Prof. Dr. Ricardo Pereira Cabral
Entre os dias 14 e 17 de novembro de 1796, o Exército Francês da Itália, liderado por Napoleão Bonaparte, lutou contra as forças do Império Habsburgo comandado pelo general Jósef Alvinczi, nos arredores de Verona (Itália).
Os austríacos tinham por objetivo levantar o cerco francês sobre Mântua, onde o general Dagobert Sigmund von Wurmser com mais de 23 mil tropas estava preso. A manobra era um ataque em duas frentes. Neste sentido, Alvinczi dividiu seu exército em duas partes, o corpo principal (23 mil homens), sob seu comando, avançou pelo leste e o outro corpo, sob o comando de Paul Davidovich seguiu pelo o sul ao longo do vale do rio Adige. As forças austríacas tinham fragilidades em suas linhas de comunicação e com a baixa qualidade de algumas de suas tropas. Além disso, a liderança deixava a desejar, o que tolhia a iniciativa e a velocidade nas manobras.
Davidovich conquistou a vitória contra a divisão de Exército, do general Claude-Henri Belgrand de Vaubois, em Calliano, e ameaçou o Verona pelo norte. Alvinczi repeliu um ataque de Bonaparte, em Bassano, e também avançou para Verona, onde derrotou um segundo ataque francês em Caldiero.
Napoleão então usou o que restou da divisão de Vaubois (8 mil homens) para conter a divisão de Davidovich (com cerca de 14 mil homens), enquanto reuniu todos os homens disponíveis (18 mil soldados) e tentou flanquear Alvinczi cruzando o Adige. Por dois dias seguidos, os franceses atacaram a posição austríaca fortemente defendida em Arcole, mas não tiveram sucesso. Um fato interessante é que no primeiro dia de batalha, Napoleão, sob intenso fogo inimigo, pegou uma bandeira francesa e ficou agitando-a tentando inspirar seus homens a avançar e tomar a outra margem, o que não ocorreu, mas mostrou liderança e ganhou reconhecimento de suas tropas pela coragem. Apenas no terceiro dia da batalha, os continuos ataques franceses forçaram Alvinczi a se retirar.
Neste mesmo dia, Davidovich derrotou Vaubois, mas era tarde demais. A vitória de Bonaparte em Arcole permitiu-lhe concentrar-se contra Davidovich e persegui-lo atráves do vale do rio Adige. Deixado sozinho, Alvinczi mais uma vez ameaçou o Verona, mas sem as tropas de Davidovich, o comandante austríaco estava em inferioridade para continuar a campanha e se retirou.
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Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.