Bombardeio de Fort Stevens: O ataque japonês ao território dos EUA

Prof. Esp. Pedro Silva Drummond

Introdução

Muito antes do início da Segunda Guerra Mundial, e principalmente da Guerra no Pacifico, o Japão iniciava a sua expansão, conquistando diversos territórios em torno do seu território. O início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, provocou o início dos conflitos na Europa, porém no continente asiático, e principalmente para os adversários do Japão, o 1 de setembro de 1939, era a continuidade de um conflito que tinha sido iniciado antes.

Somente no início de 1939, o Japão enfrentou duas nações, a China, no que ficou conhecido como a Segunda guerra Sino-Japonesa, que teve início em 1937 e durou até o final da Segunda Guerra Mundial e a Batalha de Khalkhin Gol, que começou antes do conflito mundial, em Maio de 1939 e durou até setembro de 1939.

Com o ataque japonês em Pearl Harbor, o Japão prosseguiu com a sua política de expansão, conquistando diversos países do sudeste asiático e posteriormente, diversos territórios no Oceano Pacifico, no que ficou conhecido como a Guerra do Pacifico.

Nesse período o Japão atacou diversas vezes o EUA, e principalmente o território dos EUA. Os ataques japoneses não foram somente, nos domínios norte-americanos no Pacifico, o Japão chegou a atacar o território estadunidense no Continente Americano, primeiro no Alasca, no que ficou conhecido como a Campanha das Ilhas Aleutas, e posteriormente dentro do território contíguo dos EUA, mas especificamente no Fort Stevens, Oregon.

O Bombardeio do Fort Stevens ocorreu em junho de 1942, quando o submarino japonês I25 atacou o Fort que defendia o Rio Columbia, no seu início, e na junção com o Oceano Pacifico.

Ataque ao Fort Stevens

Após o ataque japonês em Pearl Harbor, o medo principalmente da sociedade norte-americana, era de um ataque ao seu território (suas ruas, casas e etc.). Um dos momentos que mais se chegou perto deste fato acontecer foi o Bombardeio de Fort Stevens.

O Fort Stevens faz parte de um conjunto de fortificações, localizadas na foz do rio Columbia, os três fortes que defendem o rio são: Fort Stevens, no lado de Oregon, e Fort Canby e Fort Columbia, no lado de Washington.

O Japão enviou os submarinos I-25 e I-26 para o Pacífico com o objetivo de afundar navios norte-americanos com destino ao Alasca e às Aleutas. “Em 20 de junho de 1942, o I-26 bombardeou o farol em Estevan Point, na Ilha de Vancouver, e o I-25, sob o comando do comandante Meiji Tagami, torpedeou e bombardeou o cargueiro SS Fort Camosun, ao largo do Cabo Flattery. O cargueiro não afundou e foi rebocado para um local seguro na Baía de Neah.” (WILMA)

O envio dos submarinos japoneses aos territórios próximos aos EUA era responder ao ataque que os norte-americanos tinham feito as ilhas japonesas, em 18 de abril de 1942, quando: “16 bombardeiros B-25 do Exército dos EUA atacaram as ilhas japonesas após serem lançados do porta-aviões USS Hornet . O Doolittle Raid, como ficou conhecido, teve pouco efeito tático e todos os aviões foram perdidos. O episódio fez com que os líderes militares japoneses ajustassem a disposição das forças em todo o Pacífico. Vários submarinos de longo alcance da classe I foram despachados através do Pacífico para atacar a navegação e a costa oeste dos EUA e do Canadá.” (WILMA)

Tagami tinha como objetivo afundar navios inimigos e atacar o território dos EUA, com: “seu canhão de convés de 14 cm… transportando um hidroavião Yokosuka E14Y, o submarino tinha uma tripulação de 97 pessoas.” (https://en.wikipedia.org/wiki/Bombardment_of_Fort_Stevens#:~:text=The%20Bombardment%20of%20Fort%20Stevens,the%20Columbia%20River’s%20Pacific%20entrance)

