Sérgio Vieira Reale – Capitão-de-Fragata (RM1)
“A primeira baixa da guerra é a inocência”.
CONTEXTO HISTÓRICO
A principal herança da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi o período da guerra fria, conflito politico e ideológico ocorrido na segunda metade do século XX. O mundo foi dividido em dois blocos antagônicos: o bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos da América (EUA) e o bloco socialista, sob a liderança da Ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
A polarização mundial resultou em várias guerras em diferentes locais. A Guerra do Vietnã (1959-1975), que ocorre nesse contexto, foi um conflito armado entre o Vietnã do Norte apoiado pela Ex-URSS, China e seus aliados contra os EUA e o Vietnã do Sul.
O FILME
Platoon, lançado em 1986 e ganhador de quatro Oscar (melhor filme, melhor diretor, fotografia e roteiro) foi filmado nas Filipinas e é considerado por muitos críticos como um dos melhores filmes de guerra da história.
Dirigido pelo cineasta Oliver Stone retrata as experiências vividas pelo soldado Chris Taylor (Charlie Sheen), em 1967, que vai se transformando ao longo da sua permanência no Vietnã. Taylor é um jovem idealista de classe média que, se alistou voluntariamente para servir no Vietnã durante a guerra.
O filme é violento, dramático e aborda, mais especificamente, a forma como a natureza humana pode se manifestar num ambiente de guerra. Outro aspecto importante são as relações de Taylor com os demais soldados e com os dois Sargentos que dividem a liderança do pelotão. O idealista Elias Grodin (Willem Dafoe) e o violento Bob Barnes (Tom Berenger). Platoon apresenta uma visão realista da guerra. O diretor Oliver Stone, assim como Taylor, se alistou voluntariamente para servir no Vietnã entre 1967 e 1968. Ao se apresentar na 25ª Divisão de Infantaria, a mesma em que Oliver Stone serviu na vida real, Taylor percebe que o grupo é liderado por um tenente inexperiente, desse modo, faz com que a tropa siga, praticamente, as ordens dos sargentos Barnes e Elias. Os seguintes comportamentos e sentimentos foram praticados e observados nos soldados norte-americanos: violência fora de controle em alguns momentos; o uso de drogas nos breves momentos de relaxamento; o medo e a tensão durante as patrulhas nas florestas e a permanente luta pela sobrevivência.
Um momento de grande tensão é o massacre na aldeia de “My Lai”, em março de 1968, no sul do Vietnã, onde ocorre um assassinato em massa de civis vietnamitas por tropas norte-americanas.
Esse clássico inesquecível é envolvente, imprevisível e mantém o expectador como se estivesse vivenciando cada situação de combate. O foco do filme está no pelotão e não nos inimigos. A humanização de cada soldado é outro fator marcante. Não há nenhum país que seja beneficiado com uma guerra prolongada.
Referências Bibliográficas e Sites Consultados
LIDDELL, H. As grandes guerras da história. São Paulo, Ibrasa. 1982
Canal do Youtube: a primeira vítima da guerra é a verdade – resenha do Platoon
Canal do Youtube: Platoon crítica do filme de Oliver Stone. Dalenogare críticas
“Não importa quão justificável e necessária seja uma guerra, ela será sempre um crime”. Ernest Hemingway disse esta frase uma vez e a realidade, assim como o cinema se ocuparam em provar o quanto ela é verdadeira. Platoon é, sem dúvida, um dos melhores filmes de guerra de todos os tempos e retrata o panorama da segunda guerra mais levada às telonas – a do Vietnam. Poucos foram os cineastas que puseram o dedo na ferida dos ideais americanos como Oliver Stone fez neste filme. A loucura e os horrores de um conflito foram escancarados, bem como o uso de drogas que aliviavam a crueza do dia a dia dos soldados que a cada minuto arriscavam suas vidas em uma guerra que não os pertencia. É inacreditável até hoje saber que homens pobres e despreparados foram enviados a um lugar que não conheciam, tudo para lutar contra o avanço do comunismo.
Platoon recebeu um Oscar merecido de melhor filme e mais outros três. Grande fase de Charlie Sheen que interpreta um soldado jovem e idealista que aos poucos vai perdendo a inocência à medida que mais se envolve com a guerra. Seu personagem Chris se assemelha em partes com o Michael Corleone de Al Pacino em O Poderoso Chefão neste aspecto. Grande atuação de Willen Dafoe fazendo um de seus poucos personagens bonzinhos. Já o de Tom Berenger deveria figurar entre os mais cruéis da história do cinema. Figuração de luxo de Johnny Depp e música incidental marcante e inesquecível.
Um filme cru, sujo e real, como um filme de guerra deve ser! A fotografia torna esse filme atemporal. A principal preocupação do enredo é expor os diversos sentimentos expelidos por uma guerra e mostra bem que a maldade não escolhe nacionalidade, raça ou posição política, ela está ão nosso redor e se manifesta de várias formas.
Não é o melhor filme de guerra que eu já vi, mas aborda um lado da história que ninguém mencionou, que foi a soberba e vaidade dos americanos, que compraram uma guerra que não eram deles, e enviaram soldados despreparados para enfrentar um inimigo que não tinha o mesmo poderio bélico, mas conhecimento territorial, fora a ajuda dos próprios vietnamitas que colaboraram para que os americanos fosse derrotados nessa guerra.
“…pensando agora, olhando pra trás, não lutamos contra o inimigo, lutamos contra nós mesmos. O inimigo estava em nós.”
‘Platoon’ um ótimo filme de guerra do Vietnã que demorei a assistir, com cenas fortes e bem filmadas.
Gostei das atuações, com destaque pro protagonista Charlie Sheen bem convincente, o sempre incrível Willem Dafoe e o Tom Berenger.
Achei interessante a abordagem de conflitos internos, que foi desencadeado principalmente após a invasão a uma tribo dos vietcongues, o que já estava ruim, começou a ficar pior.
Intensas cenas finais. Desfecho satisfatório. Simplesmente lindo. Um filme memorável, de fato. Recomendo.
A única coisa boa da Guerra do Vietnã, foram os filmes que se inspiraram nela. “Forrest Gump”, “Apocalypse Now”, “Full Metal Jacket”, “Platoon”, “O Franco Atirador”, “Nascido em 4 de Julho” e “Bom Dia, Vietnã”.