Estariam os Houthis atacando navios por solidariedade ao sofrimento dos moradores de Gaza ou por outras razões? Segundo Grisha Yakubovich, a resposta está longe de ser altruísta. O grupo, que tem praticado terrorismo marítimo no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, obtém lucros lucrativos com essa prática. Uma equipe de investigação do Comitê de Sanções sobre o Iêmen do Conselho de Segurança da ONU descobriu que os Houthis arrecadaram cerca de 180 milhões de dólares mensais em “taxas” de agências de navegação, que pagam para evitar ataques aos seus navios comerciais na região.
Relatórios árabes revelam que a equipe de investigação da ONU confirmou a existência de agências de navegação que operam de forma significativa com uma empresa ligada a um líder sênior dos Houthis. Os fundos arrecadados são depositados em contas bancárias registradas em nomes de laranjas, mas, eventualmente, o dinheiro encontra seu destino nos cofres dos Houthis.
“Fontes estimam que a renda dos Houthis, obtida através das taxas que cobram para garantir uma passagem segura, gira em torno de 180 milhões de dólares mensais”, afirma a equipe de investigação. Com essa prática de extorsão desde o início do terrorismo marítimo, há cerca de um ano, o grupo teria acumulado mais de 2 bilhões de dólares.
O relatório da ONU sugere que um acordo no Iêmen, envolvido também na Arábia Saudita, só poderá ser assinado quando “a situação regional for mais favorável e os Houthis cessarem os ataques aos navios no Mar Vermelho”. No entanto, com os valores substanciais que o grupo obteve, há dúvidas sobre o real interesse dos Houthis em interromper esses ataques lucrativos.
Yakubovich enfatizou que chegou o momento de enfrentar os Houthis por meio de uma coalizão ampla, como forma de enfraquecer o Irã, que utiliza o grupo como um de seus principais aliados na região. “Israel já lidou com o Hamas e o Hezbollah; agora é uma vez que os Houthis são confrontados”, conclui.
Este texto traz a análise de Grisha Yakubovich e destaca o impacto econômico e geopolítico da atuação dos Houthis no cenário atual, conforme abordado na fonte.