Prof. Dr. Ricardo Pereira Cabral
Nos dias 27 e 28 de maio de 1905 ocorreu a Batalha do Estreito de Tsushima entre a esquadra japonesa, liderada pelo almirante Togo Heihashiro e a esquadra russa, comandada pelo almirante Zinovy Rozhestvensky. A batalha teve duas etapas: uma diurna e outra noturna (consequência da perseguição dos japoneses ao que sobrou da esquadra russa).
O número de batalhas navais decisivas é pequeno e aquelas que tem um grande impacto na estratégia, na tática e na tecnologia naval, menor ainda. Nesta batalha alguns conceitos foram definitivamente aprovados: grandes navios (acima de 15 mil ton) equipados com baterias com grandes canhões (de 12” para cima), espeça couraça nas principais partes do navio, equipamentos de direção de tiro e grande velocidade (acima de 15 nós). Os japoneses utilizaram com muita eficiência o rádio telégrafo e suas granadas usavam ácido pícrico que lhe davam alta potência, além do cordite como propelente que não produzia fumaça.
No aspecto tático, verificamos a importância do treinamento, dos jogos de guerra, das manobras navais, a volta da linha de batalha, a superioridade da iniciativa e da agressividade como o corte do “T” como o realizado pela esquadra japonesa.
A Esquadra Russa era composta de 8 couraçados, 3 couraçados costeiros, 9 cruzadores e 9 destroyers além de vários navios de apoio. A Esquadra Japonesa era composta de 5 couraçados, 23 cruzadores, 20 destroyers e 16 torpedeiras.
Os japoneses tinham várias vantagens: sua esquadra era mais moderna e dotada de maiores capacidades em relação aos russos, conheciam bem as águas onde iriam combate, escolheram o local da batalha, a superioridade da sua liderança e do seu treinamento. A Esquadra russa reunia capacidades materiais e de treinamento inferiores aos japoneses, além do fato de que estava desgastada pela longa viagem, já que estava vindo do Báltico.
Os japoneses afundaram 6 couraçados, 1 couraçado costeiro, 14 outros navios e capturaram 7 navios. Uma derrota fragorosa, que praticamente decidiu o rumo da guerra.
Como resultado da análise da batalha, as grandes potências construiriam navios ainda maiores, os encouraçados, como o pioneiro HMS Dreadnought (Reino Unido, 1906).
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Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.