Batalha do Estreito da Dinamarca

de

Prof. Dr. Ricardo Pereira Cabral

Em 24 de maio de 1941, os encouraçados HMS Hood e HMS Prince of Walles, da Royal Navy, lutaram contra o encouraçado Bismark e cruzador pesado Prinz Eugen, da Kriegsmarine, no estreito da Dinamarca, que dá acesso do Mar Báltico para o Oceano Atlântico. Os navios nazista buscavam furar o bloqueio britânico  no mar Báltico.

O nome da Operação era Rheinbüng, e seu objetivo era constituir uma força tarefa com outros dois encouraçados Scharnhost e o Gneisenau, que já estava no Atlântico e predar as linhas de comunicação marítimas britânicas. A força tarefa seria comandada pelo almirante Günter Lütjens, que estava embarcado no Bismark.

https://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_the_Denmark_Strait

A operação fazia sentido já que a Grã-Bretanha era totalmente dependente da marinha mercante para trazer os suprimentos vindos do Império e dos Estados Unidos para continuar a guerra e os alemães já tinha feito uma operação semelhante meses antes. O Grande Almirante Erich Raeder, comandante da Kriegsmarine, acreditava que utilizando uma força de superfície apoiados por submarinos e pela aviação poderia cortar as linhas de comunicações navais britânicas ou reduzir drasticamente a chegada de suprimentos.

Em 1941, os alemães laçaram a Operação Berlin, quando dois encouraçados, o Scharnhost e o Gneisenau, atacaram o comércio britânico no Atlântico Norte, com 22 navios mercantes britânicos capturados ou afundados. A Operação Rheinbüng tinha objetivos semelhante, só que em maior escala.

Os navios

https://pt.wikipedia.org/wiki/HMS_Hood_(51)?tableofcontents=0#/media/Ficheiro:HMS_Hood_(51)_-_March_17,_1924.jpg

O HMS Hood, lançado em 1920, seu armamento principal eram seus oitos canhões de 381 mm, com alcance máximo de 27,6 km, montados em torres de artilharia dupla, duas na proa e duas na popa, deslocava 47 mil toneladas e tinha uma velocidade máxima de 30 nós. Sua blindagem apesar de potente era inferior ao Bismark. Cinturão: 152 a 305 mm, Convés: 19 a 76 mm, Barbetas: 127 a 305 mm, Torres de artilharia: 279 a 381 mm, Torre de comando: 229 a 279 mm e Anteparas: 102 a 127 mm. O seu projeto original sofreu alterações depois da Batalha da Jutlândia (1916). O HMS Hood foi o maior navio do mundo por vinte anos e estava prevista uma ampla modernização em 1941, mas a eclosão da guerra impediu que fosse para o estaleiro corrigir algumas deficiências.

https://www.britannica.com/topic/Bismarck-German-ship

O Bismark foi comissionado em 1940, deslocava 50 mil ton carregado, seu armamento principal era constituído de oito canhões de 380 mm, montados em torres de artilharia dupla, duas na proa e duas na popa, atingia a velocidade máxima de 30 nós. A blindagem do navio tinha 320 milímetros de espessura e era coberta por conveses de cinquenta milímetros até 120 milímetros de espessura. As torres dos canhões de 380 mm eram protegidos por uma blindagem de 220 milímetros até 360 milímetros. Sua tripulação era de 2.200 homens.

A batalha

Tão logo o Bismark se fez ao mar, os britânicos começaram a caçá-lo, para tanto reuniram uma esquadra que contava comum porta-aviões, quatro cruzadores e sete contratorpedeiros perseguindo os navios alemães, enquanto aguardavam a chegada dos dois encouraçados.

O vice-almirante Lancelot Holland, comandante da esquadra, e que estava a bordo do HMS Hood, sabia que a blindagem da coberta do seu navio era insuficiente para aguentar a artilharia de 380 mm do Bismark, por isso resolveu manobrar para enfrentar o Bismark de proa (de frente).

Às 5:53 h de 24 de maio iniciou-se o combate. O HMS Suffolk e o HMS Norfolk mantinham-se afastados, pois tinham menor poder de fogo das suas baterias em relação ao encouraçado nazista. O contato foi muito breve: o HMS Hood e o HMS Prince of Wales foram os primeiros a disparar, mas a resposta do alemão foi mortal. Na quinta salva de canhão, o Bismarck acertou o espaço entre a torre de comando e segunda torre dos canhões duplos, onde logo abaixo do convés havia o paiol de munições do Hood, provocando uma grande explosão. O navio partiu-se em dois antes de afundar com os 1.415 homens, que constituíam a tripulação, apenas três sobreviveram.

O Bismarck e o Prinz Eugen manobraram para atacar o Prince of Wales, mas o comandante do navio britânico preferiu se evadir, dadas as condições desfavoráveis do Prince of Wales em relação aos seus adversários. Foi uma grande vitória para a Kriegsmarine. Após a perda do HMS Hood a Royal Navy continuou a perseguição do Bismark até afundá-lo.

Imagem de Destaque: https://www.wired.com/2009/05/dayintech-0527/

Fontes:

https://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_the_Denmark_Strait

https://en.wikipedia.org/wiki/Operation_Rhein%C3%BCbung

CHEN, C Peter. Battle of Denmark Strait. WorldWar II Database. Disponível no sítio eletrônico: https://ww2db.com/battle_spec.php?battle_id=19 . Consultado em 30/05/22.

GROVE, Eric J. The Royal Navy since 1815. A New Short History. Palgrave MacMillan: New Yprk, 2005.

Sobre a batalha propriamente dita, com riqueza de detalhes a obras mais conhecida

Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.

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