Filme lançado em 1980, com roteiro e direção de Samuel Fuller, produzido por Gene Corman, e estrelado por Lee Marvin, Mark Hamill e Robert Carradine.
O Roteiro foi escrito a partir das experiências de Samuel Fuller, um veterano de guerra que lutou no 16º Regimento de Infantaria da 1ª divisão de Infantaria (a “Big Red One). Fuller ganhou as seguintes condecorações Purple Heart, Silver Star, Bronze Star e a Combat Infantryman Badge, O outro veterano do filme era Lee Marvin que combateu na Companhia “I” do 3º Batalhão da 24ª Divisão de Fuzileiros Navais da 4ª Divisão dos Fuzileiros Navais (US Marines) que aqui destaco suas duas condecoração por bravura em combate a Purple Heart e a Combat Action Ribbon.
A 1ª Divisão de Infantaria, foi criada em 1917 e desde então participou de todas as guerras dos Estados Unidos. Está sediada em Fort Riley, Kansas.
Voltando ao filme, Fuller produziu de forma independente, com baixo orçamento e em seu lançamento foi muito cortado devido a longa duração e as cenas de violência, uma das características dos filmes do diretor. A versão completa foi exibida em 2004 no Festival de Cannes, sete anos após a morte de Fuller e se chama The Big Red One: The Reconstruction.
O enredo
O filme tem início mostrando uma cena do final da Primeira Guerra Mundial, onde um soldado norte-americano ataca um alemão.
Corta para a Segunda Guerra Mundial, o soldado agora sargento, lidera o seu esquadrão no Norte da África. Corte, passa, dois anos e a ação é na Sicília. O desembarque na praia de Omaha, na Campanha da Normandia e o avanço pela França. A ação final é a libertação do Campo de Concentração de Falkenau, na Tchecoslováquia, a câmera destaca o campo e a reação dos soldados.
Na cena final um soldado nazista comenta o que eles como soldados tem em comum: a guerra, a violência, a morte e a destruição, no fim eles sobreviveram.
Reproduzo abaixo a crítica de Pedro Butcher sobre o lançamento do The Big Red One: The Reconstruction publicada na Folha de São Paulo de 12/5/2005.
“AGONIA E GLÓRIA” Restaurado, Fuller combate a guerra PEDRO BUTCHER CRÍTICO DA FOLHA O melhor filme de guerra já feito foi vítima da guerra que opõe cineastas e produtores. Os executivos do pequeno estúdio independente Lorimar (que teve vida curta) tiraram “Agonia e Glória” das mãos de Samuel Fuller e o retalharam antes de sua estréia nos cinemas, em 1980. Seqüências inteiras foram cortadas, e outras, abreviadas, para que o filme chegasse a menos de duas horas (ficou com 1h43min). Quando a Lorimar faliu, seu acervo foi comprado pela Warner, que preservou os negativos e terminou bancando a restauração da produção, em um projeto de grande seriedade coordenado pelo crítico Richard Schickel. Baseado no roteiro utilizado pelo cineasta durante as filmagens e contando com a ajuda de sua filha, Schickel e uma grande equipe de técnicos reincorporaram 40 minutos a “Agonia e Glória”. Se já era uma obra-prima, o longa, inspirado na experiência do diretor na Segunda Guerra, ficou ainda melhor. “A única glória da guerra é sobreviver”, costumava dizer ele, que morreu em 97. “Viver, viver, viver, é só no que se pensa quando se está na guerra”, repete no documentário que vem neste espetacular DVD. Fuller detestava falsos heroísmos, a glorificação da morte -tudo o que “Agonia e Glória” combate. O diretor conta que John Wayne se ofereceu para interpretar o papel principal, o sargento que comanda a infantaria número 1 (daí o título original, “The Big Red One”). Mas o papel acabou ficando com Lee Marvin. “Você não quer fazer dinheiro?”, teria perguntado Wayne. Mas a última coisa que Fuller queria era um herói: “Precisava de um homem real, ossudo, que encarnasse a morte”. Marvin é mesmo esse homem, à frente de um pelotão que inclui quatro jovens que, na verdade, são fragmentos da personalidade de um só sujeito, Fuller, exposto por inteiro em um filme radicalmente visceral. No DVD, há ainda faixa comentada pelo crítico Richard Schickel, documentário sobre a reconstrução do filme e sobre a obra de Samuel Fuller, filme promocional original, comerciais de rádio, “Anatomia de uma Cena” (em que os atores comentam uma única seqüência) e cenas alternativas. Direção: Samuel Fuller Distribuidora: Warner; R$ 35, em média |
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1206200513.htm
Infelizmente não achei o livro para indicar-lhe o DVD só em sebo e com um preço bem elevado.
Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.
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