A 1º Batalha do Tuiuti

de

Prof. Dr. Ricardo Pereira Cabral

Em 24 de maio de 1866 foi travada a Batalha do Tuiuti entre forças do Império Brasileiro, a Repúblicas Argentina e Uruguai contra as forças paraguaias. Foi a maior batalha campal da América do Sul e envolveu cerca de 55 mil homens. As forças aliadas somavam 32 mil homens, sendo 21 mil brasileiros, 9.700 argentinos e 1.300 uruguaios contra 24 mil paraguaios. As baixas foram de em torno de 6 mil mortos e 7 mil feridos entre os paraguaios, com relação aos Aliados foram 996 mortos e 2934 feridos.

Tuiuti é uma região pantanosa localizada no sudoeste do Paraguai, situada na confluência dos rios Paraná e Paraguai. As tropas aliadas estavam acampadas e muito concentradas em uma porção de terra seca, que favorecia a defesa, porém insalubre e suscetível a várias doenças como, por exemplo, o cólera.

O acampamento Aliado estava próximo a uma sólida posição defensiva paraguaia, a trincheira de Sauce, guarnecida por 1580 homens e várias posições de canhões, a 6 km dali, em Paso Pucú, estavam acampadas as forças de Lopez, que percebendo a intenção dos Aliados de atacar Sauce, decidiu se antecipar.

O Exército paraguaio, atacou de surpresa, com quatro colunas o centro do acampamento, com o objetivo geral era flanquear as forças Aliadas a fim de não permitir sua retirada para Estero Bellaco. As colunas foram organizadas de forma desigual entre elementos de cavalaria e infantaria. A cavalaria liderou o ataque e conseguiu destruir algumas unidades aliadas localizadas no perímetro exterior de defesa.

Apesar do sucesso inicial, as forças aliadas, lideradas pelo general Manuel Luís Osório, resistiu, se reorganizou e aproveitando sua superioridade de efetivos e de sua artilharia, contra-atacou provocando. Além de Osório, se destacaram na batalha, o brigadeiro Antônio Sampaio, comandante da 3ª Divisão de Infantaria (a esquerda do dispositivo) e o tenente-coronel Émile Louis Malett, comandante do 1º Regimento de Artilharia a Cavalo (no centro do dispositivo Aliado a retaguarda de fosso defensivo e fundamental para a vitória). As tropas brasileiras estavam distribuídas por todo o acampamento, com a reserva à retaguarda, também composta por forças Imperiais.

Aliados e paraguaios cometeram usa série de falhas táticas no planejamento, na montagem do dispositivo defensivo, na condução e coordenação do ataque, no reconhecimento do terreno, das posições inimigas e de suas intenções. Ocorreram várias críticas sobre os motivos que levaram as forças Aliadas a não realizarem uma perseguição e ao aproveitamento do êxito contra as forças paraguaias que se retiravam. Bartolomeu Mitre, presidente da Argentina e comandante-em-chefe do Exército Aliado, decidiu reforçar a posição em Tuiuti, alegando a falta de cavalos.

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Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.

8 comentários em “A 1º Batalha do Tuiuti”

  1. Belíssima passagem de nossa história, onde deveria ser contada explicada em nossas escolas/faculdade, inclusive.
    Produtoras brasileiras deveriam já a muito tempo,reproduzir em filme(super produção) com as grandes americanas, mostrando nossa coragem,dinamismo e união de brasileiros,nas adversidades de nossa história como nação.

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