Profº. Esp. Pedro Silva Drummond
Durante séculos de guerra e principalmente duas Guerras Mundiais, diversos Países decidiram após o fim de cada um dos conflitos (Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial), criarem Organizações Diplomáticas que ajudassem no fim das grandes guerras.
No final da Primeira Guerra Mundial foi criado a Liga das Nações, que tinha o Brasil como um dos seus integrantes, e ao término da Segunda Guerra Mundial, foi criado a ONU (Organização das Nações Unidas), que inicialmente teve 51 membros fundadores, o Brasil, era um deles.
No decorrer da Guerra Fria, surgiram as Operações de Paz da ONU, com a finalidade de: “manter a paz e a segurança, mas também para facilitar os processos políticos, proteger os civis, auxiliar no desarmamento, desmobilizar e reintegrar ex-combatentes, apoiar processos constitucionais como a organização de eleições, proteger e promover os direitos humanos, ajudar a restaurar o Estado de direito e afirmar a autoridade do Estado”. (ONU)
Um dos motivos para a criação da ONU foi justamente à tentativa de criar um órgão responsável por garantir a Paz. A organização anterior, Liga das Nações, tinha fracassado e as Nações envolvidas no conflito estavam desgastadas com as Guerras Mundiais e enxergavam nas Nações Unidas e na grande quantidade de Países membros a possibilidade de manutenção da Paz.
As Operações de Paz da ONU tiveram início em 1947, ano da primeira missão do Comitê Especial das Nações Unidas para os Bálcãs, UNSCOB. O motivo desse Comitê era: “verificar a situação de guerra civil grega e o conflito na região dos Balcãs, principalmente nas fronteiras da Grécia com a Albânia, com a Iugoslávia e com a Bulgária… Os países-membros participantes da UNSCOB foram Brasil, Estados Unidos, França, China, México, Holanda e Grã-Bretanha. Essa operação de paz pioneira da ONU era constituída por um corpo de observadores e um corpo de delegados.” (ANDRADE, HAMANN, SOARES, p.17-18, 2019).
O Brasil iniciou sua participação com o envio de militares, em 1956, através da UNEF (Força de Emergência das Nações Unidas), para enfrentar a crise de Suez. Durante essa operação o Brasil “garantiu e supervisiou a cessação das hostilidades, incluindo a retirada das forças armadas da França, Israel e do Reino Unido do território egípcio. Durante uma década, entre 1957 e 1967, o Brasil participou com um batalhão de Infantaria de aproximadamente 600 homens (o chamado Batalhão Suez) na Primeira Força de Emergência das Nações Unidas (UNEF I), compreendida pela região do Sinai e Faixa de Gaza. Nesse período, o Exército Brasileiro, em rodízio, enviou um total de aproximadamente 6.300 homens.” (Ministério da Defesa)

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A participação do Brasil nessas missões acontece de acordo com o artigo 4º da Constituição Brasileira, que determina que: “a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I – independência nacional; II – prevalência dos direitos humanos; III – autodeterminação dos povos; IV – não-intervenção; V – igualdade entre os Estados; VI – defesa da paz; VII – solução pacífica dos conflitos; VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X – concessão de asilo político”. (BRASIL)

https://es.m.wikipedia.org/wiki/Archivo:US_Navy_100316-N-9116F-001_A_Brazilian_U.N._peacekeeper_walks_with_Haitian_children_during_a_patrol_in_Cite_Soleil.jpg
A participação do Brasil em Missões de Paz, não acontece somente no âmbito das Nações Unidas, o País participou da recém criada Força Interamericana de Paz da OEA (Organização dos Estados Americanos), integrando a primeira brigada enviada em 1965 à República Dominicana, como destaca Paulo Kramer: “instalou-se em Washington a X Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores da OEA (29 de abril de 1965), a fim de encaminhar uma solução para a crise dominicana. No encontro, foi votada a criação de uma Força Interamericana de Paz (FIP), cuja brigada seria composta por destacamentos militares da Nicarágua, Honduras, Costa Rica, Paraguai e Brasil.” (KRAMER)
Em 2010, o Brasil criou o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), que homenageou o Diplomata Sérgio Vieira de Mello, dando o seu nome para o CCOPAB, um local de preparação das forças armadas, brasileiras e estrangeiras, que irão integrar as missões de paz das Nações Unidas.
Nos últimos anos, o Brasil já participou de “46 – além de outras cinco sob a égide da Organização dos Estados Americanos (OEA), equivalente a 65% do total. Nesses setenta anos, o país já contribuiu com mais de 57 mil servidores, incluindo militares, policiais e especialistas civis. Cerca de 88% desse número fizeram parte das operações de paz dos últimos 25 anos.” (Dados até 2017) (ANDRADE, HAMANN, SOARES, p.17, 2019)

https://www.geneva-academy.ch/joomlatools-files/docman-files/Democratic%20Republic%20of%20The%20Congo%20Conflict%20In%20The%20Eastern%20Regions.pdf
Depois da participação na Segunda Guerra Mundial, as Forças Armadas Brasileiras tiveram nas Operações de Paz, um dos meios para integrar-se nas ações militares no Mundo, atuando até os dias atuais.
Bibliografia
ANDRADE, Israel de Oliveira, HAMANN, Eduarda Passarelli e SOARES, Matheus Augusto. A Participação do Brasil nas Operações de Paz das Nações Unidas: Evolução, Desafios e Oportunidades.. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília, 2019.
BRASIL. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>.
KRAMER, Paulo. Força Interamericana de Paz (FIP). Verbete Temático. Rio de Janeiro: CPDO. Disponível em: <http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/forca-interamericana-de-paz-fip>.
MINISTÉRIO DA DEFESA. Disponível em: <https://www.gov.br/defesa/pt-br/assuntos/relacoes-internacionais/copy_of_missoes-de-paz/historico-da-participacao-brasileira-em-missoes-da-onu>.
__________. Disponível em: <https://www.gov.br/defesa/pt-br/assuntos/relacoes-internacionais/copy_of_missoes-de-paz/centro-conjunto-de-operacoes-de-paz-do-brasil-ccopab#:~:text=O%20Centro%20Conjunto%20de%20Opera%C3%A7%C3%B5es,2005%2C%20no%20Rio%20de%20Janeiro.>
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Disponível em: <https://unric.org/pt/missao-da-onu/>. Acessado em: 18/04/2022.
Especialização em História Militar pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Graduação em História (Bacharel e Licenciatura) pela Universidade Gama Filho (UGF), autor de Artigos em História Militar.
Muito instrutivo.
Tem gente no Brasil se rende a modelos fabricados não sabem nada de nada mas adora pseudo conceito seja da tal modenidade se baseado em algo inteiramente superficial e sobra inclusive as forças armadas tenho as minhas diferenças ideologicas com a doutrina que nosso exercito carrega por influencia da nossa classe empresarial e pelo EUA mas indubitavelmente no sentido de defender o nosso direito como povo é mais do que necessário termos forças armadas mais fortes e com capacidade e autonomia a qualquer nação inclusive termos um parque belico ,armas nucleares e missel balístico isto sem esquecer o submarino e parar de ir em conversa fiada da tal cultura fabricada por países imperialistas que nos causa mais problemas do que ao contrário.