O termo “dreadnought” remonta ao século XVII, significando um guerreiro destemido. No início do século XX, foi atribuído ao HMS Dreadnought, um navio de guerra revolucionário da Marinha Real Britânica, lançado em 1906, que incorporava as mais avançadas inovações navais da época, como um sistema de propulsão a turbina a vapor e um poderoso armamento de canhões de grande calibre.
Em continuidade a essa tradição de inovação, a Marinha Real está desenvolvendo a nova classe de submarinos nucleares lançadores de mísseis balísticos (SSBN), denominada Classe Dreadnought, destinada a substituir os submarinos da Classe Vanguard. Anunciada em 2016, essa classe representa o que há de mais moderno em design de propulsão naval e poder de fogo, destacando-se entre os submarinos contemporâneos.
Um aspecto notável na construção da Classe Dreadnought é a coincidência histórica de três nações aliadas — Estados Unidos, Reino Unido e França — estarem simultaneamente projetando e construindo suas novas gerações de SSBNs. Essa circunstância permite a troca de conhecimentos e, em alguns casos, o compartilhamento de componentes entre os projetos, fortalecendo as relações navais e aumentando a eficiência futura.

A Classe Dreadnought está sendo construída pela BAE Systems, em parceria com a Rolls-Royce e a Submarine Delivery Agency, formando a Dreadnought Alliance. A construção ocorre no estaleiro da BAE em Barrow-in-Furness, no noroeste da Inglaterra, enquanto os sistemas de propulsão nuclear são desenvolvidos pela divisão de submarinos da Rolls-Royce em Derby.
Em termos de design, a Classe Dreadnought adotará o sistema de leme em forma de “X” para maior controle, um acionamento turboelétrico mais silencioso e um propulsor a jato para melhorar a potência com menor assinatura acústica. Diferentemente de outros submarinos, o Dreadnought possui uma vela relativamente alongada e aerodinâmica na parte frontal e planos de proa em vez de planos na vela, provavelmente retráteis para facilitar manobras e atracação.

A propulsão será fornecida pelo novo Reator de Água Pressurizada PWR3, uma melhoria significativa em relação ao PWR2 utilizado nas classes Vanguard e Astute. O PWR3, baseado em um design americano mas utilizando tecnologia britânica, apresenta um design mais simples e seguro, com vida útil mais longa e menores necessidades de manutenção, além de possuir 30% menos componentes que o PWR2, resultando em uma operação mais silenciosa.
Conteúdo adaptado do original, disponível em: https://www.globecomposite.com/blog/dreadnought-class