Falklands/Malvinas: Origem do Conflito

de

Prof. Esp. Pedro Silva Drummond

A guerra entre a Inglaterra e a Argentina sobre as Falklands (ou Malvinas para os Argentinos), teve início em 1982. A Inglaterra tem o controle do território desde 1833, mas a questão em relação à origem do conflito, sobre a posse do arquipélago, começa no século XVI, com a possível chegada dos europeus no Continente Americano.

O primeiro a chegar as Ilhas pode ter sido Américo Vespúcio em 1502, a serviço do Rei de Portugal. Vespúcio não foi o único que tem seu nome atrelado à região, Fernão de Magalhães, a serviço de Carlos V de Castela pode ter sido ele, o primeiro a chegar ao Arquipélago. Os ingleses acreditaram terem sido eles os responsáveis pela descoberta com John Davis e a exploração por Richard Hawkins no final do século XVI, que batizou o território com o nome de Maidenland. Os holandeses entendem que a descoberta das Ilhas aconteceu no início do século XVII, pelo holandês Sebald de Weert, e recebeu o nome de Sebaldinas.

Até o final do século XVII a chegada de navios europeus a região não estavam acompanhadas pela colonização das Ilhas, o que causou essa divergência de quem realmente foi o primeiro a chegar ao território. Durante todo o século XVIII, franceses e ingleses disputaram o território. A França durante esse período iniciou um processo de exploração da região feito pela Companhia de Pesca do Mar do Sul, chamando o local de Malouines, nome que deu origem às Malvinas. Enquanto a Inglaterra teve na expedição de John Byron que estabeleceu uma base militar no Porto Egmont, o motivo para justificar a posse do território.

A saída dos franceses aconteceu através de um pagamento de indenização, os ingleses, no entanto, foram expulsos, após uma frota espanhola sair de Montevidéu e render os ocupantes do Arquipélago. Somente após a saída de franceses e ingleses, que a Espanha como colonizadora de boa parte do Continente Americano tomou posse do território e colonizou a região, permanecendo até 1810, quando iniciou o processo de Independência da Argentina, e os espanhóis abandonaram o Arquipélago.

Após a saída dos espanhóis, o território ficou sob o controle da Argentina até 1833, quando os ingleses conquistaram o território que é administrado por eles até hoje. Durante todo o período de administração britânica na região, os argentinos em diversos momentos sempre demonstraram não ter desistido do local.

Após a Segunda Guerra Mundial, foi criado a ONU (Organização das Nações Unidas) que tinha como um dos objetivos, resolver os problemas diplomáticos entre países, evitando guerras, como as Guerras Mundiais. A Argentina acreditava que a partir daquele momento a ONU seria o local ideal para suas reinvindicações.

No início da década de 1960, a ONU criou um Comitê Especial para analisar casos de independências de Países e povos coloniais, através do “principio de autodeterminação dos povos”, o caso das Ilhas Falklands foi enviado para esse órgão. Durante o período de analise da situação, o povo das Ilhas, através de seus representantes, deixou claro que desejavam manter a sua ligação com os britânicos.

Sobre o caso das Ilhas Falklands, a ONU recomendou que ambos os países envolvidos na questão encontrassem uma solução pacífica para o assunto, levando em conta o desejo da população.

Internamente, a Argentina durante o Governo Militar vinha perdendo o apoio da população com o passar dos anos. Quando chegou ao poder em 1976, e após a vitória na Copa do Mundo de 1978, o apoio do povo argentino era maior daquele existente no ano de 1982. A economia argentina no ano da guerra sofria com uma das maiores recessões dos últimos anos.

O plano de invasão as Falklands era uma tentativa do governo argentino em buscar um apoio da sociedade que estava a cada dia questionando as práticas do governo. O plano de uma guerra em busca de legitimidade não era algo inesperado, anteriormente já havia se cogitado a possibilidade de um ataque ao Chile, pelo Canal de Beagle (final da década de 1970).

O governo argentino acreditava que os britânicos não estariam dispostos a entrar em uma guerra pelas Ilhas, escaparam das observações dos argentinos, as críticas que o governo de Margareth Thatcher, Primeira Ministra da Inglaterra, vinha sofrendo, e que o conflito poderia ser uma oportunidade para o governo inglês diminuir as dificuldades que passavam internamente no País.

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Especialização em História Militar pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Graduação em História (Bacharel e Licenciatura) pela Universidade Gama Filho (UGF), autor de Artigos em História Militar.

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