Filme A Ofensiva Meuse–Argonne e o Batalhão Perdido

de

Prof. Dr. Ricardo Pereira Cabral

O filme O Batalhão Perdido conta a história real do 308th Battalion of Infantry norte-americano na Primeira Guerra Mundial, que foi isolado e cercado por forças alemãs na Floresta de Argonne durante a Ofensiva de Meuse-Argonne de 1918. O filme foi produzido para a televisão e lançado em 2001, dirigido por Russell Mulcahy, com roteiro de James Carabatsos, e estrelado por Rick Schroder como o Major Charles Whittlesey. O filme foi rodado em Luxemburgo próximo ao local onde ocorreram os eventos.

A Ofensiva Meuse–Argonne

A ofensiva de Meuse-Argonne (também conhecida como ofensiva do Rio Meuse-Argonne Forest,as Batalhas de Meuse-Argonne e a campanha de Meuse-Argonne) foi uma parte importante da ofensiva final dos Aliados na Primeira Guerra Mundial, que se estendeu ao longo de toda a Frente Ocidental. A ofensiva foi de 26 de setembro de 1918 até o Armistício de 11 de novembro de 1918, num total de 47 dias de campanha.

A ofensiva Meuse-Argonne foi a maior da história militar dos Estados Unidos, envolvendo 1,2 milhão de soldados americanos. É a batalha mais mortal da história norte-americana, resultando em mais de 350.000 vítimas, incluindo 28.000 vidas alemãs, 26.277 vidas norte-americanas e um número desconhecido de vidas francesas. As perdas dos EUA foram agravadas pela inexperiência de grande parte das tropas, as táticas usadas durante as fases iniciais da operação e, posteriormente, ao surto de gripe global chamada de “gripe espanhola”.

A ofensiva Meuse-Argonne foi a principal batalha da Força Expedicionária Americana (FEA) durante a Primeira Guerra Mundial. A ofensiva era parte de uma série de ataques dos Aliados, conhecidos como Ofensiva dos Cem Dias, que pôs fim à guerra. Foi a maior e mais sangrenta operação da Primeira Guerra Mundial para as FEA ainda que, dada a escala de outras batalhas na Frente Ocidental, seu tamanho fosse limitado e a operação em si, era secundária por estar longe do eixo principal da ofensiva. Desta campanha participaram militares que teriam grande destaque na Segunda Guerra Mundial como George Marshall, Douglas MacArthur e George C Patton

Um dos grandes destaques dessa batalha foi o Sargento Alvin Cullum York, cuja atuação foi levada ao cinema, no filme Sergeant York (1941), com Gary Cooper vivendo York. O filme ganhou vários Oscars, inclusive o de melhor ator e diretor, além de ter sido a maior bilheteria do ano.

A Batalha e o 308º BI

Na manhã de 2 de outubro de 1918, a 77ª Divisão recebeu ordens de avançar contra uma linha alemã fortificada como parte de um ataque maciço americano na região de Meuse-Argonne. O major Charles White Whittlesey comandou o 308º Batalhão de Infantaria, um batalhão misto composto por 554 oficiais e praças, que avançou através de uma ravina. Como as unidades em seus flancos não conseguiram avançar, as tropas de Whittlesey foram isoladas de suas linhas de contato, abastecimento e retraimento, sendo imobilizadas pelo fogo alemão vindo dos penhascos de 61 m de altura. Os dias seguintes foram muito difíceiss para o 308, pois estavam sem ração, água e pouca munição. Alguns dos homens eram muito inexperientes, mas por quatro dias, eles resistiram aos ataques das de tropas alemãs experiente e armadas com granadas de mão e lança-chamas. Durante este período, correspondentes de guerra aproveitaram o incidente e apelidaram a unidade de “Batalhão Perdido”.

Monumento em homenagem ao Batalhão Pedido na Floresta de Argone (França)

