentes de comando e controle eficazes por parte das forças russas sob seus aliados (as unidade paramilitares de Lugansk e Donestsk, o Grupo Wagner e a Guarda Nacional Chechena).

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4. Cenário atual

De acordo com várias fontes, há relatos de que as tropas russas, tendo conquistado Soledar e seus subúrbios ocidentais, estão ampliando sua ofensiva nas direções oeste e sul, em consequência um longo trecho da estrada que liga Bakhmut (Artemovsk) e Soledar a Seversk está sob controle do Grupo Wagner. A luta agora está ocorrendo na área do entroncamento M03 e T0513, de onde sai a estrada para a aglomeração Eslava-Kramatorsk.

Os destacamentos de assalto do Grupo Wagner limparam os quartéis de Soledar dos remanescentes das unidades ucranianas. No momento, os combatentes russos estão avançando na aldeia de Sol do norte e do sul, bem como nos arredores do assentamento Blagodatny. Muitos restos mortais de combatentes das Forças Armadas da Ucrânia ainda estão nas minas de sal da cidade, criando angústia para familiares que dias atrás protestaram em Kiev, por informações de seus parentes mobilizados para este setor do front.

Visando manter a linha defensiva e dificultar a progressão das forças russas, o comando militar ucraniano enviou a 61ª Brigada para Kramatorsk para reforçar a defesa. O comando ucraniano também planeja desdobrar reforços nas proximidades de Soledar até 16 de janeiro para deter uma provável ofensiva das Forças Armadas da Federação Russa (FAFR).

Já à sudoeste de Soledar, a ofensiva contra as posições das FAU em Krasnaya Gora continua das direções norte, leste e sul. As FAFR estão avançando nas proximidades de Paraskovievka, perto do rio Bakhmutka. Como forma de retardar ou neutralizar avanços russos, as forças ucranianas estão usando ativamente os drones Mavic-3 e Matrice-300 para identificar as posições das tropas russas e dirigir ataques de artilharia.

Em 15 de janeiro de 2023, segundo as fontes militares ucranianas, na periferia leste de Bakhmut, destacamentos de assalto ucranianos estão tentando contra-atacar as posições da PMC WAGNER no território da fábrica de champanhe da rua Patrice Lumumba.

O quartel-general do grupo operacional-tático “Soledar” das FAU relata enormes perdas devido à ofensiva das forças russas, bem como um grande número de vítimas por congelamento dos membros inferiores.

O agrupamento militar ucraniano neste setor da frente de combate também está tendo dificuldades com o apoio da artilharia, pois as brigadas de combate das FAU perderam a maior parte de seus obuses e sistemas múltiplos de  lançadores de foguetes como resultado de ataques russos de contra bateria e da aviação tática russa.

Atualmente, o Comandante das Forças Armadas da Ucrânia está considerando a possibilidade de enviar a 56ª Brigada de Infantaria Motorizada para Bakhmut, estacionada na região de Dnepropetrovsk e unidades de combate para Chernihiv, visando fortalecer as capacidades de combate na localidade.

No sudoeste de Bakhmut, os destacamentos de assalto do Grupo Wagner estabeleceram o controle sobre várias fortificações ucranianas no sul e sudeste de Kleshcheevka , cercando assim a aldeia pelo norte, leste e sul. Como enfatizado antes, a perda de Kleshcheevka significa que a artilharia russa colocará a rota de Chasy Yar a Bakhmut sob seu alcance. As forças da 3ª Brigada de assalto e do 210º Batalhão de Forças Combinadas das FAU foram enviadas ao assentamento para ocupar posições e impedir o controle do assentamento pelos combatentes da PMC WAGNER.

Já no setor Toretsky , um grupo de ataque ucraniano de 30 combatentes foi formado como operadores de forças especiais como parte do 5º Regimento de Assalto separado das Forças Especiais para realizar uma ofensiva contra as posições das FAFR em Mayorsk. As FAU tem empregado granadas termobáricas contra posições russas, provocando pesadas baixas.

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5. Considerações finais

Conforme analisamos neste ensaio, relevantes objetivos militares por parte das forças russas foram atingidos como parte do ataque a Soledar que resultou no controle desta cidade industrial. Entre eles estão: bloquear a cidade pelo norte e sul, isolar a área de combate, impedir que as FAU transfiram forças de reserva para este setor, reprimir tentativas de saídas da cidade por formações ucranianas, garantir apoio de fogo de aeronaves de ataque e de sistemas de artilharia.

O objetivo foi atingido a partir de esforços conjuntos de várias unidades e formações das Forças Armadas da Federação Russa em coordenação com a PMC Wagner.  Com isso, a cidade foi cercada e teve início seu controle e limpeza de área, na qual a empreiteira militar Wagner teve papel fundamental.

Com o controle da cidade de Soledar, o principal ponto de confrontos mudou-se para a vizinha estação ferroviária de Sol, a noroeste da cidade. Combates também foram relatados na vizinhança leste de Blagodatnoe (oeste de Soledar) e Krasnopolievka (nordeste de Sol).

As operações em torno de Soledar estão em andamento em meio a intensos combates na cidade de Artemovsk (Bakhmut), no setor ao sul de Soledar. Mais recentemente, as unidades russas assumiram o controle da área de Opitnoe e garantiram o flanco de Bahmut nas direções nordeste, sul e leste. As especulações de algumas fontes de que a cidade está em um ‘cerco tático’ pelas forças russas são uma superestimação da mídia pró Rússia.  As estradas a oeste ainda estão sob controle das forças de Kiev. No entanto, a estrada ao sul da cidade (ao longo de Yagodnone) está sob ataques regulares dos russos.

