Prof. Dr. Ricardo Pereira Cabral
As origens dos navios de linha remontam as carrancas portuguesas do século XVI, especialmente construídos para a travessia do alto mar.
Estes navios transportavam mercadorias e podiam ser armadas canhões de grosso calibre, em caso de guerra. Ao longo do século XVI, sugiram os galeões, navios mais longos e manobráveis em relação as carrancas, e que podiam levar um número maior de canhões e mercadorias.
Inicialmente, as batalhas navais que envolviam grandes esquadras, não tinham uma formação específica. Os navios se aproximavam dos inimigos, atirando com seus canhões e os abordando, quando isso era possível. A colocação dos canhões em linha de bordada e o desenvolvimento da artilharia, obrigou a uma mudança de tática.
Como o tiro sequenciado dos canhões (bordada) era a principal ação ofensiva, a tática naval evoluiu no sentido de permitir que o maior número de navios de uma esquadra, disparasse o maior número de bordadas possíveis. Foi então que surgiu a tática da linha de batalha, que requeria que os navios formassem uma longa linha em fila única.
A esquadra inimiga adotava a mesma formação e as duas linhas de navios navegavam em paralelo bombardeavam uma à outra, até que uma delas conseguisse dominar a outra pelo fogo, fazendo-a retira-se ou render-se. Qualquer manobra realizada pela esquadra, era feita de modo a permitir que seus navios a mantivessem a formação em linha.
A mudança na tática provocou uma mudança no design, e partir do século XVII, os navios que passaram a ser construídos com mais decks a fim de comportarem mais canhões, os grandes navios de linha chegaram a ter 4 decks e mais de 100 canhões. Navios de linha seria aquelas embarcações com o número de canhões necessários para compor a linha de batalha. No século XVIII, o navio de linha mais comum e de menor potência era o chamado “74” com 37 canhões distribuídos em 2 decks, em cada bordo (lado) da embarcação.Podemos citar como navios de linha famosos o HMS Victory, nau capitânia do Almirante Horatio Nelson, na Batalha de Trafalgar, o HMS Infatigable, do Capitão Edward Pellew e a Nau D. Pedro I, da Marinha do Brasil.
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Professor de História formado pela UGF. Mestrado e Doutorado em História pela UFRJ. Autor de artigos sobre História Militar e Geopolítica.