Napoleão (2023)

de

“Quem teme ser vencido

tem a certeza da derrota”. 

Napoleão Bonaparte

Sérgio Vieira Reale – Capitão-de-Fragata (RM1)

Napoleão é um drama épico e biográfico, lançado em 2023, dirigido pelo famoso cineasta britânico Ridley Scott, que foi estrelado por Joaquin Phoenix e Vanessa Kirby. A superprodução aborda a ascensão e a queda do Imperador Napoleão Bonaparte, bem como revela aspectos da sua vida pessoal, desde a Revolução Francesa (1789-1799) até a sua morte, em 1821, na Ilha de Santa Helena.

Esta narrativa sobre a vida de uma das grandes personalidades da história se desenvolve em torno de três elementos principais: a política, as guerras e o romance.

A Revolução Francesa, que deu início à Idade Contemporânea, representou o fim dos privilégios da aristocracia, a ruptura com a monarquia absolutista, a ascensão da burguesia ao poder politico e a implantação do Estado Liberal. Além disso, teve grande participação popular, acelerou a transição do absolutismo para formas mais democráticas de governo e do feudalismo para o capitalismo.

O filme começa com a decapitação da Rainha da França, Maria Antonieta, esposa do Rei Luis XVI, guilhotinada em 1793. Esta cena simboliza a queda da monaquia francesa em pleno período do terror, que foi marcado por perseguições políticas e religiosas.  

O longa de Ridley Scott salienta a brilhante carreira militar de Napoleão, suas guerras e o seu conturbado e intenso relacionamento com Josephine de Beauharnais; cujas cartas trocadas entre eles foram utilizadas como fonte histórica para o filme.

O filme também possui imprecisões históricas que são representadas em determinadas cenas. Significa dizer que, como o cinema é arte e entretenimento, e possui liberdade artística, os filmes podem se afastar, em menor ou maior grau, da verdade documental. A narrativa de um fato histórico no cinema nem sempre estará plenamente em consonância com o que aconteceu na realidade.      

Durante à execução de Maria Antonieta, em Paris, em 1793, Napoleão aparece na multidão presenciando à cena na Praça da Concórdia. Porém, consta que, ele estava comandando o exército francês no combate aos britânicos para a retomada de Toulon. Em 1798, na campanha do Egito, aparecem cenas de tiros de canhão sendo realizados sobre as famosas pirâmides de Gizé. Não há evidências históricas de que esse fato teria ocorrido.      

Diz um antigo ditado: “Se quiser ver a verdade, assista documentários”! Por outro lado, existe uma responsabilidade de como se leva a história para o cinema. Muitas pessoas não farão pesquisa sobre determinada figura histórica e ficarão somente com o poder da imagem e aquela narrativa que foi retratada.

Napoleão era um gênio militar, mas não era um estrategista naval. Durante muitos anos ele pensou em invadir a Inglaterra, porém percebeu que seu grande projeto não teria êxito. O poder naval britânico era superior. A França era uma potência terrestre e a Inglaterra uma potência marítima.

A partir de 1799, com o fim do ciclo revolucionário foi implantado um novo modelo de governo, o Consulado. Napoleão, como Primeiro Cônsul, implantou uma série de reformas que tiveram sucesso na sua política interna. A fundação do Banco da França para financiar o desenvolvimento da agricultura e da indústria e a criação de um código civil (1804), que trouxe importantes medidas para sociedade.

Outro aspecto a ser mencionado é que, a estratégia de aumentar de forma significativa o número de soldados no exército francês, contribuiu para o expansionismo territorial da França.  No que se refere à sua política externa, estabeleceu acordos de paz e obteve várias conquistas na Europa; derrotando os exércitos austríaco, prussiano e russo. Em 1804, Napoleão foi coroado como imperador.

Em 1805, na Batalha de Austerlitz, apesar do exército francês estar inferiorizado em relação aos russos e austríacos, Napoleão conseguiu vencê-los  sabendo tirar proveito do terreno e das condições climáticas.

Em 1806, estabeleceu o Bloqueio Continental. Esta medida proibia países da europeus de realizarem acordos comerciais com a Inglaterra e que navios britânicos  atracassem em portos europeus.

Durante o ano de 1811, as relações entre a Rússia e a França vinham se desgastando, pois os russos se negavam a participar do Bloqueio Continental. Napoleão optou por resolver esse impasse por meio da guerra.

Em 1812, Napoleão mobilizou centenas de milhares homens para invadir a Rússia. Ao longo da campanha o exército francês conseguiu chegar até Moscou, mas teve problemas de natureza logística (imensidão do território russo), climática (rigoroso inverno) e perdas humanas de grande vulto. Em 1814, Napoleão foi deposto na França e confinado na Ilha de Elba. Em 1815, ele foge e volta para Paris para reassumir o poder. Na Batalha de Waterloo ele foi definitivamente derrotado e é exilado na Ilha de Santa Helena, onde faleceu em 1821.       

Finalmente, o filme que está sendo exibido no cinema, com duas horas e trinta e oito minutos, terá uma versão estendida com mais de quatro horas de duração. Esta versão será exibida na plataforma de streaming APPLE TV +.

Napoleão (2023)

Referências Bibliográficas e Sites Consultados

ALBUQUERQUE, Antônio Luiz Porto; SILVA, Léo Fonseca e. Fatos da História Naval. 2.ed. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha. 2006.

Kennedy, Paul. Ascensão e Queda das Grandes Potências: Transformação Econômica e Conflito Militar de 1500 a 2000. Tradução de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro. Editora Campus. 1999

https://veja.abril.com.br/coluna/e-tudo-historia/napoleao-3-escorregoes-historicos-do-filme-com-joaquin-phoenix/

Canal do youtube: O IMPÉRIO DE NAPOLEÃO | Professor HOC. Disponível em:

1 comentário em “Napoleão (2023)”

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