Nas condições atuais, a cidade de Bakhmut tende a ser o próximo ponto de defesa das forças ucranianas na região de Donbass que estará sob a pressão das Forças Armadas da Federação Russa em esforço conjunto com o Grupo Wagner.  Ao mesmo tempo, é improvável que os russos realizem quaisquer grandes ataques em outros setores da linha de frente no futuro próximo, como se tem especulado na imprensa russa, pois os novos mobilizados estão entrando gradativamente em operações de combate. Lembro que os russo tem cerca de 150 mil convocados ainda em processo de treinamento.

Além disso, as forças russas estão em complexo processo logístico de reposição de veículos blindados, sistemas de artilharia, sistemas de foguetes de lançamento múltiplo destruídos ou avariados desde o início da guerra, com este processo ainda não tendo sido concluído. O complexo industrial-militar russo ainda não tem escala de produção para fornecer o volume necessário de suprimentos diversos e equipamentos para preencher todas as necessidades militares. Os russos estimam que ainda levará pelo menos seis meses para que o complexo industrial-militar esteja funcionando em plena capacidade.

O cenário que se vislumbra para as próximas semanas é de combates duros, sem resultados especulares ou conclusivos. As cidades de Seversk e Bakhmut tem uma defesa densa e bastante difícil de romper, ainda mais com o limitado efetivo ainda mobilizado pelas forças russas, as quais enfrentam forças numericamente muito superiores das FAUa auxiliadas por combatentes estrangeiros aos quais estão concentradas em tais cidades.

Uma importante consequência negativa para as FAU ao persistirem no envio de reforços para defender Soledar em detrimento de um retraimento em força para posterior contra ofensiva, é am perda do seu potencial ofensivo em outros setores do teatro de operações, como Zaporizhzhia, Svatovo e Kreminna já bastante pressionadas. Outros setores como Svatov e Melitopol, já tiveram várias de suas brigadas enviadas para impedir a queda de Soledar. 

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Em nosso entendimento, o paradigma das operações de combate é alcançar a máxima eficiência, minimizar a burocracia, simplificar o gerenciamento de processos, adotar condutas de comando com agilidade no sistema de tomada de decisão e prover com eficácia as necessidades das unidades em combate e prover um treinamento que qualifique aos militares um alto grau de eficácia em combate.

Tais fatores críticos não são alcançados em sua plenitude pelas forças beligerantes, sendo portanto difícil avaliar os possíveis desdobramentos das operações atualmente em curso

É essencial para o leitor entender que a situação no campo de batalha nunca ficará totalmente clara para a mídia pública, principalmente a ocidental. Qual a situação do inimigo? Como está o seu moral? Qual é o seu dispositivo no terreno? Ondes estão suas reservas? Qual é o estado do equipamento? Como está o fluxo logístico? Quais são os números de baixas? Quais são os percentuais de recompletamento e reequipamento? todos esses são critérios são, sem dúvida muito importantes, para os comandos militares que guiados por esses dados, conduzem uma operação ofensiva ou defensiva.

Uma espécie de guerra de informação está sendo travada entre os dois lados e, é claro, ambos estão tentando minar a capacidade de combate um do outro. Deste ponto de vista, é necessário considerar as informações disponíveis.

Informações desse tipo, é claro, são classificadas e sujeitas a vieses dentro do contexto de guerra de propaganda que permeia uma confrontação de amplo espectro geopolítico. Portanto, devemos entender que todas essas informações não estão disponíveis para nós em tempo real e informações objetivas nunca chegarão à mídia corporativa.

Dessa forma é essencial que cada análise é baseada no confronto de fontes disponíveis e evidências já sedimentadas com níveis de pertinência e veracidade prévios, sob pena de se incorrer em percepções que se mostram erráticas

Diante disso, a perda de Soledar pela Ucrânia sob nenhuma hipótese sacramenta derrota militar completa ou consolida uma tendência de fim da guerra da Ucrânia.

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Autores:

¹ Delegado de Polícia, Mestre em Segurança Pública, historiador, pesquisador em geopolítica e conflitos militares

² Mestre e Doutor em História Comparada pelo Programa de Pós-Graduação em História Comparada (PPGHC) da UFRJ, professor-colaborador e do Programa de Pós-Graduação em História Militar Brasileira (PPGHMB – lato sensu), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/UNIRIO e Editor-chefe do site História Militar em Debate e da Revista Brasileira de História Militar. Website: https://historiamilitaremdebate.com.br

Fontes consultadas:

https://news-front.info/

https://rusi.org/

https://southfront.org/

https://www.theguardian.com/world/series/ukraine-live

https://worldview.stratfor.com/

https://www.globalsecurity.org/

Delegado de Polícia, historiador, pesquisador de temas ligados a conflitos armados e geopolítica, Mestre em Segurança Pública

Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.

8 comentários em “A Batalha de Soledar”

  1. HMD é um dos poucos think tank br que nesse conflito na Ucrânia tem feitos análise sobre fatos, isso não significa que não possa cometer algum erro pois nem sempre é possível tomar como sendo “real” tal evento pois a propaganda em determinado momento pode enganar até os mais experientes, eu acredito que a credibilidade do site esta na sua independência editorial o que é raro hoje em dia, haja visto o poder econômico dos algoritmos.
    Parabéns pela forma e conteúdo.

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