Aliança Talibã-Haqqani-Al Qaeda ajusta estratégias diante de mudanças na política externa dos EUA

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A analista Sarah Adams trouxe importante visão sobre as estratégias adotadas pela aliança entre o Talibã, a rede Haqqani e a Al-Qaeda em resposta à eleição presidencial dos EUA e possíveis mudanças na política externa americana. A tríade tem intensificado a segurança em áreas-chave no Afeganistão, realocando membros importantes da Al-Qaeda e restringindo o acesso a zonas militares. Além disso, tem manobrado politicamente, ativando lobbies e ampliando a propaganda sobre a ameaça do ISKP para melhorar sua imagem internacional e fortalecer negociações com o Ocidente. As ações incluem também planos de contingência para reforçar as defesas e projetar estabilidade, com foco em garantir financiamento secreto e minimizar o risco de ações militares externas.

Segundo Adams, relatórios de inteligência indicam que a tríade busca proteger seus ativos, controlar percepções externas e reduzir os riscos associados a uma possível reviravolta nas relações com os EUA.

Fortalecimento das Defesas em Kandahar
Em um esforço para consolidar o controle e reforçar a segurança em áreas estratégicas, o líder do Talibã, Haibatullah Akhundzada, ordenou uma reunião de alto nível com comandantes de segurança em Kandahar, onde foram adotadas medidas rigorosas para proteger instalações chave e campos de treinamento. Entre as ações implementadas estão:

  • Restrição de acesso a campos militares e locais vinculados à Al-Qaeda, com uma vigilância intensificada para impedir movimentos não autorizados.
  • Realocação de membros importantes da Al-Qaeda para a província de Khost, sob a supervisão do líder da rede Haqqani, Sirajuddin Haqqani, com a orientação de manter um perfil discreto enquanto se aguardam mais clarezas sobre o futuro político dos EUA.
  • Imposição de uma proibição sobre a realização de fotografias em zonas militares para reduzir a exposição de suas operações à inteligência estrangeira.
  • Controle rigoroso sobre a distribuição de armamentos, com a intenção de evitar que armas caiam em mãos de grupos opositores ao Talibã, caso os EUA decidam realizar uma nova ofensiva.

Manobras Diplomáticas e Propaganda
Além das medidas de segurança, a tríade também tem intensificado suas estratégias diplomáticas e de propaganda, buscando reforçar sua imagem diante da comunidade internacional. Entre as ações destacadas estão:

  • O ativamento de lobbies alinhados ao Talibã nos Estados Unidos e na Europa, com o objetivo de moldar a opinião pública e influenciar políticas externas favoráveis.
  • Ampliação da narrativa sobre a “ameaça do Estado Islâmico do Khorasan” (ISKP), com a possibilidade de encenar ataques atribuídos ao grupo para se posicionar como um aliado dos interesses de contraterrorismo ocidentais.
  • Aumento das operações contra o ISKP, com a intenção de apresentar ações como uma demonstração de boa vontade para as agências de inteligência dos EUA.
  • Exploração de possibilidades de colaboração militar com a Rússia, visando fortalecer suas alianças regionais.
  • Uso de cidadãos americanos detidos como uma ferramenta de negociação com o governo dos EUA, pressionando por uma resolução favorável.

Preparação para Possíveis Alterações na Política dos EUA
Com o objetivo de se preparar para um possível ajuste na postura política dos EUA, a tríade Talibã-Haqqani-al-Qaeda já iniciou a implementação de planos de contingência. Dentre as ações em curso, destacam-se:

  • Aceleração da compra e embarque de armas e munições do Catar, visando fortalecer suas defesas no Afeganistão.
  • Propagação de notícias positivas sobre os avanços econômicos no país, com o intuito de sustentar o moral da população e projetar uma imagem de estabilidade, contrastando com as críticas internacionais ao regime.

O Controle da Tríade e o Foco no Financiamento
Essa série de manobras demonstra que a principal prioridade da aliança Talibã-Haqqani-al-Qaeda é a preservação de sua estrutura e a proteção de seus recursos, com foco particular no financiamento secreto proveniente de fontes externas, incluindo os EUA. Fontes internas indicam que, ao contrário do que muitos possam acreditar, a tríade não teme uma ação militar iminente dos Estados Unidos, mas sim a instabilidade financeira que poderia resultar de mudanças nas relações políticas com o Ocidente.

Esse cenário reflete a habilidade do Talibã, Haqqani e Al-Qaeda em navegar pelas complexas dinâmicas políticas e de segurança, mantendo sua influência e controle no Afeganistão, enquanto buscam manipular a situação global a seu favor.

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