Guerra Peninsular (1807–1814)

de

Prof. Dr. Ricardo Pereira Cabral

A Guerra Peninsular (1807–1814) foi um conflito militar entre a França Napoleônica contra o Reino Unido, Espanha e Portugal pelo domínio da Península Ibérica. O conflito teve início quando os exércitos franceses e espanhóis invadiram e ocuparam Portugal (1807). Em 1808, os franceses tomaram o poder na Espanha sua aliada até então. Foi uma das primeiras guerras de libertação nacional e onde a tática de guerrilha foi utilizada em grande escala.

O exército português, desmoralizado pela sequência de derrotas frente às tropas napoleônicas e pela fuga da família real para o Brasil, foi reorganizado e reequipado pelo general britânico Sir William Beresford (1768-1854) e pelos portugueses Bernardino Freire (1759-1809), Miguel Forjaz (1769-1827) e Francisco Silveira (1763-1821). O grande comandante militar dos aliados foi o general Arthur Wellesley (1769-1852). Na guerra naval, o destaque foi o capitão Thomas Cochrane (1775-1860) com várias ações ousadas tanto em terra, quanto no mar.

A longa campanha na península ibérica obrigou o Grand Armée a empenhar um grande efetivo para combater a rebelião. Embora os franceses obtivessem vitórias em batalha, as suas linhas de suprimento eram sistematicamente atacadas, suas unidades eram frequentemente, atacadas ou dominadas por guerrilheiros. Os exércitos espanhóis, apesar de aguerridos, eram mal organizados e comandados, foram derrotados em inúmeras oportunidades, mas a guerrilha permitiu a continuidade da luta.

A Guerra Peninsular é vista como uma das primeiras guerras populares, influenciando a emergência de movimentos de guerrilha em grande escala. Foi a partir deste conflito que o termo espanhol para designar este tipo de guerra popular se disseminou. As pequenas vitórias de guerrilheiros anônimos em emboscadas a pequenas unidades, captura de mensageiros e soldados desgarrados, coleta de informações, a resistência popular ao invasor e a negação de apoio entre outras ações que permitiram as vitórias dos exércitos anglo-português e espanhol.

A união nacional contra os invasores franceses também se deveu a uma série de violências cometidas pelas tropas contra a população. Outro fator foi a distância entre o discurso libertador e os ideais da Revolução Francesa e a prática de dominação das tropas napoleônicas.

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Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.

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