Prof. Dr. Ricardo Cabral
Neste post vamos abordar o posto de Centurião, após a reformas promovidas por Mário, em 107 a.C, é que eram um dos principais responsáveis pelo sucesso das Legiões romanas.
O que era um Centurião? Bem, Centurião era um militar romano que comandava uma Centúria. Esta era formada de 60 a 80 legionários (o efetivo variou com o tempo). Cada Centúria tinha uma precedência dentro dos Coortes que formavam uma Legião. A antiguidade dos Centuriões dependia da posição da Centúria dentro do Coorte e deste dentro da Legião. Normalmente, a Centúria era designada, pelo nome de seu Centurião, que tinha seu entandarte e dois auxiliares, um administrador e o optio (que tinha várias atribuições, como substituir o centurião, auxiliar no treinamento entre outras responsabilidades).
A promoção à centurião poderia ocorrer de várias maneiras, já que que podiam ser eleitos, nomeados pelo Senado ou promovidos nas fileiras por uma série de razões, normalmente, por bravura ou outras ações meritórias.
Os Centuriões começaram liderando Centúrias nos Coorte de numeração mais elevada e há medida que ganhavam experiência (ou pelas razões pontadas acima) eram promovidos, a liderar uma Centúria mais antiga, localizadas nos primeiros Coortes. A promoção geralmente vinha com o tempo de serviço ou por se destacar em combate, mas muitos ainda nunca chegaram a liderar uma Centúria no 1º Coorte. No entanto, havia ainda a possibilidades de serem promovidos vários graus de uma vez por ações meritórias em combate. Cumpre ressaltar que as baixas entre os Centuriões era muito comum, ou seja havia uma renovação constante.
Os melhores Centuriões faziam parte das Coortes de números mais baixos comandando uma das 10 Centúrias da 1ª linha de batalha (de 1 a 4). A elite dos centuriões fazia parte do 1ª Coorte, chamados de Primi Ordines. O Centurião mais antigo da Legião era o Primus Pilus, que comandava a 1ª centúria do 1º Coorte, uma função de grande prestígio e importância. Esta centúria tinha 150 homens e fazia parte do Coorte mais poderoso da Legião situado na extrema direita do dispositivo. Este coorte possuía aproximadamente 1100 homens e 30 cavalarianos, enquanto que o efetivo dos outros coortes era de 550 homens e 65 cavalarianos, com as centúrias compostas por 80 legionários.
Entre os Centuriões havia pouca diferença, exceto para o Primus Pilus, que participava dos conselhos de guerra, do “estado-maior” da legião e se habilitava ao cargo de Praefectus Castrorum (Prefeito do Acampamento) e quando se aposentava podia concorrer ao cargo de Lictor, que possuía grande prestígio na comunidade.
O que fazia um Centurião? O Centurião era responsável por manter a disciplina, treinar, providenciar suprimentos e o fardamento, zelar pela higidez física e moral de seus comandados, os legionários. Além disso, era o responsável pelo comando da Centúria em combate, fazendo as manobras ou as formações táticas demandas pelo Legatus (comandante da Legião) ou pelo General (que comandava mais de uma Legião).
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Bibliografia
ELLIOT, Simon. Roman at war. The Roman Military the Republic and Empire. Oxford: Casamate Publishers, 2020.
GOLDSWORTHY, Adrian. The complete Roman Army. London: Thames & Hudson ltda. 2007.
SOUTHERN, Pat. The Roman Army. A social and institutional history. Santa Barbara: ABS-CLIO Inc. 2006.
Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.