Prof. Esp. Pedro Silva Drummond
O Cerco de Jadotville aconteceu no contexto da descolonização Africana, durante o período da Guerra Fria. A Independência do Congo aconteceu em 1960, e como na maioria dos Países Africanos, passou por uma crise na sua política interna.
Durante o processo eleitoral da nova Nação, a República Democrática do Congo, Patrice Lumumba foi eleito Primeiro-Ministro congolense, com o apoio da URSS. Lideranças regionais como Moise Tshombe, governante da Província de Katanga, e que era apoiado por grupos capitalistas, rompeu com o governo de Lumumba, e criou à Província Autônoma de Katanga. Esta região era rica em recursos minerais e disputada por exploradores de minério.
Com a disputa na região estabelecida, foi necessária a intervenção da ONU, e com a aprovação do Conselho de Segurança, foi criado a Operação das Nações Unidas no Congo (ONUC). O Secretário-Geral, Dag Hjalmar Agne Carl Hammarskjöld, nomeou Conor O’Brien, diplomata irlandês, como seu representante no Congo, que enviou para Jadotville a Companhia A do 35º Batalhão de Infantaria do Exército Irlandês, liderada pelo comandante Pat Quinlan.
Dias após a chegada das tropas da ONU a Jadotville, os conflitos na capital de Katanga (Elisabethville) aumentaram, e o resultado dos conflitos foi o isolamento das tropas da ONU em Jadotville, quando os katanganeses, conseguiram tomar a ponte que ligava as duas cidades.
As forças ligadas ao governo local tinham em torno de 3.000 homens, e era formada na maior parte por guerreiros da tribo Luba, apoiados por mercenários belgas, franceses e rodesianos.
A batalha contra as tropas da ONU durou menos de uma semana, e durante esses dias os katanganses atacaram e foram derrotados diversas vezes. As tropas da ONU com o passar dos dias começaram a ficar sem munição e suprimentos, e como o apoio não conseguia chegar à derrota era iminente. Diante desse cenário o Comandante Quinlan se viu obrigado a se render.
As forças katanganesas e seus aliados tiveram em torno, de 300 mortos, incluindo 30 mercenários. A Companhia A, teve cinco homens feridos.
Quando os soldados voltaram para a Irlanda, não tiveram o prestígio que imaginavam, mesmo lutando contra uma força superior e resistindo o quanto puderam. O reconhecimento só aconteceu em meados da década de 2010, quando os integrantes da Companhia A, receberam diversas homenagens.
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