Buffalo Rangers: A incorporação de soldados negros às Forças Especiais dos EUA

de

Prof. Dr. Ricardo Pereira Cabral

Em 1948 a Ordem Executiva 9981, que havia dessegregado os militares dos EUA, mas o Exército dos EUA até então normalmente não permitia que soldados afro-americanos servissem em unidades de forças especiais. Apesar da OE autorizou os afro-americanos a se candidatarem para se tornarem Ranger e optou por reunir todos os candidatos afro-americanoss em uma Companhia. Em 1950, a maioria das unidades ainda estava segregada de fato e, na 82ª Divisão Aerotransportada, os candidatos a Rangers vinham de unidades totalmente negras, incluindo o 3º Batalhão, 505º Infantaria Aerotransportada, o 758º Batalhão de Tanques e o 80º Batalhão de Artilharia Antiaérea. Muitos dos candidatos eram veteranos da Segunda Guerra Mundial que tinham entrado em combate e muitos outros serviram no 555º Batalhão de Infantaria Paraquedista, totalmente formada por afro-descendentes, da 82ª Divisão Aeroterreste.

De um grupo de 5.000 candidatos, a Escola de Treinamento de Rangers selecionou 22 oficiais e 314 homens alistados para as três primeiras companhias de Rangers, que eram inteiramente composta por brancos. Uma quarta empresa, toda afro-americana, foi organizada vários dias depois. A 2ª Companhia de Infantaria Ranger (Aerotransportada) foi organizada em 9 de outubro de 1950.

Em 25 de outubro de 1950, a 2ª Companhia ativada nas instalações da 82ª Divisão Aeroterrestre, com um efetivo de 135 homens e 5 oficiais sob o comando do primeiro-tenente Warren E. Allen, Comandante da Companhia, e do segundo-tenente James C. Queen, Oficial Executivo.

A 2ª Companhia Ranger, sucessora do 2º Batalhão Randers do 75º Regimento Rangers que lutou na 2ª Guerra mundial. A subunidade foi treinada como paraquedistas e especialista em combate irregular, e era formada exclusivamente por afro-americanos, inclusive seus oficiais.

A unidade combateu na Coreia do Sul no período de 9/10/1950 a 1/8/1951 e teve alta performance em combate e grande sucesso em suas operações.

Tão logo a 2ª Companhia chegou a Península Coreana adotou o cognome de Buffalo Rangers e foi empregada para combater às pequenas frações de guerrilha norte-coreanos e chinesas infiltradas atrás das linhas das Forças da ONU e as quais as unidades regulares estavam com grande dificuldade de neutralizar.

Os Buffalo Rangers foram empregados como unidade de reconhecimento, infiltração nas linhas inimigas, força contraguerrilha e até mesmo como ponta de lança de ataques se destacando na Operação Tomahawk (assalto aeroterrestre em Musan-ni, em 23/3/1951), capturando a Colina 851 durante a Batalha do Rio Soyang (Abril-Maio 1951) quando eliminou centenas de combatentes chineses e norte-coreanos sem perder um único Rangers. Seu último combate foi para socorrer os 7ª Regimento de Fuzileiros Navais, que estavam se recuperando dos ataques chineses. Em três dias de combates intermitentes, os Buffalo Rangers realizaram várias missões de busca e destruição. Essas ações culminaram em um ataque à Colina 545, onde uma companhia de infantaria chinesa, que anteriormente haviam empurrado os fuzileiros navais de volta, foi surpreendida pelos Buffalo Rangers e forçados a se retirar, perdendo 15 mortos para 2 Rangers feridos.

O seu alto desempenho durante seu curto período de ação lhe rendeu 9 Medalhas Silver Stars e 100 Medalhas Puple Heart.

Um bom livro sobre os Buffalo Rangers

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Bibliografia e sites consultados

  • Black, Robert W, Rangers in Korea. New York City: Ballantine Books, 2002.

Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.

3 comentários em “Buffalo Rangers: A incorporação de soldados negros às Forças Especiais dos EUA”

  1. Excelente combatentes homens de uma coragem,astúcia,destemidos,e de físico,extraordinário ,onde o impossível era como algo possível,com um amor a sua Patrícia .

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