O enredo do filme

O filme segue os acontecimentos e as adversidades sofridas peo 308º BI, com cerca de 550 homens, da 77ª Divisão de Infantaria do Exército dos Estados Unidos (“Estátua da Liberdade”), que, como citado acima, foram totalmente isoladas e cercadas pelas forças alemãs a uma curta distância na Floresta de Argonne. O batalhão era liderada pelo major Charles W. Whittlesey, que foi descrito de forma depreciativa como um “advogado de Nova York” por seus comandantes. O batalhão fazia parte do que deveria ser um ataque em três frentes através das linhas alemãs. O batalhão acreditava que outra força americana estava em seu flanco direito e uma força francesa em seu esquerdo, sem saber que ambas haviam recuado. Ao continuar avançando o batalhão perdeu contato com o quartel-general. O major Whittlesey enviou vários mensageiros ao quartel-general, mas nenhum deles voltou. Ele acabou tendo que contar com pombos-correio para se comunicar. Durante o cerco, a artilharia americana começou a disparar contra a posição alemã na floresta. No entanto, as granadas começaram a cair na linha americana, matando vários homens por fogo amigo. Whittlesey enviou um pombo-correio ao quartel-general com uma mensagem dizendo que eles estavam sendo atingidos por sua própria artilharia, dizendo: “Pelo amor de Deus, pare com isso”. O quartel-general recebeu a mensagem e mandou cessar o ataque. Testemunhando o incidente, os alemães atacam a desorientada força americana, mas forão repelidos pelos norte-americanos em uma luta feroz e recuam para suas trincheiras.

Depois de vários dias e numerosos ataques repelidos, os norte-americanos ainda estavam resistindo, apesar de estarem lutando desesperadamente e com poucos suprimentos, forçando-os a reutilizar bandagens e outros suprimentos médicos, de tirar rações dos soldados mortos. Os alemães capturam dois americanos, um deles ferido, e começam a usá-los para tentar negociar com Whittlesey. O prisioneiro ileso, o Tenente James V. Leak, recebe bom tratamento de um oficial alemão que fala inglês fluentemente, por ter vivido nos Estados Unidos por vários anos. Ele tenta convencer o tenente de que não há esperança, ao que o americano responde: “O que você está enfrentando, Major, é um bando de Mick, Dago, Polack e gangsters judeus da cidade de Nova York: Eles nunca vão se render.” Mais tarde, o segundo americano acaba concordando em levar uma mensagem dos alemães a Whittlesey pedindo a rendição depois que seu sequestrador diz que quer salvar vidas. Os alemães então o enviam escoltado por um soldado alemão com uma bandeira branca de volta à linha norte-americana com a mensagem. Whittlesey responde jogando a bandeira de volta para os alemães. Os norte-americanos continuam resistindo, apesar dos ataques implacáveis ​​e da falta de suprimentos.

Eventualmente, um piloto americano é enviado para procurar a força e voa direto sobre a posição deles. Percebendo que é um avião americano, os americanos fazem barulho para tentar chamar a atenção do piloto. Os alemães se preparam para atirar no avião, mas seu comandante lhes diz para conter o fogo, porque se o piloto soubesse a localização dos alemães, ele também descobriria os norte-americanos. O piloto localiza os norte-americanos e sinaliza para eles, e os alemães começam a atirar nele. O piloto está gravemente ferido, mas consegue circular o local em seu mapa e navegar de volta ao campo de aviação, morto quando pousa. Os homens na base veem seu mapa e o levam de volta para o quartel-general. Depois de seis dias, os reforços finalmente chegam às linhas americanas. Os alemães recuaram no quinto dia. O Major-General Robert Alexander chega em um carro, dizendo a Whittlesey que haverá “comendas e promoções para todos”. Whittlesey está furioso com o desastre, e ainda mais irritado com a insistência de Alexander de que as baixas que eles sofreram foram “perdas aceitáveis”. Alexander revela que a posição do batalhão no meio da linha alemã permitiu que os norte-americanos quebrassem toda a linha. Alexander se oferece para levar Whittlesey de volta ao quartel-general em seu carro, ao que Whittlesey responde: “Isso não é aceitável, senhor. Vou ficar com meus homens.”

A história do Batalhão Perdido foi contado em um filme de 1919.

Livros sobre o 308th Battalion of Infantry e a 77th Division of Infantry.

Recomendo que prestem atenção na conduta de combate de Whittlesey e seu estilo de liderança.

Sugiro que vejam o filme e leiam um dos livros. Vale a pena!!!

Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.

1 comentário em “Filme A Ofensiva Meuse–Argonne e o Batalhão Perdido”

  1. Bom dia de domingo! Sou um estudioso da primeira e segunda grande guerra. Aficcionado pelos fatos heróicos, tal qual ocorreu com esse batalhão .
    Gostaria muito, se pudesse indicar-me o ou os livros que narram a História destes heróis bem como onde assistir o filme!
    Agradeço muito!
    Arnaldo Golino (78) .`.

    Arnaldo

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