Equipe HMD
O envio de armamentos pelos Países da OTAN à Ucrânia, não é nenhuma novidade, porém, uma das próximas munições enviadas pelo governo britânico à Ucrânia, são munições com urânio empobrecido. Esse tipo de munição é controverso, devido aos seus riscos tóxicos que podem acarretar problemas ambientais, aos militares envolvidos no conflito e a população local.
O urânio é um metal rígido, que possibilita com que ao atingir o alvo, não haja deformação. O urânio empobrecido é utilizado para projéteis perfurantes. Em uma guerra, a munição pode penetrar na blindagem de veículos e navios.
Após a informação do envio das munições por parte dos britânicos, as relações entre russos e britânicos, sofreram um novo abalo. O Ministro da Defesa do Reino Unido, analisou da seguinte forma, em relação as críticas que os britânicos estão recebendo da Rússia: “a Rússia está tentando desinformar deliberadamente, já que o urânio empobrecido é um componente padrão para projéteis e não tem nada a ver com armas nucleares” (KREBS, Katharina). As palavras do Ministro aconteceram, após Putin alertar o Reino Unido contra o armamento.
Em um comunicado, o Ministro das Relações Exteriores da Rússia informou o seguinte: “Esta decisão não ficará sem sérias consequências tanto para as relações bilaterais russo-britânicas quanto no nível internacional, onde a reação inicial das estruturas multilaterais já indica a rejeição total dos planos de Londres. Não deixaremos tais ações sem resposta” (KREBS, Katharina)
Essas munições já foram usadas em outras guerras, como por exemplo: na Guerra do Golfo, na Guerra do Kosovo e na Síria contra o Estado Islâmico.
As consequências sofridas pela população e aqueles que tiveram contato com as munições na Guerra do Kosovo, são gravíssimas: “De acordo com jornal sérvio Vecherne Novosti, em um artigo publicado no sábado (23/07), em condições normais, a quantidade máxima de alumínio em um litro de sangue é de 3,3 microgramas. Mas nas tropas italianas e sérvias que sofrem de contaminação por DU, ela passa de 500, 2 mil ou até 3 mil microgramas.” (operamundi)
O advogado sérvio Srdan Aleksic, detalhou a Sputnik, o seguinte: “Testes médicos em um soldado e uma civil na Sérvia, que foram atacados durante os bombardeios da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em 1999, descobriram que o nível de urânio radioativo em suas correntes sanguíneas está “centenas de vezes” acima do normal.” (operamundi)
Quanto a Guerra na Ucrânia e o que essa munição poderá causar, em relação ao conflito, Putin e Xi Jinping, afirmaram o seguinte em uma declaração conjunta emitida no final de uma reunião em Moscou entre os dois governantes, “contra quaisquer medidas que possam levar o conflito ucraniano a uma “fase incontrolável”, … não pode haver vencedores em uma guerra nuclear.” (POGGIO, Guilherme)
Bibliografia
KREBS, Katharina. Moscou revidará se Reino Unido entregar à Ucrânia munição de urânio empobrecido. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/moscou-revidara-se-reino-unido-entregar-a-ucrania-municao-de-uranio-empobrecido/>. Acessado em 23/03/2023.
POGGIO, Guilherme. Putin reagirá se Ucrânia receber munição contendo urânio empobrecido. Disponível em: <https://www.forte.jor.br/2023/03/22/putin-reagira-se-ucrania-receber-municao-contendo-uranio-empobrecido>. Acessado em 23/03/2023.
Níveis de urânio em sérvios bombardeados pela OTAN são 500 vezes maiores que a média. Disponível em: <https://operamundi.uol.com.br/politica-e-economia/75787/niveis-de-uranio-em-servios-bombardeados-pela-otan-sao-500-vezes-maiores-que-a-media>. Acessado em 23/03/2023.