Jose Cabral: O piloto português de voos comerciais, herói na Segunda Guerra Mundial

de

Prof. Esp. Pedro Silva Drummond

Durante a Segunda Guerra Mundial, Portugal era dentro do Continente Europeu uma das poucas nações consideradas neutras, e graças a essa condição, os portugueses tinham a exclusividade da rota aérea Lisboa, Tânger e Casablanca. Um dos principais pilotos dessa viagem era José Cabral, que trabalhava para Aero Portuguesa.

Desde 1916 até 1938, José Cabral estudou e integrou a aviação marítima, pilotando para o continente asiático por diversas vezes. Em 1938, Cabral deixaria a aviação naval com o posto de capitão-tenente, para pilotar em aviões comerciais, conseguindo o brevet na França e sendo um dos primeiros de Portugal a obtê-lo.

Após a permissão para pilotar aviões comerciais, José Cabral inicia seu trabalho na Aero Portuguesa. Com o início da Segunda Guerra Mundial em 1939, Cabral começa a ganhar importância no conflito.  

A linha Lisboa-Marrocos acabou se tornando uma rota estrategicamente importante para os Aliados, após o norte da África se tornar um dos Teatros de Operações da Segunda Guerra Mundial. Como esclarecido anteriormente, os portugueses eram os únicos que controlavam esta rota e a contribuição de José Cabral era necessária para os esforços dos Aliados, que precisariam desembarcar no Norte da África.

José Cabral
https://www.24land.pt/allies/jose-cabral-aviador-um-heroi-desconhecido/

José Cabral que era casado com uma britânica tinha contatos com os serviços britânicos e norte-americanos, era considerado “um anglófilo” (ANDRADE), e durante a Segunda Guerra Mundial, Cabral se envolve diretamente no conflito como explica José António Barreiros: “Uma delas é ter transportado o correio diplomático britânico e americano e os agentes diplomáticos e militares responsáveis pela preparação do desembarque das forças aliadas no Norte de África. Por outro lado, participou em dezenas de viagens de evacuação de refugiado da Europa central que estavam no Norte de África, destinados a Inglaterra e, depois aos Estados Unidos. Cabral instalou no cockpit do avião uma câmara de filmar que fazia o levantamento dos comboios de navios aliados na zona da entrada do Mediterrâneo. Chegou a transportar barras de ouro escondidas no avião, o que, a meu ver, abre toda uma pista relacionada com uma rede de espionagem norte-americana instalada em Tânger”. (BARREIRAS apud ANDRADE)

Após a Segunda Guerra Mundial, José Cabral se torna piloto da TWA, companhia norte-americana, onde trabalhou por alguns anos, até ser contratado pelo governo português  como funcionário da Casa de Portugal em Nova Iorque. Cabral morreu em 24 de Outubro de 1984 em Nova Iorque.

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Bibliografia

– ANDRADE, Jorge. O “Piloto de Casablanca”, um herói português nos céus de África na II Guerra Mundial. Disponível em: <https://www.dn.pt/sociedade/o-piloto-de-casablanca-um-heroi-portugues-nos-ceus-de-africa-na-ii-guerra-mundial-16470626.html>. Acessado em 24/06/2023.

Especialização em História Militar pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Graduação em História (Bacharel e Licenciatura) pela Universidade Gama Filho (UGF), autor de Artigos em História Militar.

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