Filme: O Barco – Inferno no Mar

de 14 de novembro de 2021

Prof. Dr. Ricardo Pereira Cabral

Em 1981, foi lançado um dos melhores filmes de guerra sobre submarinos, considerado um clássico e que se tornou um paradigma para esse tipo de filme. A direção e roteiro foi de Wolfgang Peterson, baseado no livro Das Boot (1973) de Lothar-Günter Buchheim.

Existem três versões: a que foi exibida nos cinemas, a minissérie com 6 capítulos de 50 min (1984) e a versão do diretor de 1997.

O filme é uma adaptação do romance acima citado, baseado na experiência de Buchheim a bordo do submarino alemão U-96 e sua tripulação, em uma patrulha perigosa na Batalha do Atlântico. Buchheim retrata a emoção da batalha e o tédio da caça infrutífera, e mostra os homens servindo a bordo de U-boats como indivíduos comuns com o desejo de fazer o melhor por seus camaradas e seu país.

O filme é tecnicamente perfeito, filmado na sequência dos acontecimentos narrados no filme (algo raro por ser muito caro) afim de captar com mais realismo as mudanças na aparência e humor dos atores. A utilização de cenários fechados, procura passar a sensação de estar dentro de um submarino e a câmara muito próxima dá um realismo, até então pouco vista na sétima arte. Durante a filmagem o próprio Heinrich Lehmann-Willenbrock atuou como consultor.

O personagem

O personagem principal do filme é baseado no Capitão-de-Fragata Heinrich Lehmann-Willenbrock comandante de submarinos da Kriegsmarine durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi o sexto comandante de submarino mais eficiente contra os Aliados durante a Batalha do Atlântico. Ao logo da carreira recebeu várias condecorações e no comando do U-96 afundou 27 navios mercantes, com um total de 125.580 tons.

O autor e o livro sobre a guerra travada pelos submarinos

Lothar-Günter Buchheim foi correspondente de guerra embarcando em caça-minas, contra-torpedeiros e submarinos. Buchheim era fotógrafo amador e tirou milhares de fotos em suas viagens.

Em 1941, Buchheim juntou-se ao Kapitänleutnant Heinrich Lehmann-Willenbrock e à tripulação do U-96 em sua sétima patrulha na Batalha do Atlântico. Suas ordens eram para fotografar e descrever o submarino em ação. A partir de suas experiências, ele escreveu um conto, “Die Eichenlaubfahrt” (A Patrulha das Folhas de Carvalho). O título está relacionado ao fato de que Lehmann-Willenbrock recebeu a Cruz de Cavaleiro com folhas de carvalho pelo desempenho na patrulha.

Em 1973, Lothar-Günter Buchheim publicou um romance baseado em suas experiências durante a guerra, Das Boot (O Barco), um relato autobiográfico fictício narrado por um “Leutnant Werner”. O livro tornou-se a obra de ficção alemã sobre a guerra mais vendida. Este romance foi seguido por uma obra de não ficção, U-Boot-Krieg (U-Boat War) em 1976, que se tornou a primeira parte de uma trilogia, juntamente com U-Boot-Fahrer (U-Boat Sailors, 1985), e Zu Tode Gesiegt (Vitória na Face da Morte, 1988). A trilogia inclui mais de 5.000 fotos tiradas durante a Segunda Guerra Mundial.

O enredo (sem spoiler)

O filme acompanha as impressões do tenente Werner, correspondente de guerra, na patrulha do U-96 durante a Batalha do Atlântico. O filme mostra a saída de La Rochelle, a base de submarinos alemães na França, o ataque aos comboios, a volta para as festas de Natal em La Rochelle, a atravessia do Estareito de Gibraltar (sempre perigosa para os alemães), a viagem para Vigo e a volta para La Rochele.

Sites consultados

https://www.planocritico.com/critica-o-barco-inferno-no-mar/