O judeu combatente da Primeira Guerra Mundial salvo por Hitler

Prof. Esp. Pedro Silva Drummond

Introdução

A chegada de Adolf Hitler ao poder na Alemanha culminou com uma política de exclusão em relação aos judeus. Desde os primeiros anos de Hitler como governante dos alemães o povo judeu que vivia no território sentiu através de decisões e Leis, como seriam tratados, e com o passar dos anos, as dificuldades só aumentaram. Esses momentos vividos pelo povo judeu na Alemanha e posteriormente no resto da Europa pode ser dividido em quatro fases: “A primeira (1933 a 1935) foi a da discriminação e início da exclusão da vida pública, com medidas como proibição do exercício de profissões liberais, de frequência a escolas e universidades e de boicote contra lojas judaicas. A segunda fase compreende os anos de 1935 a 1938: isolamento e degradação, que se inicia com as Leis de Nuremberg, segundo as quais os judeus deixavam de ser considerados cidadãos e eram proibidos de se casar com “arianos”, sob pena de morte. Na terceira fase, de 1938 a 1941, iniciada a partir da “Noite dos Criastais Quebrados”, o primeiro pogrom do século XX, e marca o início da violência física em massa contra os judeus e da deportação para os campos de concentração… Nesse momento, os judeus foram completamente banidos da vida econômica na Alemanha. As propriedades judaicas foram colocadas em contas e confiscadas pelo Estado. Nesse período, eclode a Segunda Guerra Mundial, a expansão do “espaço vital” da Alemanha nazista, o aumento das vítimas, dos campos, e se inicia o confinamento em guetos dos judeus. A quarta e última fase, de 1941 a 1945, é a da “Solução Final da Questão Judaica” – ou seja, do extermínio em massa”. (https://diversitas.fflch.usp.br/holocausto-e-anti-semitismo)

As dificuldades enfrentadas pelo povo judeu, ocorreu com a grande maioria dessas pessoas que viviam na Europa e não conseguiram fugir, porém, existiram algumas exceções, uma delas foi Ernst Hess, judeu que combateu pela Alemanha na companhia de Hitler na Primeira Guerra Mundial.

Judeu salvo por Hitler

Durante a Primeira Guerra Mundial Ernst Hess, foi um herói de guerra condecorado pelos seus serviços durante o conflito. No período da guerra, Hess foi comandante de uma unidade no qual Hitler serviu. Durante a década de 1930, após a chegada Hitler ao poder, foram criadas as Leis de Nuremberg¹, que entre outros aspectos contribuiu para que Hess precisasse demitir-se do cargo de Juiz na Alemanha.

¹“As Leis de Nuremberg alteraram a vida cotidiana dos judeus na Alemanha ao tornar os judeus legalmente diferentes de seus vizinhos não judeus. Nos anos seguintes, o regime nazista promulgou várias outras leis e decretos antijudaicos, que se calcavam na definição de “judeu” tal como definida pelas Leis de Nuremberg… As Leis de Nuremberg foram um passo importante do processo criado pelo regime nazista para isolar e excluir os judeus do restante da sociedade alemã.” (https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/the-nuremberg-race-laws)

Com o início da Segunda Guerra Mundial, e o aumento das exclusões dos judeus do cotidiano do povo alemão. Adolf Hitler, interveio pessoalmente para proteger Ernst Hess. O motivo, foi a relação que tiveram nas trincheiras de Flandres, na Grande Guerra.

 A comprovação desse fato, aconteceu após a pesquisadora Susanne Mauss, editora do jornal Jewish Voice From Germany, analisar uma carta de Heinrich Himmler, para a Gestapo, que continha as seguintes palavras: “Em uma carta de 27 de agosto de 1941 para a Gestapo, Heinrich Himmler, principal responsável pelo extermínio industrial de judeus em campos de concentração, instruiu a polícia secreta nazista para permitir que Hess fosse protegido de perseguição e deportação por “desejo pessoal do Führer”. Himmler também instruiu a todas as autoridades que o velho companheiro de Hitler  não era “para ser importunado de qualquer forma.” (DÀROZ).

Os motivos que levaram a Hitler tomar essa atitude, não foram somente por causa das possíveis punições através das Leis da Alemanha, ainda no ano de 1936, Hess, havia sido espancado diante de sua própria casa por uma gangue de nazistas.

Após o espancamento, Hess e sua família, conseguiram sair da Alemanha e viver na Itália, mas depois foram obrigados a voltar para Alemanha, onde descobriram que a ordem de Hitler tinha sido revogada.

Em seguida, a volta de Hess para Alemanha e a revogação da decisão de Hitler, o ex-comandante da Primeira Guerra Mundial, acabou passando o restante da Segunda Guerra Mundial, “como trabalhador escravo, mas escapou da morte em parte pelo fato de sua mulher não ser judia. A irmã de Hess morreu no campo de extermínio de Auschwitz, mas sua mãe conseguiu fugir para a Suíça.”  (https://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/07/hitler-protegeu-heroi-judeu-da-1a-guerra-revela-carta.html)

Conclusão

Após a Segunda Guerra Mundial, Ernst Hess continuou vivendo na Alemanha, e acabou se tornando diretor da agência ferroviária em Frankfurt. Hess, acabou morrendo em 1983.

Em 2012, a filha de Hess, Ursula, afirmou “que seu pai teve a sorte de ser favorecido por um encontro por acaso com um outro companheiro da I Guerra, Fritz Wiedemann, que se tornou assessor de Hitler e usou sua influência para obter concessões para Hess… Ursula Hess também lembrou de o pai ter dito que quando era jovem soldado na Primeira Guerra Hitler não tinha nenhum amigo no regimento e se mantinha muito isolado” (https://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/07/hitler-protegeu-heroi-judeu-da-1a-guerra-revela-carta.html)

Imagem de Destaque: Ernst Hess – http://darozhistoriamilitar.blogspot.com/2018/09/o-judeu-que-hitler-protegeu-das-leis.html

Bibliografia

– https://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/07/hitler-protegeu-heroi-judeu-da-1a-guerra-revela-carta.html

– http://darozhistoriamilitar.blogspot.com/2018/09/o-judeu-que-hitler-protegeu-das-leis.html

– https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/the-nuremberg-race-laws