Prof. Dr. Ricardo Pereira Cabral
A 14ª Divisão de Granadeiros SS foi organizada em 1943, e era composta por voluntários ucranianos e eslovacos. A divisão foi praticamente destruída na Batalha de Brody (13/7 a 29/8 de 1944), reorganizada combateu na Eslováquia e na Iugoslávia se rendendo aos Aliados Ocidentais em 10/5/1945.
Os nazistas impuseram duas condições para autorizar a criação da divisão: que a divisão seria empregada contra os comunistas e que seus componentes deveriam jurar fidelidade à Hitler, ainda que muitos não fossem simpatizantes do nazismo. Na verdade, criação de uma divisão da SS ucraniana foi percebida por muitos na Ucrânia como um passo para a conquista da independência e por isso atraiu muitos voluntários, além do apoio de grupos políticos de diferentes matizes políticas. Um dado interessante é que a divisão teve apoio das Igrejas grego-católica ucraniana e da Igreja Ortodoxa Ucraniana, que foram autoriadas a manter capelão junto a divisão.
A criação de unidades SS não-alemães havia sido realizada anteriormente em nome da luta contra o comunismo, como havia ocorrido com unidades francesas, flamengas, valonas, holandesas, letãs, estonianas, croatas e bielorrussas, entre outras. Outro fator levado em consideração foi uma estratégia de compensar as baixas sofridas pelos nazistas.
Em combate
No inpicio de 1944, a divisão foi integrada ao SS Kampfgruppe Beyersdorff para ação contra partisans soviéticos e poloneses, se saindo bem no combate.
Em julho de 1944, a divisão foi enviada à Brody onde participou das operações integradas ao 13º Corpo de Exército. Os combates foram intensos e mais uma vez a divisão se comportou muito bem, resistindo ferozmente aos ataques soviéticos e vindo a sofrer pesadas baixas.
Os nazistas realizaram um contra-ataque liderado pela 8ª Divisão Panzer que conseguiu furar o cerco por algum tempo e resgatar parte do efetivo. Os remanecentes da divisão que haviam consigo se evadir do cerco em Brody foram reunidos ao que sobrara do 13º Corpo.
Novas tentativas de romper o cerco foram realizadas e apesar da ferocidade dos ataques ucranianos e alemães não foram bem sucedidos. Os ataques soviéticos tiveram como consequência a destruição da divisão. Cerca de 11 mil ucranianos foram empregados em Brody, em torno de 3 mil retornaram.
Cerca de dois meses depois a divisão foi reconstruída com as unidades da reserva e enviada à Eslováquia para combater um levante local contra a ocupação alemã. As deserções na divisão começaram a aumentar, muitos deles se juntaram aos partisans.
Em janeiro de 1945, a divisão foi emprega na luta contra os partisans iuguslávios na Estiría e Caríntia, porteriormente, receberam reforços da Legião Ucraniana de Autodefesa e se juntaram na defesa da Áustria. Novos reforços foram recebidos e a divisão foi encarregada da defesa de Graz (Áustria) até o fim da guerra. Nestas operações a divisão sofreu cerca de 1.600 baixas entre mortos e feridos.
Em 17 de março de 1945, emigrantes ucranianos estabeleceram o Comitê Nacional Ucraniano para representar os interesses dos ucranianos no III Reich. Simultaneamente, foi criado o Exército Nacional Ucraniano, sob o comando do general Pavlo Shandruk. A 14ª Divisão foi renomeada como a 1ª Divisão do Exército Nacional Ucraniano. No entanto, o Alto Comando do Exército Alemão continuasse a listá-la como a 14ª Divisão de Granadeiros SS Ucraniano em sua ordem de batalha. Em 10 de maio de 1945, a divisão se rendeu às forças britânicas e norte-americanas.
A 14ª Divisão de Granadeiros SS Ucraniana não foi acusada, formalmente, de crimes de guerra, ainda que alguns de seus membros sejam acusados e algumas ações contra partisans tenham sido consideradas crimes contra a população civil.
O 4º e o 5º regimento de Polícia SS Ucraniano, ambos da 14ª Divisão, são acusadas de participação de massacres contra a população polonesa na aldeia de Huta Pieniacka, Pidkamin e Palykorovy.
Fontes:
https://en.wikipedia.org/wiki/14th_Waffen_Grenadier_Division_of_the_SS_(1st_Galician)
https://weaponsandwarfare.com/2016/03/17/the-galician-division/
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14th Waffen Grenadier Division of the SS (1st Ukrainian), de Frederic P Miler.
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Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.