O submarino japonês, no dia 21 de junho de 1942, entrou nas águas norte-americanas, seguindo barcos de pesca para evitar os campos minados na área. O ataque da força japonesa, aconteceu no mesmo dia, o comandante Tagami ordenou: “que a tripulação do canhão do convés abrisse fogo contra Battery Russell de Fort Stevens. Surpreendentemente, os seus tiros foram inofensivos, em parte porque o comandante do forte ordenou um apagão imediato. O comandante também se recusou a permitir que os seus homens respondessem ao fogo, o que teria revelado a sua posição. Avistar os flashes dos canhões inimigos com um localizador de posição de depressão indicou que o submarino estava fora de alcance. A maioria dos projéteis japoneses aterrissou em um campo de beisebol próximo ou em um pântano, embora um tenha aterrissado perto de Battery Russell e outro próximo a uma casamata de concreto . Uma bala danificou vários cabos telefônicos grandes, o único dano real que Tagami causou. Um total de dezessete projéteis explosivos foram disparados contra o forte.” (https://en.wikipedia.org/wiki/Bombardment_of_Fort_Stevens#:~:text=The%20Bombardment%20of%20Fort%20Stevens,the%20Columbia%20River’s%20Pacific%20entrance)

Quando o I25 ainda estava em águas costeiras dos EUA, aviões das Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos avistaram o submarino e com o envio da localização, permitiram que um  bombardeiro A29 Hudson, atacasse os japoneses. O ataque do bombardeiro norte-americano porém, não causou danos ao I25, que submergiu sem danos.

Conclusão

O ataque feito no Fort Stevens, não foi o único ataque do I25 em território norte-americano, em setembro de 1942, o submarino enviou uma aeronave nas florestas do sul do Oregon, que lançou bombas incendiárias na região e posteriormente, atacou e afundou dois navios na costa do Oregon e torpedeou um submarino soviético no meio do Pacífico.

O I25 só foi afundado em 1943, quando destroieres dos EUA atacaram e acertaram o submarino. Muitos tripulantes do I25 sobreviveram não somente o ataque, mas toda a Segunda Guerra Mundial, o que possibilitou a revelação de muitas das histórias do submarino.

Mesmo não havendo mortos e poucos danos ao território norte-americano, o ataque japonês a Fort Stevens, indicou uma falha na estratégia de defesa da costa dos EUA. Não somente pelas diversas possibilidades de ataques que os japoneses tiveram no território dos EUA, como aconteceu no Fort Stevens e outros, mas também pela facilidade de ataques das armas adversárias, que tinha maior alcance, sobre as usadas pelos norte-americanos para proteger sua costa, como é relatado no evento do Fort Stevens, no qual, o canhão do submarino japonês superava as armas defesa do Fort.

Além, das falhas na defesa do território, o ataque do I25, contribuiu para o amedrontamento da população norte-americana, sob um possível ataque, principalmente na Costa Oeste dos EUA.

Imagem de Destaque: https://dirkdeklein.net/2018/06/21/japanese-attack-on-fort-stevens-oregon/

Bibliografia

WILMA, David. Submarino japonês bombardeia Fort Stevens, na foz do rio Columbia, em 21 de junho de 1942. Disponível em: <https://www.historylink.org/File/7217>. Acessado em : 15/09/2023.

WELLS, GAIL. A costa do Oregon – “Foristas e Green Verdent Launs”. Disponível em: < https://www.oregonhistoryproject.org/narratives/the-oregon-coastforists-and-green-verdent-launs/unions-and-hard-times/world-war-ii/>. Acessado em : 15/09/2023.

https://en.wikipedia.org/wiki/Bombardment_of_Fort_Stevens#:~:text=The%20Bombardment%20of%20Fort%20Stevens,the%20Columbia%20River’s%20Pacific%20entrance.

https://sos.oregon.gov/archives/exhibits/ww2/Pages/threats-bombs.aspx