HMD participa de audiência sobre Brics na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara

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Na audiência pública realizada na terça-feira (10) pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, especialistas destacaram a importância do engajamento econômico do Brasil no Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. O debate foi um marco para discutir o papel do país no bloco, com ênfase nas oportunidades comerciais e a necessidade de uma agenda própria para o Brasil, sem alinhamentos ideológicos. O Editor do HMD, Ricardo Cabral, foi um dos convidados para a disucssão.

A presidência do Brics em 2025, que será assumida pelo Brasil, ocorre em um momento de crescente divisão ideológica no cenário internacional, com os Estados Unidos e seus aliados ocidentais de um lado, e China, Irã, Rússia e outros países não alinhados do outro. Diante dessa polarização, os debatedores ressaltaram a necessidade de o Brasil se concentrar nas questões econômicas, sem se envolver em disputas geopolíticas.

Entre os participantes da audiência, o deputado General Pazuello (PL-RJ), responsável por solicitar o debate, enfatizou que o Brics deve continuar sendo um fórum econômico de países em desenvolvimento. “O Brics começa dessa forma e ainda precisa ficar dessa forma por muito tempo para se consolidar”, afirmou. Pazuello alertou para o risco de o bloco se transformar em uma plataforma geopolítica, o que poderia resultar em dificuldades, especialmente em relação a uma possível aliança entre Rússia, Irã e China contra as ideias ocidentais.

O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) também se pronunciou sobre os benefícios do bloco, destacando sua descentralização e o respeito pela soberania dos países membros. “O Brasil precisa achar uma agenda própria e defender suas instituições e interesses dentro do Brics”, afirmou. Ele também lembrou que o contexto atual, com o dólar dominando o sistema financeiro global, abre espaço para moedas de mercados emergentes competirem no cenário internacional.

Ricardo Cabral

Outro ponto crítico levantado foi a falta de investimentos brasileiros em inovação, tecnologia e infraestrutura, o que, segundo Robinson Farinazzo, representante da Marinha, enfraquece a posição do país no bloco. “O Brasil é o único que não tem investimentos massivos em tecnologia e defesa, e por não ter esses investimentos, nos tornamos o parceiro mais fraco no Brics”, afirmou Farinazzo.

Ricardo Cabral acrescentou sua visão sobre o papel do Brasil no Brics e a importância de uma abordagem da indústria da Defesa. dentre outros assuntos relacionados ao tema. Sua presença no evento foi um importante marco, refletindo o crescente interesse de jornalistas e analistas geopolíticos no papel do Brasil dentro do bloco, à medida que o país se prepara para assumir sua presidência em 2025.

O analista militar e mestre em Segurança Pública, Rodolfo Queiroz Laterza, fez uma explicação técnica sobre a formação dos Brics, deixando ainda uma reflexão: como o Brasil pode atingir um desenvolvimento soberano, defendendo apenas os interesses nacionais, independentemente do alinhamento com “estes ou aqueles blocos (de países)”.

Crédito das imagens: Mario Agra / Câmara dos Deputados

Com informações da Agência Câmara

Confira as explanações de Ricardo Cabral, Rodolfo Laterza e Robinson Farinazzo:

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